Simpósio de Nanobiotecnologia compartilha novidades da área
Centenas de pesquisadores, profissionais e estudantes de áreas médicas, biológicas, da física e química participam do II Simpósio Internacional de Nanobiotecnologia, realizado pelo Complexo Pequeno Príncipe na Federação das Indústrias do Parana (Fiep). O encontro ocorre hoje e amanhã.
O evento une o Simpósio de Nanobiotecnologia, o Workshop e Curso de Redação Científica e a Feira de Empreendedorismo. Tanto no simpósio quanto no Workshop são oito módulos com temas variados.
Pela manhã, o tema foi a aplicação direta da nanobiotecnologia na saúde em grande escala. A primeira apresentação foi do professor-doutor Celso de Melo, do Departamento de Física da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que apresentou a “Rede Elinor e a Nanobiotecnologia”. Pesquisa desenvolvida para a marcação das cadeias de DNA e RNA, por meio de uma fluorescência cem vezes superior à de outros materiais.
O professor destacou a importância do teste. “Ele exige menos estrutura e é mais rápido e barato que outros testes, facilitando o diagnóstico de doenças com a coleta de apenas uma gota de material genético”, afirmou. O professor citou os bons resultados obtidos com o Elinor na detecção de leishmaniose, HPV e HTLV, em comparação com testes mais caros, complexos e demorados utilizados atualmente.
“Nosso próximo passo é firmar parcerias para o desenvolvimento de microscópios e facilitar a realização de exames e detecção de mais doenças, o que terá impacto positivo na saúde pública do país.”
NanoSUS
Na segunda apresentação da manhã, o pesquisador Alexandre Costa, do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), explicou sobre a NanoSUS. Trata-se de uma plataforma brasileira de nanobiotecnologia para desenvolver facilidades ao Sistema Único de Saúde.
Atualmente, o trabalho é realizado em várias sedes da Fiocruz, do Instituto Carlos Chagas e do IBMP espalhadas pelo Brasil. Segundo o pesquisador, há um projeto para concentrar no campus do Tecpar, na Cidade Industrial de Curitiba, laboratórios de química, física, biologia, informática e engenharia para produzir insumos que atendam às necessidade do SUS.
Costa afirmou que entre os objetivos da NanoSUS estão desenvolver tecnologias a ser aplicadas em prol da população, treinar pessoas para o uso delas e reduzir a dependência brasileira do mercado externo.
Costa apresentou os resultados positivos de algumas pesquisas, como o teste molecular para identificar HIV e HCV utilizado no Sistema Único de Saúde. “Entre suas vantagens está a diminuição da janela imunológica de 70 para 15 dias e o custo cerca de oito vezes menor desse teste sobre os outros.”
O Projeto Cegonha, desenvolvido pela Fiocruz, foi outra iniciativa de sucesso destacada por ele. Consiste no desenvolvimento de dispositivos para detectar e monitorar doenças em gestantes no período pré-natal. Da mesma forma, o Projeto Microarranjos, que desenvolveu um teste líquido para detectar por luminescência doenças como Chagas, sífilis e HIV.