Em tempos de “Pokémon Go”, é necessário avaliar os riscos e vantagens da tecnologia na rotina das crianças e adolescentes
Até que ponto a tecnologia pode ser benéfica ou maléfica para o desenvolvimento das crianças e adolescentes? O tema, que divide a opinião dos especialistas no mundo todo, requer bom senso dos pais e responsáveis, que devem acompanhar de perto a rotina da garotada no universo digital.
O neuropediatra Anderson Nitsche, do Hospital Pequeno Príncipe, lembra da importância do monitoramento dos adultos, que devem ter a capacidade de medir o potencial do possível prejuízo na utilização constante de computadores, tablets e smartphones por meninos e meninas nas mais diferentes faixas etárias. “De maneira geral, as tecnologias estão aí para ajudar a gente. É importante observar os direcionamentos específicos, por exemplo, a quem se destina determinado software e com que frequência a criança ou adolescente utiliza”, pondera.
Mesmo sendo responsáveis por trazer melhorias comprovadas na linguagem e comunicação, além do desenvolvimento da coordenação motora, o uso indiscriminado de certos aparelhos pode acarretar em prejuízos na visão, alterações posturais e até mesmo provocar dores de cabeça. “As luzes azuis das telas dos aparelhos têm influência na qualidade do sono e deixam o usuário alerta”, reitera Nitsche.
Para a coordenadora do setor de Psicologia do Hospital Pequeno Príncipe, Ângela Bley, as tecnologias têm tudo para ser importantes aliadas no desenvolvimento de crianças e adolescentes. “O segredo está em saber usar, sempre tendo o acompanhamento dos pais e responsáveis. Essas ferramentas não podem, em hipótese alguma, provocar o isolamento social. É de extrema importância a interação”, observa.
Pokémon Go
No caso do sucesso mundial “Pokémon Go”, game gratuito de realidade aumentada que acaba de ser lançado no Brasil, a atenção dos adultos deve ser redobrada. Observe 5 dicas que o engenheiro de segurança da Norton, Nelson Barbosa, listou para os pais orientarem seus filhos, antes de saírem jogando por aí
1. Cuidado com estranhos
O jogo envolve interação com outros jogadores na vida real, em áreas chamadas de ginásios e Pokéstops. Neste locais ocorrem as batalhas entre Pokémons e a compra dos itens, respectivamente. Os criminosos podem se aproveitar disso para roubar as vítimas. Por isto, caso não possa supervisionar a criança, sempre a oriente a sair em grupos de amigos.
2. Use rastreamento de localização
Se o seu filho estiver jogando sozinho e fora de casa, utilize um aplicativo para monitorar a sua localização. Assim você terá o controle da localização, onde ele estiver.
3. Estabeleça limites
Para capturar os Pokémons, é necessário caminhar pelas ruas. Coloque limites de ruas e quadras para que as crianças não explorem locais muito afastados sozinhas.
4. Fique atento à ‘Lure’ de estranhos
O “Lure” é um item dentro do aplicativo que serve para atrair Pokémons aos Pokéstops. Quando um jogador utiliza o ‘Lure’, todos os usuários próximos conseguem ver e se aproveitar deste recurso. Criminosos usam esse item para atrair vítimas. Oriente as crianças sobre este perigo e defina um local seguro, como um shopping próximo, para que elas possam brincar tranquilamente.
5. Controle as compras dentro do aplicativo
Assim como muitos outros jogos, o “Pokémon Go” oferece compras dentro do aplicativo e os pais precisam supervisionar de perto. No caso do iOS, a Apple possui um recurso chamado “Pedir para Comprar”, que envia alertas sempre que alguém da família tentar comprar ou baixar algo. Para dispositivos Android, o Google Play Store possui uma opção de autenticação para compras dentro de aplicativos. Deixe sempre estas opções ativadas.
Mantendo o bom senso, o mundo digital pode ser um importante aliado na formação das novas gerações. Fique atento!
Entre 6 e 9 anos:
62% participam do mundo digital (Ex: Club Penguin, Webkinz etc.)
54% estão no Facebook, mesmo que a idade mínima seja de 13 anos
15% se comunicam por meio de mensagens instantâneas
21% usam e-mail
Entre 3 e 5 anos:
76% sabem ligar um computador ou tablet
73% jogam on-line
42% sabem abrir um navegador
42% sabem usar um smartphone
43% conseguem escrever o próprio nome
31% sabem o endereço de casa
15% sabem nadar
Fonte: Digital Diaries — AVG Technologies