“A vida é um sopro. Então, temos que ser feliz!”
Ficar doente sempre é difícil. Mas passar por isso sem ter a família perto para amparar é um grande aprendizado. A técnica de enfermagem Marlene Jandira Chimanski, de 47 anos, não atende casos de coronavírus, mas desde que a pandemia começou, sentia muito medo de ter a doença. Os dias passavam e ela agradecia por amanhecer bem.
Até que entre suas idas e vindas entre um hospital e outro, já que trabalha em dois locais, sentiu dores no estômago e os sintomas se agravaram. “No fim de semana comecei a ter uma crise de tosse e na segunda-feira tive febre e falta de ar ao subir a escada. Fui ao médico, que falou que só pela escuta do meu pulmão era 99% de chances de ser COVID-19”, lembra a profissional.
Ao fazer uma ecografia do pulmão, um susto: várias manchas apontaram que o coronavírus havia se instalado. O isolamento é uma realidade para aqueles que são infectados pela doença. “Minha família é do sudoeste do Paraná. Não tenho ninguém próximo para ajudar, então me vi completamente sozinha e nesse momento muitas coisas passam pela cabeça”, desabafa Marlene.
Cuidado que faz a diferença
Com o suporte e acolhimento do Pequeno Príncipe, Marlene se sentiu amparada nesse momento tão delicado. “Por mais que eu estivesse sozinha fisicamente, eu tive todo o cuidado dos meus colegas, da minha gestora e também do setor de Medicina do Trabalho da instituição. Todos ligavam sempre para saber como eu estava. Juro que não tenho palavras para agradecer”, conta.
E esse cuidado do Pequeno Príncipe é percebido por Marlene nas pequenas atitudes, desde o início da pandemia. “Me sinto muito segura trabalhando no Hospital. Nós temos muitos treinamentos e não são apenas sobre coronavírus. Nunca me faltou equipamento de proteção individual (EPI). E me sinto muito valorizada, olham para nós e se preocupam. Eu amo esse lugar”, agradece a técnica de enfermagem.
Valorizar as pequenas coisas
“A sensação que eu tenho é de que tudo o que aprendi até agora foi para viver este momento.” Há 12 anos atuando no Pequeno Príncipe, Marlene ressalta que, se antes a assistência que prestava era segura, hoje é ainda mais. “A essência da enfermagem é o cuidado, então sei que essa é minha missão”, reforça.
Com essa experiência, a profissional aprendeu a valorizar ainda mais tudo o que tem e às pessoas que estão ao redor. “A vida é um sopro. Então, temos que ser feliz!”