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TDAH é tema do Pequeno Príncipe Conhecimento
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio do neurodesenvolvimento e demonstra um padrão de comportamento caracterizado por desatenção, hiperatividade e impulsividade. Para discutir esse tema, o Pequeno Príncipe promoveu uma aula com diferentes especialistas que abordaram os sinais de alerta, tratamento, perspectivas e pesquisas.
O encontro, que faz parte do projeto Pequeno Príncipe Conhecimento, foi mediado pela neurologista e coordenadora do Ambulatório de Doenças Raras do Hospital, Mara Lucia Schmitz Ferreira Santos. A iniciativa contou com a presença da psiquiatra e coordenadora do Projeto Integra, Jaqueline Cenci; do neuropediatra Anderson Nitsche, do Hospital Pequeno Príncipe; e da coordenadora de pesquisas em neuropediatria no Instituto Pelé Pequeno Príncipe, Mara Lúcia Cordeiro.
TDAH
O TDAH está mais presente em crianças e adolescentes em idade escolar e influencia diretamente o funcionamento social, acadêmico, laboral e pessoal. “Na infância, os sintomas diferem do esperado para o período de desenvolvimento. Quando o comportamento começa a destoar muito do que parecia normal, é preciso entender o que pode estar acontecendo”, explicou a psiquiatra Jaqueline Cenci.
A especialista também alerta os pais ou responsáveis a prestarem atenção em todos os sinais. “Os sintomas são pervasivos, ou seja, ocorrem em mais de um ambiente. Por isso, é fundamental observar se os professores, médicos ou até mesmo familiares não estão apontando os mesmos comportamentos, que são padrão do TDAH”, completou.
Tratamento
Ter o acompanhamento de um especialista e o tratamento adequado é fundamental para uma boa qualidade de vida. “As principais formas de intervenção comportamental em pacientes com o transtorno são a psicoeducação, o treinamento parental, a intervenção escolar e as funções executivas. Todas são importantes e podem auxiliar no tratamento”, pontuou o neurologista Anderson Nitsche.
É importante ressaltar também que a utilização de medicamentos controlados como primeira opção de tratamento depende de cada caso. O médico deverá analisar qual a melhor forma para o paciente.
Perspectivas em pesquisas sobre o TDAH
Muitas pesquisas abordam o transtorno, assim o avanço relacionado a diagnóstico e tratamento é cada vez maior. Entre as pesquisas realizadas, o padrão de herança genética está presente entre 60% e 90% dos casos. Os estudos também revelam que 57% das crianças com TDAH têm pais com o transtorno.
“Além dos fatores genéticos, percebemos que a hiperatividade-impulsividade e o comportamento opositivo estão diretamente ligados com o uso do álcool, tabagismo e a presença de doenças e infecções durante a gestação. As crianças também apresentam desregulação emocional, cerca de 40% dos casos, e os adultos também, de 35% a 70% dos pacientes”, contou a neurocientista Mara Lúcia Cordeiro.
Principais sinais de alerta do TDAH
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é dividido em três tipos:
– TDAH tipo combinado: quando os critérios de desatenção, hiperatividade e impulsividade são observados.
– TDAH predominante desatento: quando o critério de desatenção é observado, mas o de hiperatividade e impulsividade não é predominante.
– TDAH predominante hiperativo-impulsivo: quando o critério de hiperatividade e impulsividade é predominante, em vez do de desatenção.
Para as crianças, seis sintomas presentes na área de desatenção e seis sintomas em hiperatividade e impulsividade já são suficientes para o diagnóstico. No caso dos adultos, cinco sintomas já podem diagnosticar o transtorno.
Desatenção
- Dificuldade para iniciar, manter e completar uma tarefa.
- Parecem não ouvir quando se fala com eles.
- Dificuldade para planejar e executar ações.
- Cometem erros por estarem distraídos.
- Esquecem facilmente o que iriam fazer ou ordens dadas.
- Perdem ou danificam objetos.
- Subestimam o tempo necessário para realizar uma tarefa.
- Tendem a procrastinar.
- Dificuldade para manter atenção em atividades da rotina.
Hiperatividade e impulsividade
- Atividade física excessiva.
- Constante sensação de inquietude.
- Atividade motora não direcionada a objetivos.
- Movem-se ou se contorcem na cadeira.
- Dificuldade de brincar sem fazer barulho.
- Falam demais.
- Correm ou escalam em excesso.
- Dificuldade para postergar uma ação mesmo sabendo que haverá consequências negativas.
- Necessidade de gratificação imediata mesmo sabendo que se postergada teria melhor resultado.
- Dificuldade para esperar a sua vez de falar, para jogar ou brincar, ou no trânsito, no caso de adultos.
- Tendência a agir sem pensar.
- Dar respostas precipitadas ou sem esperar o término de uma pergunta.