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Autismo é destaque no Pequeno Príncipe Conhecimento
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que afeta áreas do desenvolvimento neurológico, como déficit na comunicação social e no comportamento. A projeção do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos – que equivale ao Ministério da Saúde no Brasil – é de que o transtorno atinja uma a cada 44 crianças. Para discorrer sobre conceitos, diagnóstico e tratamento sobre o autismo, o Pequeno Príncipe promoveu um encontro on-line para os profissionais da instituição.
O evento foi conduzido pela coordenadora do Ambulatório de Doenças Raras do Hospital Pequeno Príncipe, Mara Lucia Schmitz Ferreira Santos, que apontou a importância de promover espaços de conhecimento a respeito do TEA. “O autismo é um dos distúrbios de comportamento mais comuns. Sua incidência nos últimos anos teve um aumento de 21%, segundo o Centro de Controle de Doenças e Prevenção do governo dos Estados Unidos, o que nos mostra como é relevante abordar esse assunto”, explicou a neurologista.
Cada pessoa que apresenta essa condição experimenta diferentes combinações e traços em diversas intensidades. Alguns dos sinais mais frequentes de quem é diagnosticado com TEA são: comportamento repetitivo, rejeição a toques, pouco contato visual e dificuldade de relacionamento e de comunicação.
Causas do autismo
De acordo com o neuropediatra Anderson Nitsche, do Hospital Pequeno Príncipe, a causa do autismo é uma complexa interação entre fatores genéticos e condições ambientais. Alguns aspectos podem influenciar o aparecimento do transtorno, como o uso de substâncias lícitas e ilícitas durante a gravidez, nascimento prematuro ou uso excessivo de telas, especialmente no primeiro ano. “Esse aumento no caso de pessoas diagnosticadas com autismo se deve a um maior conhecimento sobre a doença, mas o TEA ainda é objeto de diversos estudos, que podem trazer maiores esclarecimentos a respeito”, enfatizou o médico.
Comorbidades psiquiátricas
Indivíduos diagnosticados com TEA têm risco aumentado de apresentar uma ou mais comorbidades psiquiátricas, segundo estudos apresentados pela psiquiatra e doutoranda em Saúde da Criança e do Adolescente Maria Cecilia Beltrame Carneiro. Entre as mais comuns estão os transtornos de ansiedade, humor e TOC. “A avaliação dessas doenças de base são processos desafiadores e complexos, muitas vezes confundidos com comportamentos do autismo”, constatou. A especialista frisou também que, se existe alguma suspeita da condição, é preciso procurar um médico especialista para o diagnóstico preciso e acompanhamento. O autismo não tem um tratamento medicamentoso, por isso se faz necessária uma equipe multidisciplinar focada em cada paciente.
Alterações sensoriais
Observar não somente as dificuldades, mas também as potencialidades, é um outro ponto muito importante no acompanhamento da criança e do adolescente com autismo. “Por exemplo, uma pessoa que tem dificuldade de comunicação ou de toques pode desempenhar atividades instrumentais de uma maneira muito à frente do seu desenvolvimento. O importante é que a gente consiga dar esse apoio e fornecer o tratamento que ela precisa”, observou a psiquiatra Jaqueline Cenci.
Genética e autismo
Para encerrar esse momento de conhecimento, a médica geneticista Josiane de Souza, do Hospital Pequeno Príncipe, abordou a genética no paciente autista. Estudar esse assunto é relevante para avaliar prognósticos e o curso que se espera do espectro. A especialista ressaltou também como prevenir e tratar comorbidades, refinar e definir tratamentos, além de fornecer uma assistência personalizada e fomentar a pesquisa a respeito do TEA, que ainda traz muitos questionamentos.