Obesidade atinge mais de 3 milhões de crianças e adolescentes no Brasil

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Obesidade atinge mais de 3 milhões de crianças e adolescentes no Brasil

O Hospital Pequeno Príncipe alerta para a condição que pode trazer diversos riscos à saúde
11/10/2022
obesidade
A alimentação rica em carboidratos, açúcar, gordura e sódio e a falta de atividade física são fatores de risco para obesidade.

A cada ano que passa, o aumento no número de casos de obesidade na população pediátrica chama atenção. De acordo com dados do Ministério da Saúde, só no Brasil, estima-se que mais de seis milhões de crianças e adolescentes estejam acima do peso e três milhões delas já tenham evoluído para obesidade. Neste Dia Nacional de Prevenção à Obesidade, o Hospital Pequeno Príncipe alerta para essa doença, que pode trazer inúmeros riscos à saúde.

Outro dado que preocupa é que o quadro grave da doença saltou de 1,59% em 2018 para quase 3% dos casos em 2021. A obesidade acontece quando uma criança ou adolescente está acima do peso esperado para sua idade, altura e sexo. A tendência genética associada a hábitos de vida pouco saudáveis são os grandes responsáveis pelo desenvolvimento da doença. Raramente distúrbios hormonais são a causa da obesidade.

A endocrinologista pediátrica Julienne Carvalho, do Hospital Pequeno Príncipe, destaca a alimentação rica em carboidratos, açúcar, gordura e sódio e a falta de atividade física como fatores de risco. “As crianças brincam muito pouco, ficam muito tempo dentro de casa e utilizam demais as telas, videogames, celular e televisão, enquanto deveriam estar gastando energia, brincando, correndo e praticando esportes”, enfatiza.

Consequências da obesidade

  • Impacto na questão emocional, com distúrbios como ansiedade e depressão.
  • Reflexo sobre o funcionamento de todos os órgãos do corpo.
  • Problemas ortopédicos, hepáticos e cardíacos.
  • Alterações hormonais.
  • Início antecipado da puberdade e primeira menstruação nas meninas.
  • Aumento da hipertensão arterial.
  • Dislipidemias, que são as alterações de colesterol e de triglicerídeos.
  • Aumento de resistência insulínica ou diabetes tipo 2.

Psicológico em atenção

Quando uma criança ou adolescente apresenta um quadro de obesidade, também é fundamental ficar atento à saúde mental, pois eles podem desenvolver ansiedade, depressão e ainda serem vítimas de bullying na sociedade. Se o paciente com obesidade apresentar sinais como compulsão alimentar, baixa autoestima, invalidação de suas qualidades, tristeza permanente, isolamento social e baixo rendimento escolar é importante buscar por um psicólogo.

“Crianças obesas tendem a ter esses problemas psicológicos e vivenciar intensamente a tristeza, por exemplo, se perceberem fora dos padrões valorizados socialmente. Nas relações sociais, elas têm maior propensão a passar por situações de comparação, inferiorização e o próprio bullying, vivenciando sofrimento que pode levar à piora do quadro de obesidade”, comenta a psicóloga Angelita Wisnieski da Silva, do Hospital Pequeno Príncipe.

Mudança de hábitos

Após o diagnóstico de excesso de peso ou de obesidade, o tratamento mais indicado é a mudança dos hábitos daquele paciente, e isso inclui a prática de atividades físicas e a reeducação alimentar. “Nós temos que resgatar para o paciente e sua família os hábitos saudáveis, a prática de esportes e de brincadeiras, a redução no consumo de alimentos ultraprocessados, procurando sempre ingerir alimentos na sua forma mais in natura e de forma diversificada, incluindo frutas, legumes, verduras, grãos do tipo arroz, feijão e os integrais”, frisa ainda Julienne.

A nutricionista Maria Emilia Suplicy, do maior hospital exclusivamente pediátrico do país, ressalta que hábitos saudáveis devem começar já na introdução alimentar da criança, evitando a oferta de alguns produtos até os 2 anos de idade. Após isso, o consumo deve acontecer de forma moderada. “ O carboidrato, presente já no leite materno, pode ser consumido sem preocupação. Já o açúcar não é recomendado que ofereça até os 2 anos. Após essa idade, a ingestão de refrigerantes, bolos e docinhos devem ser feitos com muita moderação e prudência”, diz.

Ela ainda dá uma dica para que sejam consumidos menos industrializados durante a falta de tempo e rotina do dia a dia. “Quando as famílias procuram por orientação, sempre damos a dica de separar um tempinho no final de semana ou em um fim de dia para já deixar preparado as refeições da semana ou pelo menos do dia seguinte. Isso traz ganhos para a saúde e é um tempo gasto no preparo dos alimentos que vale a pena”, finaliza.

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