Ação 2024

Diariamente, crianças e adolescentes têm a vida comprometida por conta da violência – na maioria das vezes praticada por alguém que deveria protegê-los por fazer parte do seu vínculo familiar. Não podemos ficar indiferentes! Precisamos agir, tanto para fomentar o tema quanto para denunciar abusos e maus-tratos. Não há tempo a perder!

Violência contra crianças e adolescentes é uma violação dos direitos humanos.

Dados do Pequeno Príncipe – referência no atendimento do público infantojuvenil em situação de violência – apresentam um triste panorama, com crescente número de casos e diferentes tipos de violências contra crianças e adolescentes de 0 a 18 anos. Nas últimas duas décadas (2003 a 2023), somente na instituição, foram atendidos mais de nove mil meninos e meninas por suspeita de violência. No recorte dos últimos dez anos, os casos dobraram, saltaram de 373 atendimentos em 2013 para 745 em 2023. Se comparado com 2022, o aumento no último ano foi de 14%. Os números são crescentes, extrapolam as estatísticas anteriores à pandemia de COVID-19 e, infelizmente, caminham lado a lado com o panorama nacional.

Na realidade mais próxima, em 2023, foram atendidos no Pequeno Príncipe 745 meninos e meninas por suspeita de abusos e maus-tratos. É como se, a cada dia, a instituição recebesse dois casos para serem cuidados. O que chama atenção é o elevado número de crianças de 0 a 3 anos. A predominância continua sendo a violência sexual (69%) contra meninas (80%). No último ano foram 231 meninas, e a menor tinha apenas 4 meses de vida.

Na maioria das vezes, a violência é praticada por pessoas do próprio vínculo familiar da criança e do adolescente, as quais justamente deveriam proteger. O lar, que precisaria ser um local seguro, sem abusos ou agressões, infelizmente não é o que se percebe por meio dos casos. No ano passado, em 73,5% dos atendimentos no Hospital, a natureza da agressão foi doméstica, totalizando 548 ocorrências. Em 67% dos casos identificáveis (615), o agressor foi um homem.

Não podemos ficar indiferentes! Como sociedade, precisamos trazer à tona esse tema todos os dias. Os impactos físicos e psicológicos dos diferentes tipos de violência são enormes – vão desde ansiedade e transtornos depressivos até tentativas de suicídio e comprometem o desenvolvimento infantojuvenil de milhares de crianças. A denúncia – que pode ser anônima – em caso de suspeita de violação de direitos é imprescindível.

Junte-se ao Pequeno Príncipe e mobilize mais pessoas a se engajarem na causa da proteção infantojuvenil.

Atenção especial para a Primeira Infância (de 0 a 6 anos)

No último ano, no Hospital Pequeno Príncipe, 70,4% dos atendimentos suspeitos de violência foram a crianças na fase da Primeira Infância. Esse percentual representa 525 meninas e meninos que tiveram o seu direito violado, sendo que 245 tinham até 2 anos de idade, 353 eram meninas, 331 por violência sexual, e em 74 casos não foi a primeira vez.

Os primeiros anos são a base para o desenvolvimento humano. A violência na infância é uma marca que afetará toda a vida de uma pessoa. Abuso, agressão e maus-tratos na Primeira Infância (de 0 a 6 anos) colocam em risco, principalmente, a saúde e a educação das crianças.  Essas situações trazem consequências mentais e fisiológicas negativas em longo prazo e podem causar mudanças permanentes no cérebro, com impactos na aquisição da linguagem, no funcionamento cognitivo e no autocontrole, por exemplo.

Além disso, também pela pouca idade e ainda falta de maturidade e discernimento, a criança não consegue identificar o que é violência, defender-se dessas situações ou pedir ajuda. Por isso, há a necessidade de um olhar diferenciado para essas situações e de apoio.

Mobilização social

O Pequeno Príncipe trabalha diariamente para evitar os casos de agressões e abusos contra meninos e meninas, e, desde a década de 1970, mobiliza a população para colaborar com a superação da violência contra o público infantojuvenil. A instituição faz parte da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco para a Violência e mantém a constante capacitação e atualização dos profissionais que atuam no atendimento às vítimas de violência.

O Hospital também realiza, há 18 anos, a Campanha Pra Toda Vida – A Violência não Pode Marcar o Futuro das Crianças e Adolescentes. A iniciativa foi reconhecida, inclusive, com o Prêmio Criança 2016, concedido pela Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente a projetos inovadores voltados à Primeira Infância.

Neste Maio Laranja, dedicado ao enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes, o Pequeno Príncipe reconhece o seu papel de cuidado e de mobilização social. Por isso, também chama atenção para a responsabilidade de toda a sociedade em proteger nossos meninos e meninas. Todas as crianças têm o direito de crescer com proteção e educação e é preciso que mais pessoas fiquem alerta à violência, negligência e assédio contra crianças e mobilizem-se. 

Ao observar situações que possam indicar ocorrência de algum tipo de agressão, como gritos e choro excessivos, denuncie! De qualquer lugar do Brasil, ligue  – de forma anônima e gratuita  – e relate a suspeita de maus-tratos e abuso para o caso ser investigado. As denúncias podem ser feitas pelos números:

156 (Prefeitura de Curitiba),

181 (Disque-Denúncia estadual) ou

100 (Disque-Denúncia nacional)

Juntos, podemos mudar essa realidade. Não basta indignação, é preciso ação! Que cada cidadão possa ser um agente de proteção no seu dia a dia em seu meio.

JUNTE-SE A NÓS!

Respeito SIM! Violência NÃO!

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