A idade do diagnóstico do TDAH faz a diferença?
Os sintomas do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) podem aparecer entre os 3 e 6 anos de idade e perdurar durante a adolescência e vida adulta, segundo o National Institute of Mental Health. O diagnóstico precoce, por meio de avaliação multiprofissional, é essencial para melhorar a qualidade de vida e o desenvolvimento de crianças e adolescentes.
O neuropediatra Anderson Nitsche, do Hospital Pequeno Príncipe, pontua que o tempo para diagnosticar pode variar, mas leva, em média, de seis meses a um ano. Afinal, envolve uma avaliação abrangente, com coleta de informações de várias fontes, como pais, professores e profissionais de saúde. Além disso, há observações diretas do comportamento da criança e análise de possíveis doenças relacionadas.
Alguns fatores podem tornar o diagnóstico do TDAH mais difícil. Isso porque os sintomas podem ter semelhanças com os de outras condições, como ansiedade, depressão, dificuldades de aprendizagem e até autismo. “Por outro lado, as crianças podem apresentar comportamentos diferentes em ambientes distintos. Desta forma, a percepção dos sintomas e a aceitação da possibilidade diagnóstica do TDAH pelos pais e educadores podem variar”, complementa.
Afinal, a idade do diagnóstico do TDAH faz a diferença?
Sim, o diagnóstico do TDAH ainda na infância é de suma importância por diferentes razões. Primeiramente, permite a implementação precoce de intervenções terapêuticas e educacionais. Com o diagnóstico e tratamento corretos, as crianças tendem a apresentar uma melhor qualidade de vida.
“Isso contribui para a prevenção ou redução da gravidade dos prejuízos nas relações sociais, aprendizagem e desempenho geral na vida, tanto no ambiente doméstico quanto no escolar”, pontua o neuropediatra. Além disso, com esse encaminhamento definido, as próprias escolas podem ajustar as abordagens pedagógicas de forma personalizada e, assim, promover um ambiente mais inclusivo e eficiente.
Por outro lado, a falta de diagnóstico e tratamento do TDAH na infância pode resultar em impactos negativos na vida adulta. Por exemplo, dificuldades para concluir a escolaridade, manter empregos estáveis e enfrentar desafios nas relações interpessoais. “Além disso, há também um risco aumentado de desenvolver condições de saúde mental como depressão, ansiedade e abuso de substâncias. Ademais, lidar com os sintomas sem o devido suporte pode levar a uma baixa autoestima e autoconfiança”, enfatiza o especialista.
Pais e cuidadores e seu papel no diagnóstico
Frequentemente, os pais e cuidadores são os primeiros a notar os sintomas do TDAH. Portanto, têm o papel fundamental de fornecer informações detalhadas aos profissionais de saúde sobre o comportamento da criança em diferentes contextos. E, dessa forma, colaborar durante o processo de avaliação multiprofissional. “Além disso, é essencial que ofereçam apoio emocional e encorajamento à criança, contribuindo para a melhoria da autoestima e do bem-estar geral”, explica o médico.
Por outro lado, professores e terapeutas também desempenham um papel crucial ao alertar sobre os sintomas e dificuldades apresentadas pela criança. Além de ajudar na implementação de estratégias de manejo do TDAH tanto em casa quanto na escola.
Serviço de Neurologia
O Serviço de Neurologia do Hospital Pequeno Príncipe é considerado um dos mais completos na área da pediatria. É formado pelo Ambulatório de Epilepsia, Ambulatório de Distúrbios de Movimento e Paralisia Cerebral, Ambulatório de Erros Inatos do Metabolismo, Ambulatório de Distúrbios de Aprendizagem e Serviço de Eletroencefalografia. Além de transtornos como o TDAH, a especialidade atende e trata pacientes com doenças raras, problemas de memória, distúrbios dos movimentos, distúrbios do sono, crises convulsivas, entre outros.
- Confira, na playlist a seguir, mais informações sobre o TDAH em crianças e adolescentes:
O Pequeno Príncipe é signatário do Pacto Global desde 2019. A iniciativa presente nesse conteúdo contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Saúde e Bem-Estar (ODS 3).