Dia Nacional de Conscientização e Divulgação da Fibrose Cística: adesão ao tratamento é fundamental
Neste 5 de setembro, data dedicada ao assunto, é necessário reforçar a importância da compreensão e envolvimento do paciente e da família para garantir qualidade de vida, a boa convivência social e um saudável desenvolvimento psíquico
Com incidência média no Brasil de 1 caso para cada 10 mil pessoas, de acordo com dados do Ministério da Saúde, a fibrose cística, também conhecida como “doença do beijo salgado”, por conta da presença de altas quantidades de cloro e sódio no suor, ou mucoviscidose, ainda não tem cura e pede cuidados especiais. Neste 5 de setembro, data dedicada à conscientização e divulgação do problema, faz-se necessário reforçar a importância da adesão ao tratamento por parte do paciente e da família/responsáveis.
O Hospital Pequeno Príncipe, instituição de referência no tratamento da fibrose cística, conta com um ambulatório específico para o trabalho multiprofissional realizado, atualmente, com cerca de 80 pacientes. “O maior desafio está relacionado à promoção da adesão ao tratamento. Entende-se que a compreensão e significação que o paciente e a família têm sobre a doença e o tratamento são imprescindíveis para a adesão, qualidade de vida, convivência social e desenvolvimento psíquico saudáveis. Por ser uma doença ainda pouco conhecida e que em geral não provoca alterações fenotípicas (na aparência da criança), é comum que as famílias apresentem, em princípio, dificuldades para entender a determinação e os mecanismos da doença e do tratamento”, comenta a psicóloga Angelita Wisnieski da Silva.
O Serviço de Psicologia do Pequeno Príncipe é parte integrante e permanente da equipe multiprofissional que atua no Ambulatório de Fibrose Cística “É extremamente relevante a escuta do psicólogo sobre as dúvidas das famílias e a busca por explicações que se aproximem das possibilidades de entendimento das mesmas. Outro fator importante na adesão ao tratamento é a rede de apoio do paciente e da família: unidades básicas de saúde, serviços de assistência social e associações de apoio são indispensáveis para um tratamento complexo e de alto custo financeiro como esse”, reitera a psicóloga.
Sintomas
A fibrose cística afeta, além do aparelho respiratório, os sistemas gastrointestinal e reprodutor. Dessa forma, os sintomas podem variar, destacando-se entre os principais a dificuldade de crescimento, perda de peso, má absorção de nutrientes, cirrose biliar, infecções respiratórias de repetição e diarreia crônica.
No caso das crianças, a fibrose cística já pode ser identificada pelo teste do pezinho. O diagnóstico precoce contribui para o bom desenvolvimento de meninos e meninas desde a Primeira Infância, já que a doença provoca diarreia e infecções pulmonares repetitivas.
De acordo com Paulo Kussek, médico pneumologista do Hospital Pequeno Príncipe, o acompanhamento do paciente por uma equipe experiente de profissionais é essencial. “Além disso, ele deve seguir as orientações quanto ao uso contínuo das medicações prescritas bem como consultar regularmente no centro de referência em fibrose cística. É importante também que o paciente se organize em grupos ou associações para buscar seus direitos quanto ao acesso a consultas, exames e medicamentos”, fala.
Nesse cenário, reforça a psicóloga, o apoio da família, escola e amigos é muito importante. “O ideal é que o acolhimento seja equilibrado, sem tendências à superproteção ou à negligência por conta da doença”, pondera Angelita Wisnieski da Silva.
Fases críticas
Do ponto de vista psicológico, Angelita Wisnieski da Silva considera duas fases do processo de tratamento da fibrose cística mais sensíveis. A primeira diz respeito à descoberta da doença, diagnóstico e consultas iniciais. “Com a triagem realizada com o teste do pezinho, é cada vez mais frequente a chegada dos pacientes ao Ambulatório nas primeiras semanas de vida. Isso é importante, do ponto de vista médico, por prevenir eventuais prejuízos no início da vida. A chegada do bebê é naturalmente uma fase de reorganização da família e a descoberta de uma doença genética, ainda sem cura, impacta profundamente, especialmente as mães”, avalia.
Além da notícia da doença, a família passa a conviver com a rotina bastante intensa de consultas médicas, exames e tratamento. “Trata-se de uma fase delicada, exige acolhimento pela equipe assistencial e especial atenção para as questões psicológicas, já que o lugar que a criança vai ganhando na família nos seus primeiros tempos de vida é de grande peso na sua constituição psíquica”, reforça.
Adolescência
Outra fase conturbada é a chegada à adolescência, momento em que surgem muitos questionamentos por conta do diagnóstico e tratamento. “Como, em geral, as pessoas com fibrose cística têm a capacidade cognitiva preservada, é comum que comecem a perceber que o tratamento que precisam seguir é exclusivo, não é feito por seus colegas de escola, amigos. Nessa hora, a criança passa a se perceber diferente, discriminada pelo uso de medicamentos ou pela capacidade física reduzida (tem tosse quando corre, é mais magro que os colegas)”, observa.
Além disso, o adolescente questiona a inexistência da cura para a doença e se dá conta de que a convivência com a rotina de tratamentos é para a vida toda. Outro fator de destaque é o fato de que as famílias passam a atribuir as responsabilidades pelo tratamento ao paciente, o que é benéfico para a sua autonomia e crescimento, porém o tira de uma posição cômoda de dependência. “São fatores que exigem atenção do psicólogo quanto à identificação de possível isolamento social e de sinais depressivos que exigem cuidados específico”, conta a psicóloga.
O Pequeno Príncipe busca ampliar o debate sobre a relação entre o meio ambiente e a saúde integral e global, ao chamar atenção para a preservação do manancial, maior rio do Paraná
Coletamos Cookies* (pequenos pedaços de informações armazenados no seu computador) para verificar quem você é. Alguns desses cookies são usados para autenticação do Usuário e outros para conveniência, para ‘lembrar’ de você e suas preferências, seja para uma única visita (por meio de um ‘cookie de sessão’) ou para várias visitas repetidas (usando um ‘cookie persistente’). *Cookie: arquivo colocado em seu computador para rastrear movimentos dentro do site, como visitas as páginas e anúncios. Cookies não armazenam informações pessoais sem que você as tenha fornecido e não coletam informações registradas em seu computador.
Cookies Necessários são os cookies essenciais para fazer com que o nosso site funcione corretamente, permitindo que o Usuário navegue e utilize o site com todas as suas funcionalidades. A recusa desses cookies implica em não funcionamento de parte do site.
Cookies de Redes Sociais permitem que o Usuário acesse nossas campanhas e plataformas de doação a partir de links e leads lançados em nossas plataformas sociais e, após o término da respectiva campanha, permitem que o PEQUENO PRÍNCIPE faça o retarget dos potenciais doadores buscando nova arrecadação de doações.
Cookies de Desempenho são os cookies que permitem entender como o usuário interage com o site, fornecendo informações sobre as áreas visitadas, o tempo gasto no site e eventuais problemas encontrados. Esses cookies ajudam a melhorar o desempenho do site e não identificam o usuário, sendo todos os dados coletados e agregados anonimamente.
Cookies de Conveniência permitem que nosso site lembre das escolhas feitas pelo Usuário, facilitando o acesso e utilização da nossa plataforma em uma próxima oportunidade. Esses cookies podem coletar informações pessoais divulgados pelo próprio usuário e expiram aproximadamente após um ano de sua armazenagem.