Como criar um ambiente rico em estímulos?

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Primeiríssima Infância: como criar um ambiente rico em estímulos?

Proporcionar um local diverso em interações é essencial para o desenvolvimento infantil integral e saudável
21/06/2024
ambiente rico em estímulos
Um ambiente rico em estímulos é essencial para o desenvolvimento infantil saudável.

Intensas descobertas e aprendizados fazem parte da Primeiríssima Infância, período da gestação aos primeiros 3 anos de idade. Proporcionar um ambiente rico em estímulos, interação, segurança e oportunidades de exploração é essencial para o amadurecimento infantil integral e saudável.

A mãe, o pai ou os responsáveis desempenham um papel crucial no processo de formação das habilidades cognitivas, emocionais e sociais. Por meio da interação e do vínculo criado, eles oferecem experiências que moldarão as capacidades futuras dos pequenos. “Um adulto disposto a interagir de forma atenciosa e carinhosa é o melhor estímulo que uma criança pode receber”, explica a educadora Dreice Duarte, do Hospital Pequeno Príncipe.

Nessa fase, interações afetivas e sociais, ambientes inclusivos, brincadeiras e jogos, comunicação efetiva, rotina e exploração sensorial e cognitiva são estímulos primordiais para a criança.

Dicas para um ambiente rico em estímulos

– No banho: é importante conversar, contar o que estão fazendo e sobre as sensações do toque na água.

– Aproveitar as novas perspectivas: explorar o ambiente de formas diferentes. Por exemplo, colocar o bebê de bruços sobre um tatame ou tapete no chão dá a ele a oportunidade de descobrir novas habilidades corporais.

– Excursão pela casa: esse ambiente é ainda novo para a criança. Um passeio pelos cômodos, apontando e nomeando suas características, estimula a linguagem e o ajuda a entender seu novo lar.

– Hora da refeição: deixar as telas de lado e prestar atenção nos alimentos, ensinando os nomes de cada um deles. Além disso, demonstrar como comportar-se no horário da refeição faz toda a diferença.

– Novos ambientes: dar uma volta na quadra ou mesmo ir até a pracinha do bairro. Afinal, isso permite que a criança observe novos ambientes, explore texturas e escute outros sons para ajudar a ampliar o repertório desde a infância.

– Adaptação do ambiente: estimula a explorar os espaços com autonomia. Por exemplo, engatinhar, sem intervenções e auxílios, ajuda a fortalecer a postura para quando o bebê começar a caminhar.

ambiente rico em estímulos
É por meio da brincadeira que os pequenos expressam seus sentimentos e demonstram sua percepção do mundo.

Brincar como estímulo essencial

A educadora explica que brincar está entre as atividades mais importantes no desenvolvimento infantil. “Do ponto de vista cognitivo, psicossocial e afetivo, brincar é tão essencial como amamentar ou levar ao pediatra”, aponta. É por meio da brincadeira que os pequenos expressam seus sentimentos, demonstram sua percepção do mundo e compreendem os fatos que ocorrem em sua vida.

O papel dos pais e responsáveis é garantir que a criança tenha tempo e espaço para essas atividades. O simples fato de ficar ao lado, em uma presença atenta enquanto ela brinca, é importante. As crianças gostam de mostrar o que estão fazendo e de perceber que suas conquistas são reconhecidas. Ao brincar, a criança aprende também sobre as regras, o que será a base do seu aprendizado social.

ambiente rico em estímulos
A leitura é um processo considerado quase mágico do ponto de vista neurobiológico.

A importância da leitura

A partir do terceiro trimestre de gestação, o bebê já consegue ouvir o coração e a voz da mãe. Ele reage quando escuta sua voz e se mexe dentro da barriga, demonstrando ali mesmo suas primeiras interações. Nos primeiros dias de vida, o recém-nascido é muito sensível à grande quantidade de estímulos que rodeiam sua vida, e reconhecer os sons que escutava dentro do útero o reconforta.

Ler para os bebês ainda na gestação é uma ótima oportunidade para que a leitura se torne hábito e contribua efetivamente para o desenvolvimento. O hábito precisa ser parte da rotina de cuidados, assim como a alimentação e os rituais da hora de dormir. A leitura deve ser um momento prazeroso, tanto para os pequenos quanto para os adultos. Por isso, é importante que o adulto escolha livros de que ele também goste e que o interesse da criança guie o início e fim dessa atividade.

Atenção ao uso de telas

Os eletrônicos prendem a atenção dos pequenos. Mas o contato excessivo com esses aparelhos pode gerar consequências negativas para o crescimento infantil. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que o contato com eletrônicos não ocorra antes dos 2 anos. Afinal, até completar essa idade, as crianças necessitam essencialmente de estímulo sensorial, motor, de movimento e interação com o meio e com as pessoas.

É importante que a criança explore o mundo com todos os seus sentidos. O tato, o paladar, o olfato, a visão e a audição devem ser estimulados nas atividades exploratórias ao longo do dia. Ainda que o conteúdo seja voltado para o público infantil, os dispositivos eletrônicos oferecem estímulo visual e auditivo excessivo, além de não possibilitarem a interação e o contato físico com outras pessoas.

“O desafio do uso moderado dessas tecnologias não vale apenas para os pequenos. Se a família tem o hábito de passar muito tempo diante da televisão ou mexendo no celular, isso contribuirá para o enfraquecimento dos vínculos”, reforça a educadora.

Programa Primeiríssima Infância

O objetivo do Programa Primeiríssima Infância do Hospital Pequeno Príncipe é empoderar os cuidadores, durante o tempo de internamento, por meio do compartilhamento de informações e reflexões sobre temas relacionados ao desenvolvimento infantil. Essa troca de informações com os pais ou responsáveis pelos pacientes ocorre por meio de rodas de conversa e diversas oficinas – como as de musicalização, relaxamento, brinquedos e brincadeiras, shantala e leitura.

  • Confira, na playlist a seguir, mais informações sobre a Primeiríssima Infância:

 O Pequeno Príncipe é signatário do Pacto Global desde 2019. A iniciativa presente nesse conteúdo contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3: Saúde e Bem-Estar (ODS 3).

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