Nenhum Beijinho à Força alerta sobre violência infantojuvenil

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Contação de histórias alerta sobre violência contra crianças e adolescentes

O projeto Nenhum Beijinho à Força, que tem o Pequeno Príncipe como instituição beneficiada, aborda o assunto de forma lúdica e literária
10/10/2023
nenhum beijinho à força
Pequeno Príncipe é a instituição beneficiada pelo projeto Nenhum Beijinho à Força. (Foto: Lucas Amorim)

A violência contra crianças e adolescentes é uma triste realidade no Brasil. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, entre os crimes não letais contra crianças e adolescentes de 0 a 17 anos, foram registrados 51.971 casos de estupro, 1.630 de pornografia infantojuvenil e 889 de exploração sexual em 2022. O projeto Nenhum Beijinho à Força, que tem o Pequeno Príncipe como instituição beneficiada, propõe contação de histórias com a temática da prevenção ao abuso sexual infantil. O livro “Pipo e Fifi” é destinado às crianças até 7 anos de idade; já a obra “Não Me Toca, Seu Boboca” é voltada para maiores de 7 e adolescentes. 

Importância de falar sobre violência contra crianças e adolescentes

O Serviço de Psicologia do Hospital acompanha todas as sessões de contação de histórias e oferece suporte aos ouvintes. “Quando falamos sobre sexualidade e intimidade, pode ser que algumas pessoas fiquem desconfortáveis ou que lembrem de alguma situação. Por isso, precisamos ter cuidado de como o que é falado impacta quem está ouvindo”, explica a psicóloga e coordenadora do Serviço de Psicologia do Pequeno Príncipe, Angelita Wisnieski da Silva. 

O Hospital é referência no atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência. Para a psicóloga, é muito importante falar sobre o assunto para prevenir e ajudar a reconhecer as situações. “Quando conversamos sobre a temática, buscamos desconstruir a ideia de que o assunto não pode ser falado ou que seja algo proibido a ponto de levá-los a criar fantasias desproporcionais. Precisamos falar para desmistificar o tema – que, de modo geral, ainda é tratado na infância como um tabu”, diz.

Quando os pais ou responsáveis não conseguem conversar sobre a questão com as crianças e adolescentes, a recomendação da psicóloga é que busquem materiais de apoio para os auxiliar. Quando as perguntas sobre o assunto surgirem, os pais ou responsáveis não deverão repreender as crianças, mas dar uma resposta proporcional ao que foi perguntado. “O tanto que os pequenos conseguem compreender vem deles. A resposta precisa ser a partir do que a criança possa imaginar e entender, mas só saberemos disso se explorarmos a pergunta”, finaliza.     

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Temas importantes são trabalhados de forma lúdica com as crianças e adolescentes do Hospital. (Foto: Lucas Amorim)

Campanha Pra Toda Vida

A Campanha Pra Toda Vida – A Violência não Pode Marcar o Futuro das Crianças é promovida pelo Hospital Pequeno Príncipe para dar visibilidade ao tema. Todos os anos, a instituição recebe crianças e adolescentes vítimas de vários tipos de violência: sexual, física, psicológica, negligência ou autolesão. Em 2022, foram 652 atendimentos – um crescimento de 5,5% em relação aos dados de 2021. A pouca idade das crianças atendidas no Hospital é um dos dados alarmantes: 63% delas estavam na primeira infância, ou seja, tinham até 6 anos.

Desde 2006, a instituição promove ações de combate à violência por meio de manuais e palestras educativas voltadas a profissionais de saúde e da educação, livros sobre autoproteção direcionados ao público infantojuvenil, e mobilização da comunidade.

Projeto Nenhum Beijinho à Força

Nenhum Beijinho à Força estimula o debate sobre a violência contra a população infantojuvenil e fomenta o conhecimento e a autonomia. Para isso, prevê a realização de palestras sobre direitos da infância e adolescência para professores e educadores, contação de histórias no Hospital Pequeno Príncipe e tradução e publicação de dois livros alemães. 

As obras “Kein Küsschen auf Kommando” (“Nenhum Beijo à Força”) e “Kein Anfassen auf Kommando” (“Nenhum Carinho à Força”), da autora alemã Marion Mebes, serão traduzidas e publicadas pela primeira vez no Brasil. Os livros possuem exemplos ilustrados por Lydia Sandrock, com a intenção de auxiliar as crianças e adolescentes a identificar ameaças e assegurar que entendam os limites do que são relacionamentos saudáveis e seguros. 

Viabilizado pela Lei Rouanet, tem como instituição beneficiada o Hospital Pequeno Príncipe e conta com patrocínio de Cocamar, Postos Pelanda, Renner Sayerlack, Deal Technologies, Ocean Network Express, WDB, GV2C, ALT, Golfleet, Stang Distribuidora e LFC Inox. 

O Pequeno Príncipe é signatário do Pacto Global desde 2019. A iniciativa presente nesse conteúdo contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Paz, Justiça e Instituições Eficazes (ODS 16).

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