Ety Cristina Forte Carneiro: a diretora que sonha e realiza em prol da saúde infantojuvenil

Sua história, nossa história

Ety Cristina Forte Carneiro: a diretora que sonha e realiza em prol da saúde infantojuvenil

“O que o hospital tem de mais especial são as pessoas que acreditam que o futuro não é um lugar para onde estamos indo mais uma realidade que criamos juntos.”
24/11/2020
Ety Cristina Forte Carneiro
Ety Cristina Forte Carneiro deixou a profissão de arquiteta para começar a sua trajetória inspiradora no Hospital Pequeno Príncipe.

A história da diretora Ety Cristina Forte Carneiro no Pequeno Príncipe começou em 1966, quando a sua mãe – Dona Ety, como é carinhosamente chamada – assumiu voluntariamente a presidência da associação mantenedora do Hospital. Em uma época em que os protocolos de saúde permitiam, ela e as irmãs – Tatiana e Patrícia – cresceram pelos corredores da instituição. Muitos sonhos de infância nasceram aqui. Dentre eles, o de ser cientista. Essa vontade de criança levou a então jovem Ety Cristina para a Faculdade de Medicina. Durante o curso, sentiu falta de um olhar mais humanizado para o paciente e partiu para a Arquitetura. A carreira estava bem-sucedida, porém, a vontade de cuidar continuava pulsante em seu coração e em 1997 deixou a profissão de arquiteta para começar a sua trajetória inspiradora no Hospital Pequeno Príncipe. Foi aí que iniciaram novos sonhos e realizações. Dentre eles, destaque para a participação decisiva na estruturação da Faculdades e do Instituto de Pesquisa Pelé, unidades de ensino e pesquisa que compõem o Complexo Pequeno Príncipe; e agora também na liderança de um novo projeto grandioso: a construção do Pequeno Príncipe Norte.

O primeiro grande desafio

“Iniciei o trabalho no Hospital em julho de 1997, no escritório da qualidade, coordenado pelo fabuloso Dr. Ivan Fontoura, médico e ser humano incrível. Logo após, a instituição ia fazer um grande congresso pediátrico, o gerente de marketing tinha saído e a direção me chamou. Eu olhei a apresentação e percebi que a sociedade desconhecia as características especiais do Pequeno Príncipe, não visar lucro, destinar 70% do atendimento ao SUS, ter equidade…. Então, propus para a diretoria que eu aceitaria o desafio de conduzir o congresso se pudesse readequar a Comunicação. Eles aceitaram e eu comecei.”

Novos rumos para a captação de recursos ao Hospital

“O congresso foi um sucesso, teve mais de 4.500 participantes, os convidados adoraram e acabou virando uma tendência mundial – mas sobrou uma conta para o hospital. Ao ir apresentar o evento para os fornecedores, percebi que eles sabiam da nossa excelência na área de saúde, mas desconheciam que éramos filantrópicos: não visamos lucro, atendemos 70% SUS. Foi aí que vi a oportunidade de reapresentar o hospital para a sociedade em geral. Começamos a pensar primeiro como nós iríamos abordar as pessoas, já que elas tinham a referência de que o Pequeno Príncipe era o hospital que elas queriam para as suas crianças. Mas não tinham noção da filantropia e nem do grau de complexidade do que acontecia aqui dentro. Era o hospital dos sonhos de todas as mães, mas elas não sabiam que tínhamos 32 especialidades, e que éramos pioneiros na área oncológica e UTI pediátrica. Começamos a mostrar que precisamos ter equidade no atendimento. Então saúde, políticas de alimentação, educação, cultura, presença familiar, integração à comunidade, compreensão da importância de sustentabilidade e equilíbrio com a natureza são imprescindíveis para quem quer cuidar.”

O cuidado além da doença

“O Hospital nem sempre pode curar, mas sempre pode cuidar. Além da doença e para além dos nossos muros, o Pequeno Príncipe não é só um hospital. Temos, também, a Faculdades e o Instituto de Pesquisa. É um complexo que trabalha a integração entre assistência, ensino e pesquisa, que os grandes hospitais mundiais têm. E o que temos de mais especial são as pessoas que acreditam que o futuro não é um lugar para onde estamos indo mais uma realidade que criamos juntos. Por meio dos profissionais, cada criança que é internada no nosso Hospital tem a oportunidade de receber melhor que a medicina pediátrica oferece, mas também oportunidades para continuar os estudos escolares, ter acesso a apresentações culturais incentivadoras. Tudo que alguém que está no hospital precisa é não ser paciente, mas sim protagonista: é estar ativo, querer alegria, querer produzir, se sentir pertencente, querer fazer mais. Esse é um grande projeto, bem além da saúde física.”

A humanização na forma de gerir

“Já havia no Hospital esse conceito de humanização, pois o princípio de amor às crianças sempre norteou o trabalho da Associação. Algumas ações já existiam, mas nem sempre estavam formalizadas. Os princípios de humanização foram sistematizados e ganharam visibilidade, acentuando a qualidade dos serviços oferecidos pela instituição. Um grande marco para os pacientes, médicos e colaboradores foi o Programa Família Participante, em 1982. Ele viabiliza a presença de um familiar com a criança internada durante 24 horas por dia, reduzindo o período de internação e fazendo com que mais crianças possam ser atendidas com a excelência do Pequeno Príncipe. Essa iniciativa se tornou precursora de política pública em todo o Brasil. O Pequeno Príncipe também é pioneiro em educação no ambiente hospitalar. Desde 1987, a instituição disponibiliza atendimento educacional aos pacientes internados e promove uma intensa programação cultural, com oficinas de música, teatro, cinema, artes plásticas e fotografia, sessões de cinema, contação de histórias e apresentações teatrais, que proporcionam momentos que encantam os pacientes. Além disso, há projetos que permitem a troca de experiências sobre diversos assuntos – como história, cultura, saúde e bem-estar – e a difusão de saberes.”

O desejo de transformar o Pequeno Príncipe em um dos melhores hospitais do mundo

“Quando vim para o Pequeno Príncipe eu tinha uma expectativa muito grande e me cobrava muito. Já era fantástico, mas como eu poderia ajudar a fazer cada vez mais? Eu desisti da Medicina pela Arquitetura, conheci meu marido, tenho meus filhos, que são os amores da minha vida, e voltei para essa área de cuidar das pessoas – não sendo médica, mas sim com planejamento. Estou aqui, agora também com uma netinha, e tenho a obrigação de querer ser um dos melhores hospitais do mundo – e eu quero. Quando decidimos abrir o Instituto de Pesquisa disseram que éramos loucos. A mesma coisa na educação e cultura. A gente se inspira em bons projetos e no exemplo de várias pessoas que querem equidade e entendem essa interação de garantia de direitos com sustentabilidade numa sociedade em que todas as crianças tenham as mesmas oportunidades.”

A melhor lição que já recebeu e sua eterna fonte de inspiração

“A melhor lição, sem dúvida, foi o exemplo diário de dedicação da minha mãe. Ela assumiu a presidência da mantenedora do Hospital de Crianças César Pernetta em 1966. Na época, a situação era bem delicada. Com muito trabalho, a Dona Ety, como é conhecida, conseguiu transformar a instituição e oferecer saúde de qualidade. O desafio então, passou a ser atender mais crianças. Com muita articulação e capacidade de mobilização da sociedade, ela implantou o Pequeno Príncipe, que hoje é o maior hospital pediátrico do Brasil e referência em diversas especialidades. Ela é, sem dúvida, uma inspiração para mim e para as nossas equipes. Eu tenho o privilégio de poder levar adiante essa história de cuidado às crianças, que são a razão do nosso trabalho. Se tivesse que escolher uma citação, ficaria com um ensinamento profundo de Carl Jung, porque, na minha opinião, resume muito bem o papel de um líder: ‘Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana’. E se tivesse que me definir, diria que eu sou um território de compartilhamento de sonhos e realizações. Eu me permito sonhar e me conectar com pessoas de diversas áreas para juntos, conquistarmos diversas realizações.”

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Gala Pequeno Principe. 14-outubro-2019, Gothan Hall, NYC

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