NOTA À IMPRENSA SOBRE PARALISAÇÃO
O Pequeno Príncipe é o maior hospital pediátrico de média e alta complexidade do país. Instituição filantrópica, sem fins lucrativos, disponibiliza 70% de sua capacidade para atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Realiza, por dia, uma média de 1.000 atendimentos e 70 cirurgias.
A greve dos trabalhadores da saúde, deflagrada hoje, após recusa da proposta do reajuste pelos representantes de todos os hospitais ligados ao Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná (Sindipar), acarretou em um déficit de 42% dos profissionais de enfermagem, setor mais atingido no Hospital Pequeno Príncipe. Das 33 cirurgias agendadas, 23 não foram realizadas e o atendimento também foi prejudicado – no momento há 244 pacientes internados.
Em audiência realizada ontem, dia 3 de junho, no Tribunal Regional do Trabalho da 9.ª Região, acolhendo proposição da vice-presidente, desembargadora Ana Carolina Zaina, o setor patronal concedeu reajuste salarial de 10% para o piso e 7,93% para os demais salários, além de 25% no vale alimentação, dentre outros benefícios. A magistrada solicitou a não deflagração da greve enquanto o dissídio estivesse sendo analisado pelo Poder Judiciário.
Foi determinado ainda, em liminar, a obrigatoriedade de manter 100% dos profissionais nos setores críticos, como pronto atendimento, pronto-socorro, unidades de internação e centros cirúrgicos; e de 70% dos profissionais que dão suporte a estas áreas críticas, além de 30% dos setores administrativos. Isto sob fixação de multa diária de R$ 20 mil ao Sindesc (Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região) em caso de descumprimento.
A proposta acolhida pelos hospitais, mesmo sob as dificuldades de sustentabilidade financeira atuais, representa no segmento, em termos gerais, a melhor do país. Assim como em anos anteriores, os valores são superiores à inflação acumulada no período, pois o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor – que mede a inflação acumulada nos últimos 12 meses) – registrou índice de 5,82%.
Para a direção do Hospital Pequeno Príncipe, o direito de greve é reconhecido como conquista e pode ser exercido pelos colaboradores dentro do respeito à Lei. No entanto, em um ambiente de cuidado no qual o risco de morte é iminente, a manutenção de serviços essenciais nos Hospitais e o direito fundamental à saúde e à vida devem prevalecer sobre o interesse da categoria profissional.
Lembramos que os profissionais de saúde fazem um juramento associado à prestação de assistência ao paciente e este compromisso deve ser assumido por todos que têm responsabilidade de garantir o acesso e qualidade aos serviços de saúde.