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Colesterol pode ser prevenido com consumo de alimentos saudáveis
A pandemia modificou a rotina de muitos brasileiros, o que influenciou na prática de hábitos saudáveis, como uma boa alimentação e realização de exercícios físicos. Pesquisas apontam um aumento do consumo de ultraprocessados, congelados e enlatados neste período, ações que são reforçadas principalmente em contextos de baixa renda familiar. Neste Dia Nacional do Combate ao Colesterol, 8 de agosto, o Hospital Pequeno Príncipe alerta para a importância de buscar alternativas de alimentos mais saudáveis para uma melhor qualidade de vida, especialmente para as crianças.
Dados da Fundação Abrinq revelam que, nos últimos cinco anos, houve um aumento em mais de dois milhões no número de crianças que têm renda familiar de até R$ 303, equivalente a um quarto de salário mínimo. Nesse cenário retratado pelo levantamento, o acesso a uma alimentação saudável e de qualidade é dificultado, com a presença de frutas e verduras dando lugar a embutidos e demais alimentos industrializados, que aumentam o LDL, popularmente conhecido como “colesterol ruim”.
Implementar bons hábitos alimentares desde cedo ajuda a reduzir as chances de um exame de colesterol alterado, principalmente quando há histórico da doença na família da criança. “A alimentação deve sempre ser a mais natural e menos processada possível. Já na fase da introdução alimentar, é ideal ofertar alimentos de qualidade para que o paladar da criança seja acostumado a esses sabores, a fim de que, ao crescer, receba o mínimo possível de alimentos ultraprocessados”, pontua a nutricionista Maria Emília Suplicy, do Hospital Pequeno Príncipe.
Em relação aos altos custos dos alimentos mais saudáveis, a especialista recomenda consumir produtos da época, que têm seus preços reduzidos. A compra em feiras livres, que a partir de um certo horário oferecem descontos e promoções, e os sacolões de bairros são boas alternativas.
- Veja também – Lancheiras: como preparar opções saudáveis para crianças
Fique atento aos fatores de risco da doença
- Alimentação rica em gorduras saturadas.
- Sedentarismo.
- Excesso de peso.
- Hereditariedade.
- Medicamentos (como glicocorticoides).
- Doenças renais, hepáticas, hormonais e cardiopatias.
Diagnóstico e tratamento do colesterol
O diagnóstico é feito pela avaliação do perfil lipídico, entre os 9 e 11 anos de idade. Já para crianças com histórico familiar ou outros fatores de risco, a triagem deve ter início após os 2 anos. Os exames requerem atenção especial, pois o colesterol alto geralmente não causa sintomas. “Raramente, com níveis muito altos, podem surgir nódulos nos tendões e manchas amarelas ao redor dos olhos. Porém, mesmo sem sintomas, o processo de formação de placas nas artérias pode já ter início na infância e adolescência”, explica a médica endocrinologista Julienne Carvalho, do Hospital Pequeno Príncipe.
A especialista acrescenta que o tratamento da doença envolve diversos fatores. “Uma orientação de hábitos alimentares saudáveis, diminuindo o consumo de gordura de origem animal e aumentando a ingestão de fibras, junto do estímulo à prática de atividade física, controle do tempo de tela e combate ao excesso de peso são fundamentais para o tratamento da criança com colesterol elevado. Elevações mais acentuadas ou causadas por alterações genéticas do metabolismo lipídico também podem demandar tratamento medicamentoso ainda na infância”, finaliza.