Aumentam registros de violência contra crianças e adolescentes

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Aumentam registros de violência contra crianças e adolescentes

Nas últimas duas décadas, foram mais de nove mil pacientes atendidos no Hospital Pequeno Príncipe por maus-tratos; violência sexual predomina
18/05/2024
violência contra crianças e adolescentes
Casos de violência contra crianças e adolescentes atendidos no Hospital Pequeno Príncipe crescem, assim como as denúncias no Disque 100.

Nos últimos 20 anos (2003 a 2023), somente no Pequeno Príncipe, foram atendidos mais de nove mil casos de suspeita de violência contra crianças e adolescentes. Os números são crescentes e, infelizmente, caminham ao lado do panorama nacional. Em 2023, houve mais de 228 mil ligações para o Disque 100, denunciando casos que envolveram meninos e meninas de 0 a 17 anos. No mesmo ano, o Hospital atendeu 745 vítimas de diferentes tipos de violência – 70,4% eram bebês e crianças de 0 a 6 anos.

Com a chegada de 18 de maio, Dia Nacional de Enfrentamento à Violência Contra Crianças e Adolescentes, o Hospital destaca, por meio da Campanha Pra Toda Vida – A Violência não Pode Marcar o Futuro das Crianças, os graves indicadores.

No Pequeno Príncipe, 73% das agressões identificadas em 2023 foram praticadas por um familiar. “O que temos observado historicamente nos nossos atendimentos, e também na literatura, é que a violência tem sido perpetrada por pessoas conhecidas da vítima. Usualmente são familiares próximos, que, na maioria dos casos, mantêm algum vínculo afetivo com aquela criança ou adolescente”, ressalta a psicóloga Daniela Prestes, do Hospital.

Sinais de alerta para violência

Estar alerta às atitudes de crianças e adolescentes do seu convívio é a primeira forma de ajudar a identificar situações de violência infantojuvenil. Fique atento para:

  • mudança brusca de comportamento;
  • excesso ou falta de apetite;
  • irritação e agressividade (reprodução das agressões);
  • choro incessante durante diversos momentos do dia ou da noite;
  • recusa ou dificuldades para dormir;
  • gritos acompanhados de barulhos como batidas;
  • volta da evacuação nas roupas (após fase de desfralde – inclusive na adolescência);
  • autolesões;
  • lesões na pele não compatíveis com a idade e também de arcadas dentária de adulto;
  • hematomas em várias partes do corpo e de diferentes colorações;
  • tentativa de esconder marcas no corpo;
  • fraturas próximas das articulações, em costelas, crânio ou dentes;
  • aspecto de má higiene;
  • tristeza, isolamento, insegurança, culpa e medo exagerado;
  • desinteresse por coisas de que antes gostava;
  • retração, mutismo;
  • queda no rendimento escolar.

A proteção das crianças e dos adolescentes é papel de toda a sociedade.
Por isso, em qualquer suspeita de violência, DISQUE 100 e denuncie! 

Violência na primeira infância e suas consequências

O recorte da primeira infância, até 6 anos, choca ainda mais. Em 2023, o Pequeno Príncipe atendeu 525 bebês e crianças com algum indício de violência. A maioria, 331, chegou por suspeita de abuso sexual, sendo que 24% das situações aconteceram com crianças na faixa de 3 anos de idade. A mais jovem era um bebê de apenas 4 meses de vida.

É durante os primeiros seis anos de vida que as bases para a saúde física, emocional, cognitiva e social são estabelecidas. Passar por situações de estresse, como a exposição à violência, coloca em risco o desenvolvimento e pode provocar consequências mentais e fisiológicas negativas em longo prazo, além de causar mudanças permanentes no cérebro, segundo o Comitê das Nações Unidas (ONU) sobre o Direito da Criança.

A aquisição da linguagem, o funcionamento cognitivo e o autocontrole podem ser afetados para sempre. “Além disso, pela pouca idade e falta de maturidade e discernimento, a criança não consegue identificar o que são maus-tratos e defender-se dessas situações ou pedir ajuda. Por isso, há a necessidade de um olhar diferenciado”, frisa a diretora-executiva do Hospital, Ety Cristina Forte Carneiro.

E o lar, que deveria ser um local seguro, sem agressões, é o principal cenário dos abusos: 76% dessas crianças com até 6 anos foram agredidas por um familiar. Considerando que elas ficam muito tempo em casa – e à mercê do agressor –, a denúncia (que pode ser anônima) por parte de vizinhos, familiares e conhecidos pode ser a única chance para conseguirem socorro.

Campanha Pra Toda Vida

Pequeno Príncipe trabalha ativamente para impedir casos de agressões e abusos contra meninos e meninas. Desde a década de 1970, mobiliza a população para colaborar com a superação da violência contra o público infantojuvenil. Além de capacitação e atualização constante dos profissionais que atuam no atendimento a essas crianças, também realiza, há 18 anos a Campanha Pra Toda Vida – A Violência não Pode Marcar o Futuro das Crianças.

Saiba como você também pode ajudar!  

– Acompanhe e compartilhe os posts da campanha deste ano.

Converse sobre as diferentes formas de violência. Conhecer facilita a identificação e a denúncia. Denunciar é um dever!

– Apresente conteúdos educativos para as crianças e adolescentes aprenderem – conforme o nível de desenvolvimento – a também proteger-se e pedir ajuda. Clique aqui e conheça o livro com duas histórias lançado em 2024.

O Pequeno Príncipe é signatário do Pacto Global desde 2019. A iniciativa presente nesse conteúdo contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Saúde e Bem-Estar (ODS 3) e Paz, Justiça e Instituições Eficazes (ODS 16).

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