Discussão sobre novas formas de tratamento do TCA marca o fim de encontro entre pesquisadores
O evento científico Immunobiology, immunotherapy and new therapeutic perspectives of ACC (Imunobiologia, imunoterapia e novas perspectivas terapêuticas para o Tumor de Córtex Adrenal), realizado pelo Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, chegou ao fim na tarde desta quarta-feira, dia 5, superando as expectativas propostas. Iniciado na última segunda-feira, dia 3, em São Francisco do Sul, em Santa Catarina, o encontro promoveu o debate sobre imunoterapia e discussões que chegaram a consensos importantes a respeito de novas formas de tratamento com as possibilidades terapêuticas já existentes.
Com a participação de 60 pessoas – entre pesquisadores, médicos e estudantes de várias partes do mundo –, o evento teve como objetivo principal discutir as formas de tratamento do tumor de córtex adrenal (TCA). O câncer predominantemente infantil – que tem incidência 18 vezes maior no Sul do país do que no restante do mundo – foi apresentado em estudos de casos, nos quais a doença foi descoberta em seu início e, também, em estágios mais avançados. O diretor científico do Instituto de Pesquisa, Bonald Cavalcante de Figueiredo, explicou que quando o diagnóstico é realizado precocemente, a cirurgia é a forma mais adequada de tratamento. Já quando o câncer é descoberto em fase avançada, o tratamento é feito, geralmente, com medicações. Durante o evento, foram apresentadas pelos pesquisadores diferentes formas de estimular um mesmo medicamento para casos específicos.
Imunoterapia tem avançado
A base das discussões esteve em torno de questões relacionadas a formas de aperfeiçoar o tratamento do TCA, que inclui as opções que existem atualmente e as que ainda poderão ser descobertas. A doutora e pesquisadora do St. Jude Children’s Research Hospital, localizado em Memphis, nos Estados Unidos, Emilia Modolo Pinto, ressaltou a importância de encontros deste porte para oxigenar e agregar conhecimentos, especialmente em estudos pontuais de casos, como os apresentados. “Nós viemos para nos aprofundar e discutir a imunoterapia. Conhecer a biologia do tumor de córtex adrenal e saber interpretar como o sistema imune está presente nesse tipo de tumor infantil é de suma importância para entendermos como usar os marcadores moleculares e de expressão. Assim, poderemos determinar quais moléculas estão expressando esses marcadores, de forma a reconhecer a atuação do sistema imune nesse ambiente. Nós avançamos”, salientou Emilia.
Inovação no tratamento
Os pesquisadores ponderaram, porém, que o tratamento por imunoterapia ainda está em sua fase inicial. Por esse motivo, o pesquisador, palestrante e um dos organizadores do evento científico, Enzo Lalli, da Universidade de Nice, na França, apontou a intensa troca de experiências como o ponto crucial do evento. “Nós estamos interessados em progredir e, consequentemente, melhorar o tratamento e a qualidade de vida dos nossos pacientes. Estando interessados nos estudos de caso apresentados por outros pesquisadores, podemos afirmar que saímos daqui cientes de que há outros métodos de tratamento diferentes que usam as mesmas drogas que já temos. E vamos atrás para fazermos isso”, finalizou.