Com o inverno, aulas escolares e flexibilização em relação à COVID-19, as otites também voltam a atingir os alunos mais novos com maior frequência. Dados da Pfizer mostram que mais de 80% das crianças terão esse problema ao menos uma vez nos primeiros anos de vida. Por isso, o Hospital Pequeno Príncipe reforça a importância de cuidados para prevenir uma das infecções mais comuns entre os pequenos.
A otite acomete, em sua maioria, lactentes e crianças em idade pré-escolar, pois ainda possuem a tuba auditiva – canal por onde a infecção sobe da rinofaringe até o ouvido médio – muito curta, horizontalizada e larga. Com o desenvolvimento ao longo dos anos, a tuba auditiva começa a se tornar mais oblíqua, estreita e longa, o que dificulta o acometimento pela doença.
“Condições como o resfriado, por exemplo, tendem a comprometer as vias aéreas superiores, e é nessa condição que a secreção que está situada na rinofaringe sobe pela tuba auditiva e alcança o ouvido médio. Ali, esses germes se proliferam e acarretam a otite média aguda. Na maioria dos casos a infecção é viral, podendo ser também bacteriana”, explica o médico e chefe do Serviço de Otorrinolaringologia do Pequeno Príncipe, Lauro João Lobo Alcântara.
Caso a criança apresente febre, irritabilidade ou comprometimento do estado geral, deve-se procurar um pediatra, preferencialmente aquele que já conheça o paciente. “O primeiro sinal de uma infecção é o aumento da temperatura corporal. Caso o comportamento da criança também apresente alguma mudança significativa, é aconselhado a procura por um médico, preferencialmente um pediatra, que é a referência para este acompanhamento”, orienta o especialista.
Tratamento assertivo
Como a maioria dos casos de otite média aguda é viral, é de boa conduta evitar o uso de antibióticos, pois esses não agem sobre os vírus. Para o especialista do Pequeno Príncipe, essa crença acerca do uso do antibiótico tem caráter negativo, porque é baseada em opiniões que não se confirmam na realidade médica. Ele complementa que o falso argumento utilizado era de que, caso o medicamento não fosse prescrito, complicações iriam surgir, como otomastoidite, que seria a fistulização atrás da orelha, meningite e demais situações extras e intracranianas.
“A Holanda, por exemplo, após inúmeros trabalhos direcionados a essa área, passou a praticamente não prescrever antibióticos em otite média aguda, salvo em raras exceções. Eles verificaram, pelas pesquisas, que isso não modificou a quantidade de complicações. E isso nós comprovamos também com a nossa experiência no Pequeno Príncipe, onde recebemos muitas crianças que, mesmo com antibióticos, apresentam complicações comuns das otites”, completa o médico.
Caso a criança não apresente febre e mais mudanças comportamentais, mas mesmo assim registre alguma queixa, o especialista aponta o uso de analgésicos como alternativa, junto com a realização de lavagem nasal com soro fisiológico, ao notar a presença de secreção.
Se houver persistência ou recorrência dos sintomas das otites, é importante procurar um otorrinolaringologista pediátrico para coordenar uma investigação do caso. “Uma criança que tem otite frequentemente deve procurar uma causa para essas recidivas. Adenoides e biofilme bacteriano são algumas possibilidades, então essas infecções saem do quadro agudo e ficam crônicas, sendo ideal buscar um especialista para prosseguir com os diagnósticos corretos”, reafirma.
Prevenção e cuidados no combate às otites
Realizar a lavagem nasal com soro fisiológico diariamente, sempre que houver secreção, com o auxílio de uma seringa.
Evitar contato com alergênicos, como animais com muito pelo, cobertas e roupas de lã e bichos de pelúcia.
Fazer uso de capas protetoras em colchões e travesseiros.
Serviço de Otorrinolaringologia
O Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Pequeno Príncipe é referência em todo o país pela complexidade dos casos tratados. Além de consultas ambulatoriais, os profissionais realizam desde cirurgias de amígdalas e adenoides até implantes cocleares, cirurgias de laringe e base de crânio. A equipe está em constante aprendizado, com o uso de técnicas modernas e menos invasivas, em busca de uma recuperação mais rápida e, sempre que possível, da alta hospitalar precoce.
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