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Efluente hospitalar: primeira coleta é realizada para análise biológica
Em uma ação coordenada pelo Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe (IPP) em parceria com a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), foi realizada a primeira coleta de efluentes no Hospital Pequeno Príncipe no fim de agosto, dia 26. A ação foi idealizada e executada em conjunto por técnicos da Sanepar, pela equipe de pesquisa da Microbiologia do IPP e pelas equipes de Engenheira Ambiental e Manutenção do Hospital.
Parte da amostra foi analisada na Microbiologia do IPP, pela equipe coordenada pela pesquisadora Libera Maria Dalla Costa. E outra parte foi devidamente acondicionada e transportada para ser estudada na Sanepar, em uma unidade no bairro Tarumã, em Curitiba, e foi submetida a diferentes processos de tratamento. A eficiência será biologicamente avaliada por meio de um trabalho coordenado pela equipe da Microbiologia.
Sobre o estudo de efluente hospitalar
O estudo prevê quatro coletas de efluentes, uma em cada estação do ano: inverno, primavera, verão e outono. O objetivo é traçar um diagnóstico detalhado da presença de micropoluentes no efluente hospitalar, com foco nos antimicrobianos e bactérias resistentes eliminados por meio das fezes e urina. Muitos desses medicamentos são parcialmente metabolizados pelos pacientes internados submetidos a tratamentos e acabam atingindo a rede de esgoto, o que pode representar riscos ambientais e à saúde pública.
Segundo Libera, o projeto permitirá entender melhor os impactos dos resíduos hospitalares no meio ambiente, contribuindo para a formulação de diretrizes que possam mitigar esses efeitos. Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que mais de 50% das infecções bacterianas fatais em 87 países são causadas por bactérias resistentes ao tratamento com antimicrobianos. Isso destaca a urgência de medidas que controlem o uso e a presença desses fármacos na natureza.
Atualmente, o Brasil não possui uma legislação específica que regulamente o descarte de micropoluentes no esgoto hospitalar. Mas a expectativa é a de que os resultados obtidos no Paraná sirvam de referência para o desenvolvimento de futuras iniciativas.
Histórico
O projeto teve início em 2012 e compreendeu o mestrado e doutorado de Danieli Conte, resultando em vários artigos publicados em revistas científicas internacionais de alto impacto. Os resultados e a relevância do tema vão ao encontro dos objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS), que representam um conjunto global de objetivos e metas destinadas a abordar desafios globais e a problemática da saúde única, motivando outros projetos do grupo de pesquisas da Microbiologia do IPP. A continuidade do estudo de amostras ambientais possibilitou vários outros projetos de pesquisa, como iniciação científica, mestrado, doutorado de outros estudantes e o pós-doutorado da Danieli.
O Pequeno Príncipe é signatário do Pacto Global desde 2019. A iniciativa presente nesse conteúdo contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Saúde e Bem-Estar (ODS 3), Indústria, Inovação e Infraestrutura (ODS 9) e Parcerias e Meios de Implementação (ODS 17).