Ivan Beira Fontoura: nota de pesar pelo falecimento do pediatra

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Nota de pesar pelo falecimento do pediatra Ivan Beira Fontoura

O médico e gestor, que ajudou a transformar o Pequeno Príncipe em um centro de saúde referência no país, deixa um legado de constante busca pela qualidade da assistência infantojuvenil
13/10/2023
Ivan Beira Fontoura
O médico Ivan Beira Fontoura marcou a história centenária do Pequeno Príncipe.

Com paciência e atenção mescladas à ética, ao profissionalismo e ao amor pela pediatria, o médico Ivan Beira Fontoura marcou a história centenária do Pequeno Príncipe. Sua atuação no Hospital ajudou a mudar a realidade de crianças e adolescentes de todo o país. Ao lado da presidente voluntária da mantenedora da instituição, Ety Gonçalves Forte, foi responsável por transformar o Pequeno Príncipe em um centro pediátrico de referência nacional.

Em citação para o Livro dos 90 anos do Pequeno Príncipe, em 20 de janeiro de 2015, o pediatra falou: “Sempre procurei reduzir o número de exames para a necessidade real da criança. É uma questão de usar mais a cabeça e as mãos do que a caneta. Dá para fazer medicina assim, com paciência e atenção. É procurar pensar que a pediatria tem de ter aspectos muito humanos desde a maternidade.”

Esse cuidado era percebido pelos colegas ao longo da carreira. “Dr. Ivan foi um exemplo da pediatria no Paraná, exemplo de postura e de atendimento humanizado. Por décadas, a atuação e dedicação dele no Hospital Pequeno Príncipe ajudou a mudar a realidade de crianças e adolescentes de todo país e transformar o Hospital em um centro pediátrico de referência nacional. Ele deixa um legado de empatia, compaixão e respeito ao próximo,” afirma o diretor-técnico do Hospital Pequeno Príncipe, Donizetti Dimer Giamberardino Filho.

Ivan Beira Fontoura
Ao lado da presidente voluntária Ety Gonçalves Forte, foi responsável por transformar o Pequeno Príncipe em um centro pediátrico de referência nacional.

Trajetória de Ivan Beira Fontoura

Ao todo, 38 anos da carreira do pediatra foram dedicados ao Hospital. O médico manteve-se à frente da instituição durante três décadas – entre 1975 e 2005, período em que foi diretor Geral, Clínico e de Planejamento. Na direção do Pequeno Príncipe, Ivan exerceu papel de conciliador – exaltando o bom trabalho desempenhado por toda a equipe e em busca de soluções coerentes para satisfazer os anseios dos trabalhadores.

Além disso, atuou como mentor para Ety Gonçalves Forte, presidente da Associação Hospitalar de Proteção à Infância Dr. Raul Carneiro. Assim, o médico contribuiu para sustentar o Hospital como uma instituição moderna e atual, acompanhando o progresso médico e o avanço da tecnologia. Durante suas gestões, mesmo com escassez de recursos, o Pequeno Príncipe teve a estrutura ampliada, implantou as UTIs pediátrica, cardíaca, neonatal e cirúrgica e deu início a novos serviços.

Nascido na Lapa (PR), em 1926, Ivan alimentou o desejo de ser médico desde a infância. Formado em Medicina pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 1951, com mestrado pela Universidade da Califórnia, Berkeley (EUA) e doutorado pela Universidade Paris I, Sorbonne (França), também foi diretor em outros hospitais e secretário estadual da Saúde entre 1971 e 1975. Nesse período, campou duas lutas: diminuir a meningite e erradicar a poliomielite no Paraná.

Em 52 anos, Ivan dividiu as diversas atribuições assumidas com o trabalho em seu consultório. Com humildade e simplicidade, nunca deixou de atender as crianças, com quem buscava manter diálogo desde a maternidade, e dar a atenção devida às famílias dos pacientes. Diante de tantas tarefas, os dias eram curtos para Ivan.

Desde 2005, o médico vivia no Litoral paranaense. A região sempre teve a atenção do pediatra. Ele foi responsável pela fundação do Hospital Infantil do Litoral, no começo da década de 1970, e instituiu um programa de assistência médica em benefício das famílias que vivem nas ilhas.

O pediatra Ivan faleceu na última quinta-feira, dia 12. Ele deixa seis filhos. Entre eles, Cibele Fontoura, que é responsável pelo Serviço de Fonoaudiologia do Pequeno Príncipe.

“O meu pai foi a principal inspiração para eu escolher seguir a área da saúde. Isso porque, ainda criança, tínhamos sempre uma parada aqui no Pequeno Príncipe nos fins de semana, quando ele vinha atender alguma emergência. Então, acredito que isso de tratar as pessoas e dar a elas uma condição melhor de saúde sempre esteve no meu sangue. Hoje, meu pai está com 96 anos e, desde que a pandemia começou, ele parou de atuar, por conta do risco de contaminação. Porém, a instituição não sai da mente, e ele sempre se preocupa e pergunta: ‘E o Hospital, como que está?’” contou a profissional em entrevista para a série “Sua História, Nossa História”.

Ivan Beira Fontoura
O Pequeno Príncipe se solidariza com seus familiares, amigos e colegas. Ivan Beira Fontoura deixará saudades e seu legado será eterno.

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