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Atividade física: conheça as opções indicadas para cada fase da infância
Praticar atividade física na infância é um dos principais requisitos para um desenvolvimento saudável. Quando se trata de crianças pequenas, atividades como correr, pular, jogar e interagir com outros meninos e meninas evitam o sedentarismo e previnem uma série de doenças, algumas já consideradas epidemias, como a obesidade infantil.
O ortopedista Evando José Aguila Góis, do Hospital Pequeno Príncipe, ressalta que as atividades físicas ideais para os pequenos são as brincadeiras tradicionais, com muito movimento, como pega-pega, esconde-esconde, jogos com bola, subir em árvore, pular corda, amarelinha, entre outras. “Estas são práticas cada vez mais escassas, seja pelo contexto urbano ou por hábitos como o uso excessivo dos dispositivos eletrônicos. Mas é fundamental que as crianças façam este tipo de atividade lúdica e cooperativa, que são apropriadas para sua fase de desenvolvimento”, alerta.
A inatividade da criança, por outro lado, pode trazer problemas físicos e comportamentais. Góis afirma ser comum que crianças sedentárias tenham má postura, devido à fase de crescimento. Se a musculatura, tendões e articulações não são alongados com movimentos amplos e repetitivos, como ocorre de maneira espontânea durante as brincadeiras, é natural que haja o encurtamento muscular.
Além de danos na postura e dor, a obesidade e a ansiedade podem ser consequências da falta de atividade física, assim como outras doenças como diabetes tipo 2 e aumento da pressão arterial. Soma-se a isso falta de habilidade para as relações sociais e para a cooperação.
Escolha do esporte e fases de desenvolvimento
O especialista do Pequeno Príncipe aponta que as atividades físicas simulam objetivos e desafios da vida adulta, e treinam o cérebro para lidar com as interações sociais que irão acontecer intensamente no futuro. Por isso, o foco nos primeiros anos de vida da criança não deve ser a competição, mas a atividade lúdica própria da infância. “Até por volta dos 6 anos, a criança ainda não tem maturidade para compreender regras e o ‘ganhar’ e o ‘perder’ que fazem parte dos esportes competitivos, o que pode levar à frustração e à desistência da prática esportiva”, explica.
Já a partir dos 6 até os 11 anos de idade, inicia-se a compreensão de regras e de limites. Outra característica dessa faixa etária é que as crianças conseguem cooperar com mais facilidade. Por isso, nesse período, as atividades esportivas mais estruturadas podem ser iniciadas. A partir dos 11 anos, com o ganho de maturidade e de controle físico, as crianças já têm a possibilidade de codificar as regras do esporte e compreender a dinâmica de grupo, desenvolvendo um padrão que prepara para os esportes competitivos.
Em relação à parte física, na faixa etária de 6 a 8 anos, a criança ainda está desenvolvendo suas habilidades, mas não tem velocidade nem força para praticar esportes de competição. As atividades indicadas são modalidades individuais, como a corrida, as artes marciais e a ginástica.
A partir de 10 anos, a velocidade é integrada à parte motora, permitindo práticas como o atletismo e o ciclismo. Após o estirão de crescimento, ou seja, quando o adolescente está entrando na fase adulta, há o fechamento das cartilagens de crescimento e o corpo ganha maturidade. As atividades que demandam força podem ser praticadas nessa fase, como musculação, fisiculturismo e remo, sem prejuízo aos ossos e músculos.
“Neste processo de escolha do esporte, o objetivo principal é que seja divertido e que a criança se sinta motivada a praticá-lo. Gostar do esporte ou não nem sempre está relacionado ao tipo de atividade propriamente, mas sim à relação com o professor, ao ambiente ou aos amigos que praticam junto”, destaca Góis.
Cuidados durante a atividade física e esportiva
Antes de iniciar um esporte é indicado realizar uma consulta com um pediatra para que haja uma avaliação de doenças prévias e do histórico familiar que possam influenciar na atividade. Se necessário, o médico irá encaminhar a criança para especialistas.
Desde que ela esteja saudável, o limite de esforço é um fator individual. Quando a atividade é muito intensa e frequente, podem acontecer traumas agudos e lesões por sobreuso, causando fadiga e dor. Em crianças menores, é importante a observação atenta, pois se elas não externam a dor podem dar sinais como perda de performance ou evitar fazer pequenos movimentos. A identificação e o tratamento dessas lesões de forma precoce evitam que a recuperação não demande muito tempo e faça a criança desinteressar-se pela atividade.
Uma das orientações para prevenir o sobreuso da musculatura é não praticar a mesma modalidade todos os dias, mas sim intercalar com outros esportes que usem diferentes grupos musculares, permitindo que os músculos mais utilizados em uma atividade possam recuperar-se. Quando voltarem a ser acionados com mais intensidade, terão menos chance de serem lesionados ou causarem dor.