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ALTA COMPLEXIDADE | Otorrinolaringologia transforma vidas
Há 12 anos o Hospital Pequeno Príncipe realiza com sucesso cirurgias de implante coclear (auditivo) no Paraná. Só em 2021 foram 20 implantes desse tipo, sendo 70% deles pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital é referência nacional pela alta complexidade dos casos tratados, e a instituição é a única exclusivamente pediátrica do país habilitada pelo Ministério da Saúde para realizar implante auditivo de graça.
De acordo com o médico responsável desde a formalização do serviço, Lauro João Lobo Alcântara, isso faz com que o Pequeno Príncipe seja procurado por pacientes de todo Brasil. “Recebemos muitos pacientes do nosso Estado, mas de outras partes do país também, como a região Norte e Nordeste. Nosso diferencial é tratar crianças e adolescentes com síndromes complexas com humanização e excelência”, ressalta.
Cirurgias otorrinolaringológicas como implante coclear são comuns e rotineiras. O serviço conta com uma sala própria no Centro Cirúrgico com equipamentos exclusivos e uma estrutura especial para o atendimento do público infantojuvenil, que vai de bebês até adolescentes.
Quando fazer o implante?
O procedimento é indicado para crianças e adolescentes com perda auditiva severa ou profunda, que não têm um resultado efetivo utilizando aparelho auditivos convencionais. Na cirurgia de implante coclear, o médico insere na parte interna do ouvido do paciente um dispositivo eletrônico, que faz com que ele volte a escutar sons, assumindo as funções auditivas ausentes.
“Esse equipamento passa a fazer a função da cóclea, codificando os sons, transformando os sinais sonoros em impulsos bioelétricos, caminhando para as vias centrais auditivas”, explica o chefe do serviço. O Pequeno Príncipe conta com uma equipe multiprofissional para acompanhamento pós-cirúrgico e a reabilitação dos pacientes.
Segundo o médico, o procedimento deve ser realizado o mais precocemente possível, assim que o diagnóstico é feito e se observa que não há resultado com o aparelho auditivo convencional. Quanto antes o procedimento for feito, maior a chance de acompanhar o desenvolvimento cerebral, seja para audição ou linguagem. A idade, no entanto, não deve ser um fator limitante, já que o equipamento pode ser implantado também em adolescentes.
Outros procedimentos de alta complexidade
O Serviço de Otorrinolaringologia do Pequeno Príncipe realiza também outras cirurgias de alta complexidade. Um exemplo é a cirurgia de base de crânio, que tem o objetivo de tratar lesões situadas em um local profundo na base do crânio e face (ouvido e cavidade nasal, por exemplo).
Entre as doenças otorrinolaringológicas que precisam de cirurgia também está a estenose de traqueia, que pode causar problemas respiratórios graves. No Pequeno Príncipe, grande parte das cirurgias de estenose de traqueia é realizada em pacientes que ficam um longo período entubados e precisam ser colocados em ventilação artificial.
“Em alguns casos, é possível fazer o processo de dilatação da traqueia com endoscopia. Mas geralmente o problema não é resolvido e a cirurgia se faz necessária”, esclarece o otorrinolaringologista.