A principal forma de prevenção da coqueluche é por meio da vacinação ainda nos primeiros meses de vida.
A coqueluche, também conhecida como tosse comprida ou tosse convulsa, é uma doença infecciosa aguda. Ela é causada pela bactéria Bordetella pertussis, que afeta as vias respiratórias, que levam o oxigênio até os pulmões. No Brasil, a coqueluche é controlada devido à vacinação em massa. Entretanto, o aumento dos casos no país e no mundo chamam a atenção para o tema.
De 2019 a 2023, todas as 27 unidades federativas do Brasil notificaram casos da enfermidade. O Paraná foi o quarto estado com maior registro e, entre janeiro e junho de 2024, contabilizou 16 ocorrências da doença. Os dados nacionais de 2019 a 2024 também mostram que as crianças menores de 1 ano de vida representaram mais de 52% dos casos de coqueluche. Em seguida, crianças entre 1 e 4 anos, com cerca de 22%.
A médica e coordenadora do Centro de Vacinas Pequeno Príncipe, Heloisa Ihle Garcia Giamberardino, explica que a doença é considerada um problema de saúde pública. Isso devido à longa duração do quadro dos pacientes infectados. “Pessoas de todas as faixas etárias podem contrair a coqueluche, mas as crianças menores de 1 ano são mais suscetíveis a desenvolvê-la com graves sintomas”, aponta.
Fases e sintomas da coqueluche
O contágio ocorre por meio das gotículas de saliva expelidas na tosse, espirro ou até mesmo na fala, com o contato direto da pessoa infectada com um indivíduo não vacinado. Os sintomas da coqueluche podem variar conforme a idade do paciente e a gravidade da infecção. Em geral, a enfermidade apresenta três estágios:
– Estágio catarral: assemelha-se a um resfriado comum, com coriza, febre baixa, espirros e uma tosse leve e ocasional.
– Estágio paroxístico: caracterizado por episódios de tosse intensa e incontrolável, seguidos por um som agudo ao inspirar. Esses episódios podem ser tão severos que causam vômito, exaustão e até mesmo morte súbita em crianças menores de 1 ano.
– Estágio de convalescença: a tosse gradualmente diminui em frequência e intensidade.
Complicações da doença
A coqueluche pode levar a complicações sérias, especialmente em crianças até 1 ano, como pneumonia, engasgos, fraturas de costelas devido à tosse intensa, lesão cerebral e até óbito. Em adolescentes e adultos, a doença pode causar complicações como incontinência urinária, desmaios e pneumonia.
Qual é a vacina para coqueluche?
O Ministério da Saúde reforça que a principal forma de prevenção da coqueluche é por meio da vacinação de crianças ainda nos primeiros meses de vida. A vacina tríplice bacteriana, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, é ofertada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). São três doses: aos 2, aos 4 e aos 6 meses de idade. Depois, um reforço aos 15 meses e um aos 4 anos.
Além disso, há recomendação de imunização de gestantes, a partir da 20.ª semana, e puérperas, em todas as gestações. A vacinação evita o contágio ao recém-nascido, pois permite a transferência de anticorpos ao feto e protege o bebê nos primeiros meses de vida, até que possa ser imunizado.
Na rede privada, há uma versão acelular da tríplice bacteriana, feita com proteínas, que diminui as chances de efeitos colaterais após a aplicação. Na versão infantil, é aplicada em crianças a partir dos 4 anos de idade, com reforço a cada dez anos. Já o tipo adulto é recomendado como reforço para crianças entre 9 e 11 anos, adolescentes, adultos e idosos.
Confira, no vídeo a seguir, mais informações sobre a coqueluche:
O Pequeno Príncipe é signatário do Pacto Global desde 2019. A iniciativa presente nesse conteúdo contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Saúde e Bem-Estar (ODS 3).
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