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ALTA COMPLEXIDADE | Serviço de Anestesiologia

A anestesiologia é a especialidade médica que consiste em proporcionar ausência de dor em um paciente que é submetido a uma intervenção cirúrgica ou a um exame. Toda equipe do Hospital Pequeno Príncipe tem formação na área da pediatria, garantindo segurança e conforto a todos os pacientes. Devido à expertise no atendimento infantojuvenil, a instituição se tornou referência nacional para o ensino e treinamento dessa especialidade, e conta com um programa de ensino em anestesiologia pediátrica que recebe profissionais do Brasil e de outros países.
No Pequeno Príncipe, a equipe do Serviço de Anestesiologia é composta por 15 profissionais especialistas no cuidado de meninos e meninas desde 1 dia de vida até antes de completarem 18 anos. O anestesiologista é responsável pela avaliação de crianças e adolescentes, pela escolha do tipo de anestesia compatível com cada paciente, por monitorar o estado geral – nível de consciência, respiração, pulso e pressão arterial – durante o procedimento, além da vigilância na recuperação da anestesia.
“O anestesiologista pediátrico precisa de um conhecimento específico e aprofundado em anatomia e fisiologia das diversas faixas etárias que compõem a população pediátrica. Por exemplo, atendemos pacientes com poucas horas de vida, com anatomia e fisiologia ainda em desenvolvimento e que precisam de cuidados diferentes de uma criança de 10 anos, por isso, quando o anestesiologista trabalha com pediatria, a especialização faz muita diferença no cuidado”, pontua a chefe do Serviço de Anestesiologia, Carolina Rizzoni Silveira.

Alta complexidade da anestesiologia
O anestesiologista é responsável por manter as funções vitais do paciente em níveis seguros e é preparado para identificar e tratar quaisquer alterações que possam ocorrer, por isso é essencial para o centro cirúrgico. A alta complexidade do serviço está ligada diretamente ao conhecimento amplo dos profissionais sobre anatomia, fisiologia e sistema nervoso de diferentes faixas etárias de um mesmo público.
“A diferença entre anestesiar um adulto e uma criança está no grau de maturidade do organismo. O sistema nervoso de um recém-nascido é imaturo, a fisiologia do coração é mais delicada. Já o adulto tem maturação, o fígado consegue catabolizar de maneira adequada o medicamento, por exemplo, e uma criança não. E quando se fala em criança, estamos falando de pacientes com 700 gramas, 3 quilos, 20 quilos. Cada processo de anestesia é diferente”, detalha o médico Sérgio Bernardo Tenório.
Além disso, o cálculo de medicamentos e a monitorização do estado do paciente em cirurgias longas também tornam o serviço complexo. Tenório explica que a anestesia é um processo que pode durar diversas horas e até dias, e isso é possível por meio do conhecimento do profissional sobre os medicamentos e também sobre as crianças e os adolescentes.
“Nós levamos em consideração a fisiologia da criança, a ação do medicamento sobre o organismo, porque às vezes você tem uma estrutura que não pode usar determinado medicamento ou tem que usar uma quantidade menor. Já tivemos cirurgias que duraram 30 horas no Pequeno Príncipe, e durante todo tempo o anestesiologista permaneceu ao lado do paciente, monitorando os sinais vitais, prevendo possíveis instabilidades e realizando o cálculo de remédios anestésicos”, conta Tenório, que trabalha na instituição desde 1979.

Avaliação pré-anestésica
A administração de uma anestesia no paciente pediátrico apresenta alguns desafios, como estruturas mais delicadas para acessos vasculares, diferenças anatômicas para acesso de vias aéreas e bloqueios anestésicos, além de síndromes genéticas e outras doenças que podem estar associadas, modificando o planejamento anestésico, tornando-o mais complexo.
Desse modo, a avaliação pré-anestésica é fundamental para o profissional entender as particularidades de cada paciente. Nessa consulta, os médicos conhecem o histórico da criança ou adolescente, realizam exame físico e, se necessário, solicitam exames e pareceres complementares.
“Alguns pacientes com comorbidades chegam para realizar procedimentos pouco complexos, porém frequentemente demandam cuidados adicionais por conta da sua condição clínica. Por isso, é importante avaliar individualmente cada criança e adolescente”, explica a média anestesiologista Roberta Scholz.
Humanização essencial no cuidado
Durante toda a preparação e até o processo de anestesia ser iniciado, o familiar acompanha o paciente, minimizando a ansiedade e humanizando o momento. “A criança continua segurando a mão do familiar, olhando para ele até a anestesia começar a fazer efeito. Algumas vezes, deixamos um filme no celular, uma música tocando, e ficamos conversando sobre assuntos que a criança tem afinidade. Isso tudo para que ela seja tratada da melhor maneira possível”, completa Carolina Rizzoni.
Tenório relembra uma história que o marcou muito, já que foi ele que – em seus mais de 40 anos de atuação na instituição – teve a sensibilidade de implementar essa permanência do familiar até a anestesia fazer efeito. “Um dos casos que lembro foi de um menino, que deveria ter 8 anos, que dissemos ‘vamos colocar um cheirinho para você dormir’, e ele insistia dizendo que não. Ele percebeu a movimentação no Centro Cirúrgico e perguntou: ‘Tio, vou ter que dormir mesmo?’; e eu: ‘Vai, sim’, e ele respondeu: ‘É que minha mãe disse que antes de dormir eu tenho que rezar’, e aí nós rezamos com ele”, lembra o médico.
Depois de o paciente adormecer, e o responsável ir para a sala de espera, a cirurgia é iniciada. Com o término do procedimento, o efeito do anestésico é encerrado. Na sequência, a criança ou adolescente vai acompanhada do médico anestesiologista para a sala de recuperação, onde continua sendo monitorada e, após despertar e com sinais vitais bons, segue para o quarto ou para a Unidade de Terapia Intensiva, se necessário.
Referência no ensino em anestesiologia
O programa de residência médica em Anestesiologia do Pequeno Príncipe – que tem duração de um ano – formou, nos últimos cinco anos, 23 profissionais, três deles da Colômbia. Nessa modalidade, o médico aprimora não somente a técnica, mas também a visão pediátrica e a humanização. Além disso, a instituição oferece fellow de um mês para médicos de Curitiba e de outros estados do país, que em quatro semanas acompanham a rotina de cirurgias de todas as especialidades e os protocolos do Hospital.
