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Instituto de Pesquisa terá estudo financiado pela Finep
Um projeto da cientista Luciane Regina Cavalli foi selecionado em edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e receberá recursos para investigar um tipo de câncer infantil bastante agressivo: o neuroblastoma. Esse foi o primeiro projeto do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe aprovado pela Finep, que é uma empresa ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O projeto será realizado em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e com a Universidade de São Paulo (USP). A expectativa da cientista é a de que os resultados contribuam para a precisão dos diagnósticos e inovação nos tratamentos.
A pesquisa
A pesquisa será desenvolvida ao longo de três anos e vai coletar amostras de células tumorais de 30 pacientes. Essas células serão levadas para o laboratório e transformadas em linhagens celulares até atingirem a capacidade de células-tronco. “Esse processo é chamado de imortalização das células. Por meio dele, conseguimos ‘produzir’ outras células do tumor do paciente com as mesmas características e utilizá-las em diferentes estudos”, frisa Luciane.
A partir da criação das linhagens celulares, os cientistas poderão testar nessas células os diferentes quimioterápicos existentes hoje para o tratamento dos neuroblastomas, para verificar qual medicamento é mais efetivo para cada alteração genética responsável pelo desenvolvimento do tumor.
Com o projeto da pesquisadora Luciane, além de testar quais quimioterápicos são mais efetivos para cada tipo de alteração genética causadora do tumor, a pesquisa também permitirá o desenvolvimento de estudos relacionados ao desenvolvimento de novas terapias-alvo que tornem os tratamentos mais acessíveis.
Neuroblastoma no Hospital
No Hospital Pequeno Príncipe, referência em oncologia pediátrica, os neuroblastomas são os tumores pediátricos de tecidos sólidos mais frequentemente diagnosticados. São cerca de dez casos por ano e, segundo os dados da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, em geral eles são diagnosticados em estágios avançados (III e IV).
São tumores muito complexos e apresentam uma grande variedade genética e clínica, o que dificulta o diagnóstico, a previsão de evolução da doença e a definição do tratamento. Como o diagnóstico geralmente é tardio e esse tipo de tumor é muito agressivo, é comum as crianças apresentarem metástase já no diagnóstico, o que torna a cura muito desafiadora.
Segundo a oncologista Ana Paula Kuczynski Pedro Bom, do Serviço de Oncologia e Hematologia do Pequeno Príncipe, em estágios mais avançados a possibilidade de cura gira em torno de 5%. Quando é possível realizar o transplante de medula óssea, as chances aumentam para cerca de 50%.
E aquelas crianças que têm acesso a terapias-alvo chegam a 75% de chances de cura. Porém, as terapias-alvo ainda são inacessíveis para a maioria dos brasileiros. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), elas não estão disponíveis, e as famílias que possuem convênios normalmente precisam recorrer à Justiça para ter acesso.
O Pequeno Príncipe é signatário do Pacto Global desde 2019. A iniciativa presente nesse conteúdo contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Indústria, Inovação e Infraestrutura (ODS 9) e Parcerias e Meios de Implementação (ODS 17).