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Depressão e ansiedade na infância e adolescência
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 10% a 20% de crianças e adolescentes no mundo sofram de transtornos mentais. A depressão e a ansiedade estão entre os mais comuns. E essa é a parcela da população que está mais exposta ao risco de automutilações e tentativas de suicídio. Por isso, o Hospital Pequeno Príncipe destaca a importância da atenção aos sinais de alerta, bem como do diagnóstico e tratamentos precoces e adequados das doenças, além de formas de preveni-las.
Sentimentos como ansiedade e tristeza fazem parte da vida. No entanto, é preciso ficar atento se esses sintomas são persistentes e causam muito sofrimento à criança. “Quando esses sintomas começam a trazer prejuízos para a vida dessa criança ou adolescente e geram sofrimento, podemos dizer que é um transtorno. Por exemplo, uma ansiedade ou tristeza que não permite que ela faça atividades rotineiras, como ir à escola, brincar e interagir com seus pares. Além disso, outros sintomas como dificuldade na atenção, alterações do sono e apetite, dificuldades em manter atividades básicas prejudicando assim o seu dia a dia”, pontua a psiquiatra Luciana Gusmão Abreu, do Hospital Pequeno Príncipe.
Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento de depressão e ansiedade na infância e adolescência, como: histórico familiar de transtornos mentais; experiências traumáticas (divórcio dos pais, bullying, abuso…); pressão escolar e social; e questões relacionadas à identidade e autoimagem. A identificação precoce desses transtornos é crucial para oferecer suporte adequado e evitar complicações na vida adulta.
Olhar integrado no diagnóstico
Familiares, amigos, professores e comunidade devem estar atentos a mudanças bruscas de comportamento de crianças e adolescentes. Nesse sentido, a comunicação entre escola e família é essencial para identificar essas alterações precocemente. Um ambiente acolhedor e sem julgamentos faz toda a diferença.
“É fundamental que eles não sejam julgados ou repreendidos por aquilo que estão sentindo ou pensando. Neste momento, apoio e acolhimento são a melhor forma de lidar com a situação. Entretanto, é importante ressaltar que apoiar e acolher não significa uma educação sem limites”, salienta a psiquiatra.
O diagnóstico de depressão e ansiedade na infância e adolescência exige uma observação detalhada ao longo do tempo. Não é um processo simples e imediato, pois envolve analisar o comportamento em diferentes contextos – familiar, social e escolar. E essa análise deve ser conduzida por um profissional de saúde especializado. Afinal, ele é capaz de diferenciar um transtorno de um comportamento normal, levando em conta o que é esperado para cada fase de desenvolvimento da criança.
Depressão na infância e adolescência
Ao contrário do que muitos pensam, as crianças também experimentam perdas, frustrações e dificuldades que podem desencadear quadros depressivos. Na adolescência, fatores como mudanças hormonais, pressão social e questões de autoimagem podem agravar o quadro. Além disso, um dos fatores que pioram a depressão é a coexistência de outras condições, como doenças crônicas. Em casos mais graves de depressão, o sofrimento e a tristeza podem ser maiores, resultando em perda de interesse pelas atividades cotidianas e isolamento social.
Sinais de alerta para a depressão
- Tristeza persistente ou irritabilidade
- Perda de interesse em atividades antes prazerosas
- Fadiga e falta de energia
- Alterações no sono (insônia ou sono excessivo)
- Alterações no apetite (ganho ou perda de peso)
- Baixa autoestima
- Dificuldades de concentração e socialização
- Sentimentos de culpa ou inutilidade
- Pensamentos suicidas ou autolesão
Ansiedade na infância e adolescência
A ansiedade faz com que a pessoa deixe de estar conectada a um momento presente e comece a preocupar-se com coisas que podem vir a acontecer. Não é apenas um “frio na barriga”, existe sofrimento atrelado a essa ansiedade. Na infância, é comum a ansiedade de separação, na qual o medo de afastar-se dos pais ou de casa é intenso. Já na adolescência, a ansiedade social se faz presente com o receio excessivo de ser julgado negativamente em situações em que se sente exposto, podendo levar ao isolamento. E há também a ansiedade generalizada, que está relacionada com preocupações excessivas sobre diversos temas.
Sinais de alerta para a ansiedade
- Irritabilidade e agitação
- Tremor, pele avermelhada e suor excessivo
- Preocupação excessiva desproporcional à realidade
- Insônia ou despertares noturnos
- Dificuldades de concentração e socialização
- Medo excessivo e desproporcional à realidade
- Sintomas físicos sem causa clínica (dores de cabeça ou barriga, tensão muscular, náuseas e tonturas)
Tratamento
O tratamento dos transtornos mentais na infância e adolescência é, geralmente, multiprofissional. Por isso, pode envolver psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, pediatras e psiquiatras. A psicoterapia é uma ferramenta importante, pois ajuda a criança ou o adolescente a compreender e lidar com suas emoções e dificuldades.
Em casos moderados a graves, o uso de medicação pode ser necessário. Entretanto, o foco é priorizar intervenções que envolvam mudanças no dia a dia e incluam: uma rotina saudável de sono e alimentação, prática de esportes e momentos de lazer, estabelecimento de limites claros e melhoria nas relações familiares. Por fim, criar um ambiente seguro, onde a criança ou adolescente se sinta ouvido e compreendido, é essencial para o sucesso do tratamento.
“Manter-se próximo e vigilante, bem como criar hábitos de trocas saudáveis entre os familiares, já pode ajudar a prevenir até mesmo os quadros mais graves, como de automutilação e tentativas de suicídio”, finaliza a psiquiatra.
- Veja também – Playlist sobre saúde mental e transtornos comuns
Dicas para prevenir a depressão e ansiedade na infância e adolescência
- Promover um ambiente familiar acolhedor
- Psicoterapia para aprendizado de habilidades de resiliência e regulação emocional
- Definir uma rotina que inclua tempo para estudo, lazer, atividade física e descanso
- Incentivar a prática de atividades físicas regularmente
- Limitar o uso excessivo de telas
- Contar com o apoio escolar para suporte emocional quando necessário
- Buscar ajuda profissional precocemente
O Pequeno Príncipe é signatário do Pacto Global desde 2019. A iniciativa presente nesse conteúdo contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3: Saúde e Bem-Estar (ODS 3).