A conversa com o Pelé fez parte do projeto Canal Pequeno Príncipe, que trazia crianças da instituição como apresentadores e repórteres.
Gabriel Antoniutti tem 20 anos e passou a maior parte deles entre idas e vindas de hospitais para tratar as consequências de uma doença rara, que o obrigou a passar por mais de uma cirurgia. Mas as lembranças que tem do período em que esteve no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, não são tristes. Pelo contrário. Graças a um momento que ele mesmo define como mágico: Gabriel entrevistou Pelé. “Eu estava louco para vir embora, porque fazia dias que eu já estava lá [no Hospital], mas essa chance eu não podia perder”, afirma o jovem, que na época tinha 11 anos.
Gabriel é de Pato Branco, no Sudoeste do Paraná, e quando nasceu foi diagnosticado com mielomeningocele, uma má-formação da coluna vertebral que acontece ainda durante a gestação. A coluna vertebral, a medula espinhal e o canal da medula não se formam normalmente. Logo que nasceu, ele precisou passar por uma cirurgia e, anos depois, foi submetido a outras duas intervenções na instituição.
O bate-papo entre o menino do interior do Paraná que ama futebol e o “rei”, proporcionado pelo Hospital, entrou para a história.
Apaixonado por futebol, Gabriel recebeu o convite para entrevistar Pelé durante uma visita do Rei do Futebol ao Hospital Pequeno Príncipe. Como a cidade natal fica a 450km da capital, Curitiba, o pai ficava no interior, e era a mãe quem acompanhava o menino ao longo do tratamento.
“Minha mãe foi a uma videolocadora da cidade, alugou o filme do Pelé, e eu assisti umas três ou quatro vezes para saber a história dele, para ter o que falar”, revela Gabriel, entre risos. Aquelas imagens em preto e branco revelaram ao menino um mundo novo, com um “rei” que conduzia o esporte. “Ele pegava a bola no meio do campo e era um drible simples, mas no final dava certo, fazia gol, ajudava o companheiro. E tinha números, né? Batia as metas e fazia acontecer”, avalia.
Sobre a entrevista, o pequeno repórter precisou driblar um adversário de peso. “Quando Pelé entrou na sala, comecei a conversar com ele. Só que, daí, veio o nervosismo. Sei lá, as perguntas que eu tinha na cabeça… não vinha nenhuma! Aí acabou sendo uma conversa mesmo, de fã para ídolo”, confessa o jovem.
A conversa, publicada nas redes sociais do Hospital, fez parte do projeto Canal Pequeno Príncipe, que trazia crianças da instituição como apresentadores e repórteres, em um telejornal diferente e cheio de carisma. Gabriel explica: “É um canal feito só por crianças que fazem tratamento. Na hora em que Pelé chegou na sala, ele cumprimentou todo mundo e me deu um abraço. Até aquele momento não tinha caído a ficha, eu não tinha noção de quem era o Pelé.”
Sorridente, o Rei do Futebol respondeu a perguntas sobre Copa do Mundo e sobre os gols que marcou em sua carreira.
O bate-papo entre o menino do interior do Paraná que ama futebol e o “rei”, proporcionado pelo Hospital, entrou para a história. E Gabriel faz questão de lembrar aos amigos. “De vez em quando, até posto lá no Instagram um ‘TBT’ [do inglês Throwback Thursday, são fotos ou vídeos que não foram registrados no dia, porém são relembrados às quintas-feiras nas redes sociais] da minha foto com o Pelé, para causar um pouquinho de inveja. Mas nunca assisti ao programa inteiro, porque dá muita vergonha”, conta.
Apesar de tímido, o pequeno paciente, na época, não se intimidou. E guarda na memória os detalhes daquele encontro. “Pelé conseguiu perceber que eu estava nervoso, então ele falou um pouco mais e me deixou um pouco mais leve nas perguntas, digamos assim.”
Sorridente, o Rei do Futebol respondeu a perguntas sobre Copa do Mundo, sobre Neymar e sobre os gols que marcou em sua carreira. Gabriel, entretanto, hoje mais velho, gostaria de ter feito outra pergunta. “Acho que uma pergunta que eu teria hoje é se ele tem noção de tudo o que ele foi e de tudo o que fez para o futebol”, diz.
A entrevista aconteceu em 2013, quando Gabriel tinha apenas 11 anos.
“Porque até hoje Pelé serve de inspiração, não só para a garotada que quer ser jogadora de futebol, para o pai e para o avô que contam histórias, mas também para muitos jogadores. Por exemplo, o Neymar e o próprio Mbappé, que trocou mensagens com ele [Pelé]. Eu fico às vezes pensando se ele tinha noção que seria desse tamanho.”
Morando em Pato Branco e ainda apaixonado por futebol (usando uma camisa do Brasil no dia da entrevista), Gabriel não hesita quando perguntado sobre quem foi Pelé: “O maior de todos os tempos”, responde.
O convite para entrevistar o maior jogador da história, que desde 2005 dá nome ao Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, mudou para sempre a experiência de Gabriel. “Até hoje tenho memórias de momentos daquela entrevista. E dá aquela sensação de alegria. É algo mágico, para o resto da vida”, conclui.
Sobre o Canal Pequeno Príncipe
O Canal Pequeno Príncipe foi um projeto cultural viabilizado por meio da então Lei Rouanet de Incentivo à Cultura. Foi desenvolvido no Hospital Pequeno Príncipe no segundo semestre de 2013 e contou com oficinas sobre a arte cinematográfica, nas quais foram abordadas histórias de vida, realizações profissionais e superação. Pacientes e familiares tiveram a oportunidade de conhecer técnicas de produção, equipamentos e linguagem audiovisual.
Após a apresentação desses conceitos, as crianças e os adolescentes que participaram da iniciativa saíam pelo Hospital para conversar e trocar experiências com outras pessoas, coletar histórias por meio de entrevistas e filmagens sobre o dia a dia do Pequeno Príncipe, incluindo as visitas que a instituição recebe. Além disso, os pacientes apresentavam os programas nos quais essas entrevistas eram exibidas – entre elas, conversas com Pelé; a presidente voluntária da Associação Hospitalar de Proteção à Infância Dr. Raul Carneiro, Ety da Conceição Gonçalves Forte; o diretor-corporativo do Complexo Pequeno Príncipe, José Álvaro da Silva Carneiro; e jogadores do Botafogo e do Santos Futebol Clube, como Seedorf e Edu Dracena.
Gabriel não hesita quando perguntado sobre quem foi Pelé: “O maior de todos os tempos”, responde.
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