Mudanças climáticas e impacto social: um chamado à ação

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Mudanças climáticas e impacto social: um chamado à ação

Iniciativas e estratégias conjuntas marcaram o encontro promovido pelo Complexo Pequeno Príncipe, que reuniu referências ambientais do Brasil
01/05/2025
mudanças climáticas
Carlos Nobre foi um dos palestrantes do evento sobre mudanças climáticas, promovido pelo Complexo Pequeno Príncipe.

O Complexo Pequeno Príncipe reuniu duas das maiores referências ambientais do Brasil para dar visibilidade aos impactos da crise climática na saúde e na sociedade. O evento foi realizado na sexta-feira, dia 25, no Auditório Regina Casillo, no centro de Curitiba. Com transmissão ao vivo pelo canal oficial da instituição no YouTube, o encontro abordou reflexões profundas sobre as mudanças climáticas e destacou iniciativas de adaptação e resiliência ambiental.

O diretor-corporativo do Complexo Pequeno Príncipe, José Álvaro Carneiro, ressaltou a importância de eventos como esse para ampliar o debate público acerca da emergência climática. “Vivemos um momento crucial para a humanidade. O Pequeno Príncipe, como instituição que cuida da vida em todas as suas dimensões, entende que é seu papel liderar e fomentar essas reflexões que unem ciência, educação, meio ambiente e saúde”, afirmou.

Amazônia

O cientista Carlos Nobre, um dos principais climatologistas do país, apresentou um panorama preocupante sobre o aquecimento global. “Desde 2022, a comunidade científica não fala mais em mudanças climáticas, mas em emergência climática. Estamos muito próximos de ultrapassar o limite de 1,5°C estabelecido no Acordo de Paris, o que poderá desencadear efeitos irreversíveis como a extinção de corais, o colapso da Amazônia e o derretimento da Groenlândia”, alertou Nobre.

Membro da Academia Brasileira de Ciências e coautor do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, Nobre foi um dos primeiros cientistas a alertar sobre o risco do “ponto de não retorno” da Amazônia. Entre os destaques apresentados por ele estavam dados de pesquisas que indicam que, com o desmatamento ultrapassando 40% ou o aquecimento global chegando a 2°C a 2,5°C, a floresta pode transformar-se em uma savana degradada. Desta forma, comprometendo a biodiversidade e afetando drasticamente o clima do continente.

Saúde pública

Além dos efeitos ambientais, o cientista advertiu para as consequências na saúde pública. Estudos apontam que a poluição nas grandes cidades, como São Paulo, reduz a expectativa de vida em até quatro anos. Há ainda o aumento de doenças ligadas ao calor extremo, inundações e incêndios florestais.

O Brasil, realçou, tem um papel central na luta climática. Um estudo liderado por universidades brasileiras propõe que o país reduza em 60% suas emissões até 2030, zerando o desmatamento e investindo massivamente em energias renováveis até 2040.

Além disso, Nobre salientou a necessidade de programas de educação climática nas escolas, inspirando-se em iniciativas como o Cemaden Educação, programa do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). A iniciativa busca construir uma cultura de prevenção de desastres por meio da mobilização envolvendo escolas, comunidades e outros atores sociais.

“Temos pouco tempo. Precisamos agir de maneira rápida e coletiva para evitar desastres ainda maiores”, concluiu o cientista criador do conceito Amazônia 4.0, que propõe um novo modelo de desenvolvimento sustentável para a região.

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O empresário Roberto Klabin também foi um dos palestrantes da iniciativa.

Pantanal

O empresário Roberto Klabin é uma das principais lideranças em conservação ambiental no Brasil. Sócio da Klabin S.A., maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do país, ele também é um dos fundadores e ex-presidente da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto SOS Pantanal.

Sendo um defensor ativo da adoção de práticas de desenvolvimento sustentável no Brasil, seu trabalho articula ciência, educação ambiental, negócios de impacto e políticas públicas voltadas para a proteção de biomas brasileiros. Reconhecido por promover soluções inovadoras para conciliar produção rural, conservação da biodiversidade e geração de valor socioambiental, compartilhou a experiência vivida na Fazenda Caiman, onde o aumento dos incêndios e a transformação do bioma exigiram respostas.

Nos últimos anos, considerou ele, o Pantanal tem enfrentado uma transformação dramática: chuvas escassas, aumento de incêndios e acúmulo de biomassa resultante da proibição de queimadas tradicionais alteraram radicalmente o equilíbrio do bioma. Diante desse cenário desafiador, a Fazenda Caiman, no coração do Pantanal, tornou-se um laboratório vivo de inovação e resistência.

Desde 2019, a propriedade foi atingida por três grandes incêndios, sendo que o mais recente consumiu cerca de 80% de sua área. Para enfrentar a nova realidade, Klabin liderou uma série de ações ousadas. Entre elas, destaca-se a implementação da queima prescrita, uma prática autorizada e controlada que visa a reduzir o excesso de vegetação seca, tornando o ambiente menos vulnerável ao fogo.

Com a experiência amarga dos incêndios, o ambientalista decidiu ir além: investiu na construção de poços e bebedouros para fauna e, inspirado pela sobrevivência de uma onça-pintada refugiada em uma manilha de estrada, criou abrigos de fauna – estruturas projetadas para oferecer proteção a animais em caso de novos incêndios. Seis unidades já foram construídas, e o objetivo é ampliar ainda mais a iniciativa.

Corredor ecológico

Ciente de que os esforços individuais não seriam suficientes, ele contou sobre sua participação na articulação da criação da Aliança 5P, iniciativa de um grupo de investidores, proprietários de 12 fazendas no Pantanal Sul, que pretende formar um dos maiores corredores privados de vida selvagem do planeta. Eles detêm pelo menos 320 mil hectares contíguos.

Uma área da Fazenda Caiman, doada ao Instituto Maria Angela e Roberto Klabin (IMARK), faz parte desse corredor ecológico. A proposta objetiva garantir a preservação permanente da biodiversidade local e a promoção do desenvolvimento sustentável, livre de futuras disputas familiares ou interesses comerciais. “É um projeto de vida”, resumiu Klabin, ressaltando que a ciência, a inovação e a colaboração são as únicas ferramentas capazes de enfrentar os tempos difíceis que se anunciam para a região.

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O Complexo Pequeno Príncipe é pioneiro no desenvolvimento de projetos de gestão ambiental.

Pioneirismo

Durante o evento, o diretor-corporativo do Complexo Pequeno Príncipe apresentou as ações da instituição na área de sustentabilidade. “Adotamos uma abordagem que reconhece a interdependência entre a saúde humana, animal e ambiental do conceito “Saúde Única”. Essa visão integrada orienta nossos programas de responsabilidade socioambiental e reforça nosso compromisso com o futuro das próximas gerações”, explicou. O “HPP Conecta: mudanças climáticas e impacto social, um chamado à ação” contou com o apoio do Solar do Rosário.

O Complexo Pequeno Príncipe – que reúne o Hospital Pequeno Príncipe, a Faculdades Pequeno Príncipe e o Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe – é pioneiro no desenvolvimento de projetos de gestão ambiental voltados à redução de impactos e à promoção de práticas sustentáveis na área da saúde.

Entre suas iniciativas estão o programa de gerenciamento de resíduos, a adoção de tecnologias para eficiência energética, o reuso de água e a promoção da educação ambiental entre seus públicos. Nesse sentido, reforça o compromisso institucional não apenas com a excelência em saúde, mas também com a construção de um futuro sustentável para as próximas gerações.

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