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Junte-se a nós contra a violência!
Diariamente, crianças e adolescentes têm a vida comprometida por conta da violência. Na maioria das vezes, praticada por alguém que faz parte do seu vínculo familiar e que deveria protegê-los. Não podemos ficar indiferentes! Precisamos agir, tanto para fomentar o tema quanto para denunciar abusos e maus-tratos. Não há tempo a perder!
Silenciar diante da violência é ser cúmplice dela.
Meninos e meninas têm o direito de viver e desenvolver-se livres de maus-tratos e agressão.

Dados do Pequeno Príncipe – referência no atendimento do público infantojuvenil em situação de violência – apresentam um triste panorama, com crescente número de casos e diferentes tipos de violências contra crianças e adolescentes de 0 a 18 anos. Nos últimos 20 anos, até 2024, foram atendidos dez mil meninos e meninas por suspeita de violência.
No recorte dos últimos dez anos, os casos praticamente dobraram: saltaram de 378 atendimentos em 2014 para 720 em 2024. Os números são crescentes, extrapolam as estatísticas anteriores à pandemia de COVID-19 e, infelizmente, caminham lado a lado com o panorama nacional.
O mais triste disso tudo é que, em 72% dos 720 casos, a violência foi praticada por pessoas do vínculo familiar (548 registros). A violência tem também perfil: em 67% dos casos identificáveis (615), o agressor foi um homem. E as meninas a maioria absoluta das vítimas: 71% dos atendimentos.
Violência sexual
É como se, a cada dia, a instituição recebesse dois casos para serem cuidados. O que chama atenção é o elevado número de crianças de 0 a 6 anos: 474 foram atendidas no Hospital. Dessas, 309 em decorrência de violência sexual, o que representa 73,5%. As meninas continuam sendo as que mais sofrem com essa violência brutal, 244, e as duas mais jovens eram bebês de apenas 4 meses de vida.
A cada 8 minutos, uma criança ou adolescente
sofre abuso sexual no Brasil.
(Fonte: UNICEF e FBSP)
Não podemos ficar indiferentes! Como sociedade, precisamos trazer à tona esse tema todos os dias. Os impactos físicos e psicológicos dos diferentes tipos de violência são enormes – vão desde ansiedade e transtornos depressivos até tentativas de suicídio e comprometem o desenvolvimento infantojuvenil de milhares de crianças.
Primeira Infância em risco
Quando olhamos para o recorte da Primeira Infância, até 6 anos de idade, os dados de atendimento do Pequeno Príncipe chocam ainda mais. Foram 474 bebês e crianças com algum indício de violência. A maioria, 309, chegou por suspeita de violência sexual. E o mais triste: 73% dessas crianças foram agredidas por alguém da própria família.
A primeira infância é imprescindível para o desenvolvimento saudável. É até os anos de vida que as bases para a saúde física, emocional, cognitiva e social são estabelecidas.
Passar por situações de estresse, como a exposição à violência, coloca em risco o desenvolvimento e pode causar danos irreversíveis ao cérebro e à saúde dessas crianças que podem durar por toda vida, conforme alertam especialistas da ONU.
É imprescindível que todos os setores da sociedade ajam em conjunto para proteger essas crianças e incentivem as denúncias.
Ambulatório Proteger
O Hospital Pequeno Príncipe também oferece acompanhamento psicológico específico a crianças e adolescentes vítimas de violência atendidos na instituição, inclusive após a alta hospitalar. São priorizados casos de abuso sexual intrafamiliar e autoagressão devido ao alto grau de risco psíquico. Os profissionais do Serviço de Psicologia realizam consultas periódicas, a partir dos encaminhamentos das equipes clínicas. Em 2024, totalizaram 1.155 atendimentos a 170 crianças e adolescentes.
Por meio de assistências individuais com pacientes e familiares, o tratamento tem como objetivo possibilitar a elaboração de problemáticas, conflitos e sofrimentos sobre a situação de violência sofrida, contribuindo para a superação das vivências associadas às agressões e diminuição das sequelas na idade adulta.
A proposta de tratamento consiste no cuidado em saúde mental e repercute não apenas no âmbito individual – por parte dos pacientes e familiares –, mas também no âmbito social, na esfera intra e extrafamiliar, pois contribui para interromper o ciclo de violência, infelizmente retroalimentado na sociedade.
