Criança 2025: veja as impressões de quem está no evento

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Veja as impressões de quem está no Criança 2025

O evento segue unindo olhares atentos para o que realmente importa: cuidar com excelência, ciência, empatia e escuta
26/05/2025
quarto dia Criança 2025
O quarto dia do Criança 2025 fechou com uma homenagem aos 40 anos do Serviço de Nefrologia do Hospital Pequeno Príncipe.

Com mais de 3 mil participantes, o quarto dia do Criança 2025 foi um mergulho profundo no que há de mais atual e sensível no cuidado infantojuvenil. Espalhados por 13 módulos que abrangem 37 especialidades, os temas reuniram teoria e prática em debates interdisciplinares que envolveram o público. Para fechar, ainda foi realizada uma homenagem aos 40 anos do Serviço de Nefrologia do Hospital Pequeno Príncipe, considerado um dos mais completos do Brasil. Muitas pessoas fizeram a diferença nessa trajetória e possibilitaram milhares de vidas transformadas.

Para a hepatologista Gilda Porta, integrante do Núcleo de Pediatria no Hospital Sírio-Libanês, o Criança 2025 é um update de conhecimentos em relação à pediatria e diversos outros setores. Além disso, é a primeira vez que ela participa do evento e pôde falar sobre colestase neonatal em um dos módulos. “É um congresso extremamente importante para o Brasil inteiro, não só para a região Sul, porque abrange todas as especialidades e médicos muito bons vieram para cá”, enalteceu.

Confira as impressões dos participantes sobre o Criança 2025

“O espectro do evento é bem amplo e tem bastante opção para todas as especialidades, gostos e objetivos. Desde coisas bem práticas até temas mais dirigidos para especialidades. Ou seja, premia todo mundo que quer aprender.”pediatra Maurizio Anona, de Joinville. 

“Está sendo uma experiência ótima. O congresso é grande e aborda temas muito interessantes. Além disso, me formei na minha especialidade pelo Pequeno Príncipe, então é muito bom rever meus amigos.”cirurgião pediátrico Rodrigo Árias, do Paraguai. 

“Um belíssimo congresso! Tudo bem organizado e preparado, com palestras interessantes. Dá para perceber que reflete a seriedade e o comprometimento do Hospital Pequeno Príncipe.”médico intensivista e paliativista de adultos Daniel Forte, de São Paulo. 

“A minha área é a cirurgia, e o módulo que acompanho é cirurgia pediátrica, que quero me especializar. Por isso, para quem é residente, é ótimo para aprender. Quem sabe, num próximo, viria até apresentar um trabalho.”médico residente em cirurgia geral Luca Gomes, da Angola.

“Estou amando o congresso! Está bem organizado, principalmente por causa do aplicativo. Além de facilitar, o congresso acrescenta bastante, porque une várias especialidades — assim, você estuda um pouquinho de cada matéria.” pediatra Priscila Quesla, do Maranhão. 

Veja alguns destaques do quarto dia do Criança 2025 

Felicidade na prática médica

Gratidão, aceitação, intencionalidade e não-julgamento — o acrônimo GAIN — são, segundo o anestesiologista pediátrico Gregory Hammer, os pilares para a resiliência e a felicidade, especialmente entre profissionais de saúde. Professor da Universidade de Stanford, Hammer compartilha essa abordagem no livro “GANHO sem dor: o manual da felicidade para profissionais de saúde”. Neste contexto, o especialista conversou com anestesiologistas sobre a fadiga ocupacional, o burnout e destacou a importância do mindfulness e do cuidado integrado entre corpo e mente diante do estresse profissional. “Precisamos reconhecer o burnout para tratá-lo. E isso começa com um olhar honesto para a cultura do nosso ofício, a eficiência da nossa prática e nossa própria resiliência”, indicou.

Comunicação como ferramenta de cuidado

A comunicação eficaz torna-se ainda mais necessária em contextos vulneráveis. Como destacou a professora de Bioética Aline Albuquerque, a empatia clínica — compreensão, comunicação e ação — reconhece fragilidades e beneficia pacientes, familiares e profissionais.  Desta forma, o cuidado se torna relacional: atento às necessidades do outro, com responsabilidade e presença. Segundo a profissional, que esteve presente no módulo da psicologia, ainda há barreiras na participação dos pacientes e familiares nas decisões. Por isso, cabe aos profissionais abrir espaço para o diálogo. Modelos horizontais, como o cuidado centrado no paciente e na família, promovem relações mais humanas. O ombudsman atua como ponte entre famílias e equipes, promovendo escuta qualificada e prevenindo desfechos adversos.

Humanização em final de vida

A palestra “Comunicação em Saúde e os Dilemas do Final de Vida”, integrante do módulo de bioética e humanização, promoveu uma reflexão sobre a hierarquia das necessidades na comunicação. Para o médico intensivista e paliativista Daniel Neves Forte, o profissional de saúde deve praticar a escuta ativa. “Afinal, o papel do médico vai muito além de curar. Ter empatia e estabelecer vínculos são atitudes indispensáveis no cuidado ao paciente”, salientou. Em outro momento do quarto dia do Criança 2025, a enfermeira Cristina Muñoz Alustiza compartilhou, a partir de sua vivência no Centro San Camilo, na Espanha, a urgência de superar a cultura do silêncio e da negação da morte, especialmente na infância. Para ela, humanizar é um compromisso coletivo, que exige profissionais preparados emocionalmente, espiritualmente e relacionalmente para cuidar em momentos de perda. O cuidado se amplia: acolhe irmãos, permite despedidas significativas e valoriza escuta, perdão e protagonismo dos envolvidos.

Fisioterapia cardíaca pediátrica

A fisioterapeuta do Hospital Pequeno Príncipe, Adriana Barreto Domingues, enfatizou o papel crucial da fisioterapia no pré e no pós-operatório de cirurgias cardíacas pediátricas, destacando a interação entre o sistema cardiovascular e respiratório. A assistência ventilatória deve ser cuidadosamente ajustada conforme as condições específicas do paciente, como fluxo pulmonar e hipertensão pulmonar. A retirada do suporte ventilatório em pacientes com reserva cardiovascular limitada requer um processo gradual para evitar complicações. Além disso, Letícia Bughay, fisioterapeuta da UTI de Cardiologia do Pequeno Príncipe, ressaltou a importância da abordagem individualizada na fisioterapia em cardiopatias congênitas e adquiridas. Ela enfatizou a avaliação clínica minuciosa, intervenções respiratórias, mobilização precoce e prevenção de complicações.

Diferenças no desenvolvimento sexual

Os módulos de urologia e pediatria discutiram as diferenças no desenvolvimento sexual (DDS). Entre os palestrantes estavam profissionais brasileiros de diferentes especialidades, como cirurgia pediátrica e endocrinologia, da área da psicologia e o professor de Cirurgia Pediátrica, Ahmed Hadidi, da Alemanha. Um dos pontos destacados foi a importância do envolvimento da família na tomada de decisão para a realização de cirurgias em casos de pacientes intersexo. Os especialistas reforçaram que as questões sociais e culturais também precisam ser levadas em conta, além dos aspectos médicos. “Não podemos tratar todas as situações da mesma forma. Cada caso é único. Precisamos observar, por exemplo, os aspectos genéticos e a idade da criança”, pontuou o endocrinologista pediátrico Geraldo Miranda Graça Filho, do Pequeno Príncipe.

Infecção do trato urinário

Em miniconferência, a nefrologista pediátrica Vera Hermínia Kalika Koch, do Instituto da Criança da Universidade de São Paulo (USP), destacou a importância do diagnóstico precoce da infecção urinária em crianças para prevenir complicações. A infecção é comum, especialmente em meninas após o desfralde e em meninos recém-nascidos, sendo geralmente causada pela bactéria Escherichia coli. A presença de outras bactérias pode indicar alterações no sistema urinário e requer investigação. “Se houver um diagnóstico precoce de infecção urinária, a chance de eliminar a formação de cicatriz renal é muito real”, disse. O início do tratamento antibiótico deve ocorrer em até 48 horas após a febre, para evitar a pielonefrite aguda. Também alertou para o uso excessivo de antibióticos e fatores de risco como constipação, anomalias estruturais, histórico familiar e uso prolongado de sondas.

Hipertensão arterial na infância

A nefrologista Vera Hermínia também destacou a importância da aferição regular da pressão arterial durante as consultas. Ela ressaltou que a hipertensão arterial pediátrica apresenta desafios no diagnóstico, principalmente por ser, na maioria das vezes, assintomática. No entanto, o acompanhamento desde as fases iniciais, aliado à atenção aos fatores de risco, é fundamental para prevenir a progressão e o agravamento dos casos. A especialista também parabenizou a organização do Criança 2025. “Esta é a terceira edição do congresso da qual participo, e a ampla diversidade de temas, bem como a importância de cada um deles, é algo fantástico”, complementou. 

Condutas ortopédicas em paralisia cerebral

No quarto dia do Criança 2025, a sessão sobre paralisia cerebral reuniu especialistas em uma imersão clínica e ética sobre os desafios da marcha em crianças com a condição. O ortopedista Luiz Antônio Munhoz da Cunha destacou a complexidade do tema, que exige conhecimento técnico, sensibilidade e tempo. As discussões, com diversos especialistas da área, abordaram o diagnóstico diferencial entre equino verdadeiro e falso, condutas individualizadas, análise integrada da marcha e quadros como marcha agachada e joelho espástico.

Os especialistas reforçaram a importância de uma abordagem personalizada, anamnese completa, compreensão do desenvolvimento neuropsicomotor e articulação entre cirurgia, reabilitação e engajamento do paciente. O encontro foi marcado por troca de experiências, casos clínicos complexos e a reafirmação do cuidado interdisciplinar e humano como pilar na atenção à criança com paralisia cerebral. “O Pequeno Príncipe é o centro formador mais importante da nossa especialidade, não só em número, mas em qualidade”, enalteceu o presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica (SBOP), Mauro César de Morais Filho.

Telemedicina e telenfermagem

No contexto das tecnologias aplicadas à saúde, a equipe do Hospital Pequeno Príncipe destacou o papel crescente da telemedicina e da telenfermagem na ampliação do acesso à saúde com qualidade e segurança. A médica Rafaela Wagner apresentou os avanços da telemedicina pediátrica, com modalidades como teleconsulta, teleinterconsulta e telemonitoramento, que otimizam o cuidado e respeitam normas éticas, legais e de proteção de dados. Já a enfermeira Deyse Anne Barbosa, docente na Faculdades Pequeno Príncipe, ressaltou como a telenfermagem, regulamentada pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren), tem promovido acessibilidade, monitoramento contínuo e educação em saúde, especialmente em áreas remotas. Ambas reforçaram o compromisso com a humanização, a formação profissional e o uso responsável das tecnologias digitais.

Enfrentamento à violência – uma tarefa de toda a sociedade

O atendimento e o reconhecimento da violência contra crianças e adolescentes são temas de preocupação constante no Pequeno Príncipe, que se dedica na Campanha Pra Toda Vida. E motivou a mesa, realizada no módulo de pediatria, com a participação de Maria Cristina da Silveira, Edilson Forlin e Thelma Alves Oliveira. “Enquanto o maior risco para as crianças está no ambiente familiar, para os adolescentes ele se concentra nas ruas”, declarou Thelma. De acordo com dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), na faixa etária de 0 a 4 anos, 77% dos agressores são pessoas conhecidas da vítima.

O Criança 2025 segue unindo olhares atentos para o que realmente importa: cuidar com excelência, ciência, empatia e escuta.

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