Morte súbita cardíaca em crianças e adolescentes

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Morte súbita cardíaca em crianças e adolescentes

Entenda como acontece, as causas e a importância do histórico familiar para diagnóstico, tratamento e prevenção
03/10/2024
Morte súbita cardíaca em crianças e adolescentes
A análise clínica detalhada, por um eletrofisiologista pediátrico, é essencial para prevenir a morte súbita cardíaca em crianças e adolescentes.

A morte súbita cardíaca ocorre quando o coração para de bater de forma inesperada, sem nenhuma razão aparente, em pessoas previamente saudáveis. Ou seja, não há nada que pudesse justificar o desfecho de óbito. A prevenção é possível, principalmente com o conhecimento do histórico familiar, sintomas prévios ao evento e o acompanhamento em centros de referência, como o Hospital Pequeno Príncipe, especializado em pediatria.

Segundo a cardiologista Lânia Fátima Romanzin Xavier, responsável pelo Serviço de Eletrofisiologia da instituição, a morte súbita em crianças é rara, com aproximadamente um caso a cada cem mil. “No entanto, em cidades como Curitiba, essa estatística ganha relevância. No Brasil, há entre 250 mil e 300 mil mortes súbitas por ano, abrangendo todas as faixas etárias. Entre as crianças, a principal causa é de origem genética”, destaca.

Como acontece a morte súbita cardíaca?

Quando ocorre uma alteração do ritmo do coração (arritmia específica, conhecida como fibrilação ventricular), o órgão perde sua capacidade coordenada de contrair e relaxar, essencial para bombear sangue de maneira eficaz. Isso resulta em uma desorganização elétrica que pode causar desmaios.

Se o ritmo cardíaco normalizar, o paciente acorda; se não, pode necessitar de intervenções como cardioversão ou desfibrilação para evitar um desfecho fatal. “Então, o desmaio é um sinal crucial, pois indica que a função cerebral foi temporariamente comprometida devido ao baixo fluxo sanguíneo causado pela arritmia grave”, explica a cardiologista.

Principais causas da morte súbita cardíaca em crianças e adolescentes

No caso de crianças e adolescentes, a principal causa é genética e envolve uma ampla gama de doenças cardíacas. Isso significa que, muitas vezes, há um histórico familiar, no qual um parente pode portar o gene relacionado à condição, com ou sem manifestação dos sintomas.

As causas da morte súbita cardíaca incluem alterações genéticas no músculo do coração, como miocardiopatias, e doenças cardíacas elétricas. Enquanto as miocardiopatias geralmente apresentam sintomas como cansaço e tontura, as doenças cardíacas elétricas tendem a manifestar-se em indivíduos aparentemente saudáveis, sendo a arritmia o único sintoma que leva à morte súbita. Por isso, a história familiar é um fator crucial para o diagnóstico e prevenção.

Importância do histórico familiar para o diagnóstico

Se houver na família alguém que sofreu morte súbita cardíaca, especialmente antes dos 40 anos, todos os membros da família devem ser investigados. Isso pode prevenir eventos fatais, já que muitas vezes os pacientes são assintomáticos, especialmente crianças e adolescentes.

“Sempre falo para meus pacientes: ‘Sentem com seus e/ou avós e façam uma árvore genealógica’”, reforça a médica. Abaixo, alguns pontos que devem ser observados no histórico familiar e podem alertar sobre a necessidade de uma avaliação cardiológica detalhada em crianças e adolescentes:

  • morte súbita em familiares antes dos 40 anos;
  • desmaio seguido de reanimação cardíaca (com ou sem internamento);
  • diagnóstico prévio de canalopatia ou outra doença cardíaca genética;
  • bebês nascidos mortos ou abortos tardios (a partir do sétimo mês);
  • morte súbita durante o sono ou em atividades físicas;
  • relatos de parentes próximos ou distantes com eventos cardíacos inexplicáveis.

Alerta para o consumo de energético

Além das causas genéticas e de traumas, fatores externos também podem desencadear morte súbita cardíaca em crianças e adolescentes. O consumo de energéticos, por exemplo, contém substâncias que afetam os receptores cardíacos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou para o risco de arritmias potencialmente fatais associadas ao consumo dessas bebidas. Quando combinados com álcool, o risco é ainda maior. Apesar de serem produtos lícitos e de fácil acesso, mesmo pequenas quantidades podem desencadear problemas graves, especialmente se o coração estiver em um momento vulnerável.

Tratamento

Quando é identificada uma predisposição para morte súbita cardíaca na família, a orientação é buscar um cardiologista especializado, preferencialmente um eletrofisiologista pediátrico. Além de exames (eletrocardiograma, ecocardiograma, ressonância magnética, Holter, teste de esforço), é essencial uma análise clínica detalhada. A interpretação adequada depende da experiência do profissional, pois cardiopatias latentes podem parecer normais sem a devida análise.

Quanto ao tratamento, ele varia conforme a gravidade da cardiopatia. Para cada caso, há critérios específicos que determinam a melhor abordagem. Nos leves, pode ser feito apenas acompanhamento clínico. Em outros, o paciente pode precisar de medicamentos e mudanças nos hábitos de vida. Nos graves, é possível implantar um dispositivo eletrônico, como o desfibrilador implantável (CDI), que atua rapidamente em caso de arritmia, aplicando um choque em poucos segundos para restaurar o ritmo cardíaco.

Serviço de Eletrofisiologia

O Serviço de Eletrofisiologia do Hospital Pequeno Príncipe é referência na América Latina. Conta com ambulatório específico para avaliação de dispositivos eletrônicos, além de um centro de colocação de marca-passos para crianças e adolescentes. Na instituição, o foco é diagnosticar e tratar problemas cardíacos desde a vida intrauterina até os 18 anos. Nesse sentido, a equipe multiprofissional realiza uma investigação minuciosa, buscando identificar cardiopatias genéticas e assintomáticas, mesmo que a criança não apresente sintomas evidentes. “Das pessoas que têm o evento de arritmia cardíaca grave e morte súbita, apenas 10% sobrevivem fora do ambiente hospitalar. Então, nosso objetivo é antecipar esses eventos graves antes que eles ocorram”, finaliza.

O Pequeno Príncipe é signatário do Pacto Global desde 2019. E a iniciativa presente nesse conteúdo contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3: Saúde e Bem-Estar (ODS 3).

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