O tratamento da intolerância à lactose em crianças busca o alívio dos sintomas e a manutenção de uma nutrição adequada.
A intolerância à lactose é um problema digestivo comum na infância, causado pela dificuldade do organismo em digerir a lactose, o açúcar presente no leite e seus derivados. Logo, se não for identificada e tratada adequadamente, pode causar desconforto e prejudicar a nutrição da criança.
“Não devemos confundir intolerância à lactose com alergia à proteína do leite de vaca. Esta, sim, pode acometer bebês. A intolerância à lactose é mais comum iniciar em crianças maiores, com histórico familiar ou com alguma condição que possa ter agredido o intestino, como gastroenterites infecciosas ou outras intolerâncias alimentares”, esclarece a gastroenterologista Giovana Stival da Silva, do Hospital Pequeno Príncipe.
O que é a intolerância à lactose?
A intolerância à lactose ocorre quando o corpo não produz lactase em quantidade suficiente – enzima responsável por quebrar a lactose no intestino. Dessa forma, quando isso acontece, a lactose não é digerida corretamente, fermenta no intestino e causa sintomas como gases, dor abdominal e diarreia.
Contudo, diferentemente da alergia ao leite (que envolve o sistema imunológico), a intolerância à lactose é um problema digestivo e, na maioria dos casos, pode ser controlada com ajustes na alimentação.
Tipos de intolerância à lactose em crianças
A intolerância à lactose se divide em dois tipos principais. A intolerância primária é a mais comum, quando a produção de lactase diminui naturalmente com a idade, geralmente a partir dos 5 anos. Já a intolerância secundária surge devido a problemas intestinais, como gastroenterite ou doença celíaca, sendo muitas vezes temporária.
Como diagnosticar?
O diagnóstico preciso deve ser feito por um pediatra ou gastroenterologista, que pode recomendar diferentes exames de acordo com a idade e condição da criança:
Teste de tolerância à lactose
Este exame mede a capacidade do organismo de digerir a lactose. A criança ingere uma solução com lactose em jejum, e são coletadas amostras de sangue em intervalos regulares (geralmente a cada 30 minutos por duas horas) para medir os níveis de glicose. Se a lactose for digerida corretamente, os níveis de glicose no sangue aumentam. Se não houver elevação significativa, indica má digestão da lactose.
Teste de hidrogênio expirado
Considerado um dos métodos mais precisos, avalia a quantidade de hidrogênio no ar expirado após a ingestão de lactose. Quando a lactose não é digerida, ela fermenta no cólon, produzindo gases como hidrogênio, que é absorvido pela corrente sanguínea e eliminado na respiração. O exame mede esses níveis antes e em intervalos após a ingestão. Níveis elevados de hidrogênio (acima de 20ppm sobre o valor basal) indicam má digestão.
Exame de acidez das fezes
Particularmente útil para bebês e crianças pequenas que não podem realizar outros testes. A lactose não digerida aumenta a acidez das fezes (pH menor que 5,5) devido à fermentação bacteriana. O exame também pode detectar a presença de glucose nas fezes, outro indicador de má absorção.
Teste de eliminação dietética
Método simples que consiste na retirada completa de lactose da alimentação por duas a quatro semanas. Se os sintomas desaparecerem e retornarem quando os lácteos forem reintroduzidos, o diagnóstico será confirmado. Embora menos preciso que os exames laboratoriais, é útil para avaliação inicial e em casos nos quais outros testes não estejam disponíveis.
A intolerância à lactose é um problema digestivo e, na maioria dos casos, pode ser controlada com ajustes na alimentação.
Tratamentos para intolerância à lactose na infância
“A intolerância à lactose geralmente não cursa com complicações nutricionais, mas pode causar extremo desconforto nos pequenos. O tratamento correto garante o bem-estar e devolve a segurança alimentar para o paciente”, reforça a médica.
O tratamento da intolerância à lactose na infância não busca a cura, e sim o alívio dos sintomas e a manutenção de uma nutrição adequada. Dessa forma, garante que a criança continue recebendo os nutrientes essenciais para seu crescimento e desenvolvimento.
Ajuste na dieta Reduzir, mas não necessariamente eliminar, o consumo de lactose pode ajudar. Muitas crianças toleram pequenas quantidades de laticínios quando distribuídas ao longo do dia e combinadas com outros alimentos.
Alternativas para aquelas com maior sensibilidade Leites e derivados sem lactose são boas opções, pois mantêm os nutrientes sem causar sintomas. Suplementos de lactase (disponíveis em gotas, comprimidos ou cápsulas) também podem auxiliar na digestão de alimentos com lactose.
Equilíbrio nutricional Como a restrição de laticínios pode levar a deficiências nutricionais, é fundamental garantir fontes alternativas de cálcio e vitamina D na alimentação. Entre eles, vegetais verde-escuros (como espinafre e couve), sardinha, amêndoas e alimentos fortificados (como cereais e bebidas vegetais). Em casos de intolerância secundária, tratar a causa subjacente, como uma infecção intestinal, ou controlar a doença celíaca pode restaurar a produção de lactase.
Serviço de Gastroenterologia
O Serviço de Gastroenterologia Pediátrica e Endoscopia Digestiva do Hospital Pequeno Príncipe é o mais importante do Paraná e está entre os principais do país. A especialidade conta com uma equipe de profissionais com amplo conhecimento e experiência em enfermidades gastrointestinais pediátricas, como a doença celíaca. A instituição disponibiliza atendimento com excelência técnico-científica e cuidado humanizado. Além disso, possui infraestrutura e equipamentos de ponta para atendimento do público infantojuvenil.
Confira, no vídeo a seguir, mais informações sobre a intolerância à lactose em crianças:
O Pequeno Príncipe é participante do Pacto Global desde 2019. E a iniciativa presente nesse conteúdo contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3: Saúde e Bem-Estar (ODS 3).
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