Setembro Amarelo: por que falar sobre suicídio?

Notícias

Setembro Amarelo: por que falar sobre suicídio entre crianças e adolescentes?

Com o tema “Se precisar, peça ajuda!”, a campanha de 2023 estimula uma postura ativa para buscar ajuda e também apoiar quem está perto
06/09/2023
setembro amarelo prevenção ao suicídio
A campanha Setembro Amarelo incentiva que as pessoas busquem ajuda e entendam que a vida é a melhor escolha.

O suicídio é considerado uma epidemia silenciosa que atinge todas as classes sociais e idades. No Brasil, a realidade é alarmante, com uma média de 38 suicídios por dia. Entre os jovens de 15 e 29 anos, essa é a quarta principal causa de morte. Em 2022, 69 casos de autoagressão em pacientes de 11 a 17 anos foram registrados no Hospital Pequeno Príncipe, referência em pediatria no Brasil. Desses, 56 foram tentativas de suicídio.

Falar sobre suicídio é preciso para que as pessoas que passam por momentos difíceis busquem ajuda e entendam que a vida é a melhor escolha. E esse também é o intuito da campanha Setembro Amarelo. O Pequeno Príncipe reforça a importância de familiares, amigos e sociedade adotarem uma postura acolhedora em relação aos sinais de ideação suicida que possam surgir de uma criança ou um adolescente.

De acordo com a psicóloga e coordenadora do Serviço de Psicologia do Hospital Pequeno Príncipe, Angelita Wisnieski da Silva, existem alguns fatores possíveis para o aumento das tentativas de suicídio e episódios de automutilação na faixa etária atendida pela instituição. Entre eles, dificuldades em lidar com frustrações e conflitos inerentes à convivência social (diferenças, decepções e julgamentos) e o acesso indiscriminado a informações pela internet.

Sinais de alerta para o risco de suicídio

– Desinteresse, dificuldades ou prejuízos no desempenho e na aprendizagem escolar.
– Ansiedade, agitação, irritabilidade ou tristeza permanentes.
– Isolamento persistente, com afastamento de grupos sociais.
– Alterações no sono e no apetite.
– Baixa autoestima, com desinteresse e descuido com a aparência.
– Comentários frequentes negativos em relação ao futuro e autodepreciativos.
– Desinteresse por atividades de que gostava e desapego de pertences que valorizava.
– Expressões e comentários que indiquem desejo de morrer.

Ao perceber esses sinais, é fundamental que sejam levados a sério e sem julgamentos por todos que convivem com a pessoa. “Estar atento e demonstrar presença, com incentivo para que a criança ou o adolescente fale sobre como se sente, tende a ajudar. Ter pessoas que se importam e desejam a vida do outro, são fatores protetores contra o suicídio”, reforça a psicóloga.

As doenças mentais, que geralmente levam ao suicídio, provocam a distorção da realidade. Dessa forma, a pessoa perde a capacidade de discernimento e de encontrar saída para os problemas e conflitos. Por isso, é importante também que a criança ou o adolescente esteja em local seguro e saudável, com vigilância constante. E, além disso, busque atendimento psicológico e psiquiátrico para um tratamento adequado.

Fatores de risco para o suicídio

Diferentes situações podem ser um fator de risco na infância e adolescência, como transtornos mentais não diagnosticados e/ou tratados, bullying na escola, traumas, abuso sexual, perda de um ente querido, uso de drogas e outras substâncias e divórcio dos pais. Entretanto, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos casos poderiam ser prevenidos pelo simples fato de se ter alguém com quem conversar.

setembro amarelo prevenção ao suicídio
90% dos casos de suicídio poderiam ser prevenidos pelo simples fato de se ter alguém com quem conversar.

Como prevenir?

Considerado um problema coletivo e de saúde pública, o suicídio pode ser prevenido com ações de promoção da saúde mental. Entre eles, incentivo a hábitos saudáveis, promoção e valorização de momentos de alegria e prazer compartilhados e acesso a serviços de saúde física e mental.

Além disso, Angelita também salienta que a criança ou o adolescente precisam ser ensinados a lidar com situações difíceis da vida. “O mundo impõe dificuldades às vezes. Mas elas podem ser enfrentadas e superadas de uma forma mais leve quando compartilhadas. Ampliar a visão de mundo e incentivar soluções para os problemas é uma responsabilidade coletiva”, finaliza a especialista.

  • Confira, no vídeo a seguir, como uma pergunta pode ajudar quem passa por algo difícil:

O Pequeno Príncipe é signatário do Pacto Global desde 2019. A iniciativa presente nesse conteúdo contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Saúde e Bem-Estar (ODS 3).

Acompanhe os conteúdos também nas redes sociais do Pequeno Príncipe e fique por dentro de informações de qualidade – FacebookInstagramTwitterLinkedIn e YouTube.

 

+ Notícias

22/09/2023

Onda de calor no Brasil: saiba como cuidar da saúde das crianças

Desidratação, cansaço, insolação e desconfortos respiratórios são apenas alguns dos problemas que o excesso de calor pode causar
21/09/2023

Pequeno Príncipe e seu compromisso com a equidade e inclusão

Neste Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, a instituição ressalta as adequações de acessibilidade nos espaços físicos e iniciativas para promover autonomia desse público
20/09/2023

Curitiba ganha data para celebrar Rei Pelé

Câmara Municipal aprova proposta sugerida pelo Complexo Pequeno Príncipe, que mantém o único projeto social apadrinhado pelo atleta
18/09/2023

Pequeno Príncipe celebra 50 anos do Programa Nacional de Imunizações (PNI)

Instituída em 1973, a iniciativa é referência mundial de política pública em saúde e segue os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS)
17/09/2023

Ouvir o familiar e o paciente é prioridade no Pequeno Príncipe

Neste Dia Mundial da Segurança do Paciente, o Hospital reforça que todas as crianças, adolescentes e acompanhantes precisam ser ouvidos
16/09/2023

Como ser doador de medula óssea?

Hospital Pequeno Príncipe, referência nacional em transplante de medula óssea em pacientes pediátricos, responde às principais dúvidas sobre esse ato de amor ao próximo
Ver mais