Pelé: jovem relembra dia que entrevistou 'Rei' no Pequeno Príncipe

Notícias

    “O maior de todos os tempos”

    Gabriel Antoniutti, garoto que entrevistou Pelé quando era paciente do Hospital Pequeno Príncipe, relembra dia histórico
    03/01/2023
    Paciente do Pequeno Príncipe conversa com Pelé
    A conversa com o Pelé fez parte do projeto Canal Pequeno Príncipe, que trazia crianças da instituição como apresentadores e repórteres.

     

    Gabriel Antoniutti tem 20 anos e passou a maior parte deles entre idas e vindas de hospitais para tratar as consequências de uma doença rara, que o obrigou a passar por mais de uma cirurgia. Mas as lembranças que tem do período em que esteve no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, não são tristes. Pelo contrário. Graças a um momento que ele mesmo define como mágico: Gabriel entrevistou Pelé. “Eu estava louco para vir embora, porque fazia dias que eu já estava lá [no Hospital], mas essa chance eu não podia perder”, afirma o jovem, que na época tinha 11 anos.

    Gabriel é de Pato Branco, no Sudoeste do Paraná, e quando nasceu foi diagnosticado com mielomeningocele, uma má-formação da coluna vertebral que acontece ainda durante a gestação. A coluna vertebral, a medula espinhal e o canal da medula não se formam normalmente. Logo que nasceu, ele precisou passar por uma cirurgia e, anos depois, foi submetido a outras duas intervenções na instituição.

    Pelé no Pequeno Príncipe
    O bate-papo entre o menino do interior do Paraná que ama futebol e o “rei”, proporcionado pelo Hospital, entrou para a história.

    Apaixonado por futebol, Gabriel recebeu o convite para entrevistar Pelé durante uma visita do Rei do Futebol ao Hospital Pequeno Príncipe. Como a cidade natal fica a 450km da capital, Curitiba, o pai ficava no interior, e era a mãe quem acompanhava o menino ao longo do tratamento.

    “Minha mãe foi a uma videolocadora da cidade, alugou o filme do Pelé, e eu assisti umas três ou quatro vezes para saber a história dele, para ter o que falar”, revela Gabriel, entre risos. Aquelas imagens em preto e branco revelaram ao menino um mundo novo, com um “rei” que conduzia o esporte. “Ele pegava a bola no meio do campo e era um drible simples, mas no final dava certo, fazia gol, ajudava o companheiro. E tinha números, né? Batia as metas e fazia acontecer”, avalia.

    Sobre a entrevista, o pequeno repórter precisou driblar um adversário de peso. “Quando Pelé entrou na sala, comecei a conversar com ele. Só que, daí, veio o nervosismo. Sei lá, as perguntas que eu tinha na cabeça… não vinha nenhuma! Aí acabou sendo uma conversa mesmo, de fã para ídolo”, confessa o jovem.

    A conversa, publicada nas redes sociais do Hospital, fez parte do projeto Canal Pequeno Príncipe, que trazia crianças da instituição como apresentadores e repórteres, em um telejornal diferente e cheio de carisma. Gabriel explica: “É um canal feito só por crianças que fazem tratamento. Na hora em que Pelé chegou na sala, ele cumprimentou todo mundo e me deu um abraço. Até aquele momento não tinha caído a ficha, eu não tinha noção de quem era o Pelé.”

    Paciente do Pequeno Príncipe entrevista Pelé
    Sorridente, o Rei do Futebol respondeu a perguntas sobre Copa do Mundo e sobre os gols que marcou em sua carreira.

     

    O bate-papo entre o menino do interior do Paraná que ama futebol e o “rei”, proporcionado pelo Hospital, entrou para a história. E Gabriel faz questão de lembrar aos amigos. “De vez em quando, até posto lá no Instagram um ‘TBT’ [do inglês Throwback Thursday, são fotos ou vídeos que não foram registrados no dia, porém são relembrados às quintas-feiras nas redes sociais] da minha foto com o Pelé, para causar um pouquinho de inveja. Mas nunca assisti ao programa inteiro, porque dá muita vergonha”, conta.

    Apesar de tímido, o pequeno paciente, na época, não se intimidou. E guarda na memória os detalhes daquele encontro. “Pelé conseguiu perceber que eu estava nervoso, então ele falou um pouco mais e me deixou um pouco mais leve nas perguntas, digamos assim.”

    Sorridente, o Rei do Futebol respondeu a perguntas sobre Copa do Mundo, sobre Neymar e sobre os gols que marcou em sua carreira. Gabriel, entretanto, hoje mais velho, gostaria de ter feito outra pergunta. “Acho que uma pergunta que eu teria hoje é se ele tem noção de tudo o que ele foi e de tudo o que fez para o futebol”, diz.

    A entrevista aconteceu em 2013, quando Gabriel tinha apenas 11 anos.

    “Porque até hoje Pelé serve de inspiração, não só para a garotada que quer ser jogadora de futebol, para o pai e para o avô que contam histórias, mas também para muitos jogadores. Por exemplo, o Neymar e o próprio Mbappé, que trocou mensagens com ele [Pelé]. Eu fico às vezes pensando se ele tinha noção que seria desse tamanho.”

    Morando em Pato Branco e ainda apaixonado por futebol (usando uma camisa do Brasil no dia da entrevista), Gabriel não hesita quando perguntado sobre quem foi Pelé: “O maior de todos os tempos”, responde.

    O convite para entrevistar o maior jogador da história, que desde 2005 dá nome ao Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, mudou para sempre a experiência de Gabriel. “Até hoje tenho memórias de momentos daquela entrevista. E dá aquela sensação de alegria. É algo mágico, para o resto da vida”, conclui.

    Sobre o Canal Pequeno Príncipe

    O Canal Pequeno Príncipe foi um projeto cultural viabilizado por meio da então Lei Rouanet de Incentivo à Cultura. Foi desenvolvido no Hospital Pequeno Príncipe no segundo semestre de 2013 e contou com oficinas sobre a arte cinematográfica, nas quais foram abordadas histórias de vida, realizações profissionais e superação. Pacientes e familiares tiveram a oportunidade de conhecer técnicas de produção, equipamentos e linguagem audiovisual.

    Após a apresentação desses conceitos, as crianças e os adolescentes que participaram da iniciativa saíam pelo Hospital para conversar e trocar experiências com outras pessoas, coletar histórias por meio de entrevistas e filmagens sobre o dia a dia do Pequeno Príncipe, incluindo as visitas que a instituição recebe. Além disso, os pacientes apresentavam os programas nos quais essas entrevistas eram exibidas – entre elas, conversas com Pelé; a presidente voluntária da Associação Hospitalar de Proteção à Infância Dr. Raul Carneiro, Ety da Conceição Gonçalves Forte; o diretor-corporativo do Complexo Pequeno Príncipe, José Álvaro da Silva Carneiro; e jogadores do Botafogo e do Santos Futebol Clube, como Seedorf e Edu Dracena.

    Todos os vídeos podem ser conferidos no canal do projeto no YouTube (clique aqui para acessar). O projeto Canal Pequeno Príncipe ainda teve como produto final um DVD, que foi lançado em dezembro de 2013 na Cinemateca de Curitiba.

    Paciente do Pequeno Príncipe e Pelé.
    Gabriel não hesita quando perguntado sobre quem foi Pelé: “O maior de todos os tempos”, responde.

     

    Acompanhe os conteúdos também nas redes sociais do Pequeno Príncipe e fique por dentro de informações de qualidade – FacebookInstagramTwitterLinkedIn e YouTube.

    + Notícias

    26/06/2024

    Coqueluche: o que é, quais as fases e como prevenir?

    Crianças menores de 1 ano de vida representaram mais de 52% das ocorrências no Brasil
    24/06/2024

    A idade do diagnóstico do TDAH faz a diferença?

    Os pais e cuidadores têm papel essencial no processo, pois frequentemente são os primeiros a notar os sintomas da condição neurobiológica
    21/06/2024

    Pequeno Príncipe lamenta morte de dona Celeste, mãe de Pelé

    A matriarca doou um diamante ao maior e mais completo hospital pediátrico do país
    21/06/2024

    Primeiríssima Infância: como criar um ambiente rico em estímulos?

    Proporcionar um local diverso em interações é essencial para o desenvolvimento infantil integral e saudável
    20/06/2024

    Professor Kiyoshi Tanaka, da Universidade Shinshu, visita Pequeno Príncipe

    O objetivo principal foi estreitar os laços para futuras colaborações
    14/06/2024

    II Encontro Internacional de Especialidades em Pediatria reforça a importância da educação continuada em saúde

    Evento on-line promovido pelo Pequeno Príncipe contou com mais de 530 participantes de 24 estados brasileiros e do Distrito Federal
    Ver mais