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Alergia nas crianças: o que pode causar?
Qualquer alimento pode causar uma reação alérgica, no entanto os alérgenos mais comuns, representando cerca de 90%, são as proteínas do leite de vaca, ovo, amendoim, soja, trigo e frutos do mar. Neste Dia Mundial da Alergia, lembrado em 8 de julho, o Hospital Pequeno Príncipe esclarece que a reação adversa a alimentos é um termo que se aplica quando há uma resposta clínica anormal que se segue à ingestão, contato ou inalação de um alimento e seus derivados.
Considera-se uma alergia alimentar quando há uma reação adversa que envolve o mecanismo imunológico. As reações de intolerância alimentar, entretanto, não são relacionadas a mecanismos imunológicos, sendo causadas por alimentos que contenham substâncias tóxicas ou farmacológicas, contaminantes químicos ou microbianos, ou que causem reações ou doenças metabólicas.
O primeiro passo para diagnosticar a alergia alimentar é a obtenção da história clínica e o exame físico detalhados, com especial atenção à avaliação nutricional. É necessário diferenciar as manifestações alérgicas de outras causas com sintomas similares, já que o tratamento da alergia alimentar implica a identificação e exclusão de alimentos da dieta. Também podem ser realizados exames laboratoriais como a dosagem de anticorpos específicos contra os antígenos dos alimentos, mas que avaliam apenas as reações de início imediato.
“Devemos lembrar que não se faz o diagnóstico quando um teste é positivo, nem se afasta alergia alimentar quando o resultado é negativo”, ressalta o chefe do Serviço de Gastroenterologia Pediátrica e Endoscopia Digestiva do Hospital Pequeno Príncipe, Mário Vieira. Os exames de endoscopia digestiva podem ser úteis nos pacientes com manifestações gastrointestinais e confirmar o diagnóstico de algumas afecções específicas.
Sintomas da alergia alimentar
As manifestações clínicas podem ser muito variadas, uma vez que um determinado alimento nem sempre desencadeia os mesmos sintomas, dependendo do órgão-alvo, dos mecanismos imunológicos envolvidos e da idade do paciente.
- Reações imediatas: anafilaxia, urticária, sintomas respiratórios e vômitos agudos.
- Reações tardias: as manifestações são principalmente gastrointestinais e incluem as doenças eosinofílicas gastrointestinais (nas quais ocorre o aumento do número de eosinófilos nos tecidos), e a enteropatia alérgica (inflamação com atrofia da mucosa intestinal).
- Outros distúrbios adicionais: alterações da motilidade gastrointestinal, que podem manifestar-se como cólica, sintomas de doença de refluxo gastroesofágico e constipação intestinal refratária.
Tratamento
A base do tratamento da alergia alimentar é a dieta de exclusão. A restrição na ingestão de alimentos não é isenta de dificuldades, portanto sua instituição deve ser considerada como uma prescrição medicamentosa, já que comporta uma determinada relação de risco-benefício. “A dieta deve ser individualizada, pois a eliminação de alimentos importantes pode levar ao risco de comprometimento nutricional. É preciso que os pais e familiares saibam claramente que mesmo uma pequena quantidade de alérgeno pode manter a doença e provocar reações adversas”, pontua o especialista.
Prevenção da alergia
“Os fatores de risco associados ao desenvolvimento das alergias são vastos e incluem aspectos genéticos e ambientais. No entanto, há poucas evidências a respeito de intervenções para diminuir o risco de doenças alérgicas”, destaca Vieira. A amamentação exclusiva com leite materno até os 6 meses e a introdução de alimentação complementar aproximadamente nesse período são recomendações que podem prevenir o desenvolvimento de alergia.
Restrições alimentares impostas à gestante não são recomendas, e a exclusão de alimentos da dieta da mãe que está amamentando deve ser considerada apenas se houver manifestação de sintomas de alergia no lactente em aleitamento materno. Considerando que a composição da microbiota intestinal pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento de alergias, deve-se incentivar ainda o parto vaginal, utilizar antibióticos de forma criteriosa e evitar o uso de medicamentos inibidores de ácido utilizados para tratamento de doença do refluxo nos primeiros meses de vida.
Serviço de Gastroenterologia
O Serviço de Gastroenterologia Pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe é o único serviço de referência com atendimento exclusivo à especialidade no estado do Paraná e um dos principais serviços de gastroenterologia pediátrica do país. Oferece atendimento a crianças e adolescentes que estão internados, assim como aos pacientes atendidos nos ambulatórios.