Uma atenção especial às alergias alimentares
Nas últimas três décadas, inúmeros estudos realizados em diversos países constataram uma maior incidência dos casos de alergia em geral entre a população do planeta. Quando ela é provocada pela ingestão de alimentos, torna-se fundamental uma atenção ainda maior na infância.
Por conta disso, “Alergias Alimentares” foi o destaque da terceira live do Hospital Pequeno Príncipe voltada aos cuidados com a saúde infantojuvenil. O médico Mário Vieira, chefe do Serviço de Gastroenterologia Pediátrica e Endoscopia Digestiva da instituição, fez importantes observações e esclareceu dúvidas essenciais durante o encontro promovido no dia 12 de agosto.
Transmitido pelo perfil do Hospital no Instagram, o bate-papo virtual, realizado a cada 14 dias, sempre às quartas-feiras, às 17 horas, percorreu importantes questões relacionadas às alergias alimentares – o que são, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento. Também participaram das lives o vice-diretor técnico do Pequeno Príncipe, o infectologista pediátrico Victor Horácio de Souza Costa Júnior, que esclareceu dúvidas importantes no painel “Retorno às Aulas e Pandemia – Quais as Perspectivas em Meio ao Cenário Atual?”, e a médica imunologista pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe e pesquisadora do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, Carolina Prando, que abordou o tema “Seu Filho tem Infecções de Repetição?”.
Frequência
Vieira explicou que há muita confusão no entendimento do assunto. “Tratam-se de reações adversas do organismo quando ele entra em contato com o alimento. Só que nem todos esses casos são provocados por alergia”, completou.
O médico salienta que a diferença está no envolvimento do sistema imunológico no processo. “Ele protege nosso organismo das infecções e pode se manifestar de forma exacerbada diante de algum alimento. Por conta disso, é importante observar, pois é necessário uma predisposição genética que facilite essa reação”, comentou.
Entre as crianças, o caso mais comum de alergia alimentar está relacionado à proteína do leite de vaca. “Na sequência vem a soja, trigo, ovo, castanha, amendoim, sementes oleaginosas de maneira geral e os frutos do mar”, enumerou o especialista.
No caso de meninas e meninos de até 4 anos, é importante observar sintomas como vômito excessivo, irritabilidade, cólica, diarreia e constipação em paralelo com dermatite, inflamação na pele e até mesmo sangue nas fezes. “Do ponto de vista gastrointestinal, depende muito da idade e dos alimentos envolvidos o diagnóstico. Por isso, os exames adequados e o bom histórico clínico são fundamentais”, reforçou.
Algumas alergias se manifestam imediatamente (ingestão, por exemplo, de camarão com consequente vermelhidão da pele e inchaço dos olhos) e outras tardiamente. “Podem levar horas, dias e até semanas. Aparentemente, têm menor risco, mas são mais difíceis de serem diagnosticadas”, avaliou.
No quesito prevenção, prevalece a amamentação como melhor estratégia para assegurar a boa saúde das crianças. Como o sistema imunológico ainda não está completamente maduro na Primeira Infância, o leite materno, entre outros inúmeros benefícios, faz a diferença.