Acompanhamento pré-natal é fundamental para o diagnóstico precoce de cardiopatias congênitas
Todos os anos, cerca de 30 mil bebês nascem com cardiopatias congênitas no Brasil. Essas doenças são relacionadas tanto à estrutura quanto à função do coração e uma das formas de garantir o tratamento mais adequado aos meninos e meninas que são afetados por essas enfermidades é a realização do pré-natal. Por meio de uma série de exames, é garantido o acompanhamento detalhado da saúde do bebê e da gestante, além de ser possível diagnosticar precocemente essas cardiopatias.
Neste 12 de junho, Dia da Conscientização da Cardiopatia Congênita, o Hospital Pequeno Príncipe reforça a importância da realização do pré-natal. “Para que seja feito um tratamento adequado dos bebês com cardiopatia congênita, o ideal é a realização de um pré-natal por meio do qual seja feito o diagnóstico das alterações cardíacas, extracardíacas, de arritmias e síndromes”, ressalta a cardiologista pediátrica da instituição, Cristiane Binotto.
Segundo a médica, com esse diagnóstico, o recém-nascido poderá nascer em um hospital que possa proporcionar um atendimento multidisciplinar ao paciente, tendo à disposição uma UTI Neonatal, o acompanhamento de um pediatra e de um cardiologista, além de um serviço de cirurgia cardíaca e de cirurgia geral neonatal. “O recém-nascido será, então, atendido de forma completa, eficiente e rápida, evitando, assim, lesões neurológicas, por exemplo”, completa.
A cardiologista do Pequeno Príncipe afirma que um fato que ainda ocorre com muita frequência é o nascimento de bebês sem o diagnóstico pré-natal de cardiopatia congênita. “O ideal seria que as gestantes fizessem a ecografia morfológica e a ecocardiografia fetal no pré-natal, porém esses exames não são feitos de rotina. Com isso, os bebês nascem em maternidades de baixo risco e, até o diagnóstico ser feito, correm risco de ir a óbito, de fazer hipóxia (quando há insuficiência de oxigênio no sangue, nas células ou nos tecidos) e de apresentar lesões definitivas”, explica Cristiane.
Saiba mais sobre as cardiopatias congênitas
As cardiopatias congênitas são doenças que são diagnosticadas no período fetal ou neonatal, ao nascimento do bebê. Elas são classificadas como cardiopatias simples ou cardiopatias ducto-dependentes, que necessitam de cirurgia nos primeiros dias de vida. Essas enfermidades afetam 8 bebês a cada 1.000 nascidos vivos, sendo que de 1 a 2 casos são de recém-nascidos que têm cardiopatias ducto-dependentes.
As cardiopatias congênitas são a terceira maior causa de morte de bebês antes do 30º dia de vida, de acordo com dados do Ministério da Saúde. As doenças correspondem a 10% das causas de óbitos infantis, bem como 20% a 40% das mortes decorrentes de malformações. Por isso, a conscientização sobre a detecção precoce e o tratamento adequado das cardiopatias congênitas é tão importante.
– Em bebês: pontas dos dedos e/ou língua roxa; transpiração e cansaço excessivos durante as mamadas; respiração acelerada, enquanto descansa; dificuldade em ganhar peso; e irritação frequente e choro sem consolo.
– Em crianças: cansaço excessivo durante a prática de atividades físicas e dificuldade de acompanhar o ritmo de outros garotos e garotas; crescimento e ganho de peso de forma não adequada; infecções pulmonares repetitivas, lábios roxos e pele mais pálida quando brinca muito; coração com ritmo acelerado; e desmaio.
Referência nacional
O Serviço de Cardiologia do Hospital Pequeno Príncipe, criado há mais de seis décadas, recebe pacientes de todo o Brasil e é referência nacional em atendimentos a recém-nascidos com até 29 dias de vida. A instituição foi responsável, por exemplo, pelo primeiro transplante cardíaco pediátrico feito com sucesso no Paraná. A equipe da especialidade realizou, somente em 2018, 8.716 consultas, 496 cirurgias, um transplante de coração e 37 transplantes de válvula cardíaca.
Conheça a história do André da Cruz, um dos pacientes beneficiados com o Serviço de Cardiologia do Hospital Pequeno Príncipe.