Hanseníase: casos crescem entre crianças no Brasil

Notícias

Casos de hanseníase crescem entre crianças no Brasil

Hospital Pequeno Príncipe destaca que a detecção da doença em uma criança é um sinal de alerta, pois mostra que convive com alguém doente
24/01/2024
hanseníase em crianças
A detecção da hanseníase em crianças é um sinal de alerta, pois mostra que há convivência com alguém doente.

O Brasil tem registrado um aumento nos casos de hanseníase nos últimos tempos. Somente em 2022, foi verificado um crescimento de 7,2% no número de casos novos detectados no país entre a população em geral e de 9,9% entre meninos e meninas com menos de 15 anos, segundo dados do Ministério da Saúde. Em alusão ao Janeiro Roxo e às vésperas do Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase (28 de janeiro), o Hospital Pequeno Príncipe reforça que a detecção da doença em crianças e adolescentes é um grande sinal de alerta.

“Quando detectamos a hanseníase em uma criança, isso significa que ela está sendo exposta a uma pessoa que está transmitindo a doença, que pode ser os pais, responsáveis alguém da família que esteja doente. A hanseníase é uma enfermidade que demora anos para aparecer, pois o bacilo [Mycobacterium leprae] leva tempo para se reproduzir. Então, o contágio ocorre por causa da convivência”, ressalta a médica Nadia Almeida, responsável pelo Serviço de Dermatologia do Hospital Pequeno Príncipe.

De acordo com os dados do Ministério da Saúde, foram registrados 19.635 casos novos de hanseníase no Brasil, em todas as faixas etárias, no período de janeiro de 2022 a janeiro de 2023. Somente no Paraná, foram 393 novos diagnósticos. Já entre os pacientes com menos de 15 anos, foram notificados 836 casos novos da doença no país, sendo seis no Paraná.

Diagnóstico e tratamento da hanseníase

O diagnóstico é clínico, com a realização de exames como a baciloscopia e a biópsia de pele, e pode ser feito em unidades básicas de saúde, por exemplo, nas quais também é oferecido o tratamento gratuito via Sistema Único de Saúde (SUS). Para contribuir com o diagnóstico precoce da doença – o que evita o surgimento de incapacidades físicas e sequelas –, o Ministério da Saúde passou a distribuir testes rápidos para a detecção da hanseníase.

A especialista explica que, quando há um diagnóstico de hanseníase em criança, é necessário fazer uma busca ativa entre as pessoas com quem ela convive e o tratamento imediato da família. “O tratamento de crianças e adolescentes é o mesmo prescrito para os adultos. Dependendo da forma clínica da doença, vai variar o tempo. Além disso, o que o médico irá ajustar é somente a dosagem”, destaca.

O uso combinado dos remédios da chamada poliquimioterapia (PQT) pode durar de seis meses a um ano. “A partir do momento em que o paciente começa a tomar os medicamentos, em menos de 15 dias ele não transmite mais a doença”, completa Nadia. A hanseníase pode ser classificada como paucibacilar – que é aquele tipo no qual a pessoa não transmite a doença – e multibacilar – no qual o paciente transmite o bacilo causador da enfermidade.

Estigma e preconceito

Um dos desafios enfrentados pelos pacientes com hanseníase, em qualquer idade, é o estigma e o preconceito que ainda rondam a doença, mesmo que a enfermidade tenha cura. “O caminho para combatermos isso é conscientizar a população. A começar dentro do núcleo familiar da própria pessoa que tem a doença, e ressaltar que a hanseníase tem tratamento e cura. Também é necessária a educação dos profissionais de saúde, para a identificação precoce da doença, e a realização de campanhas de mobilização maciças, não somente em janeiro, mas durante todo o ano”, conclui a dermatologista.

A hanseníase em números

Confira alguns indicadores que apontam o crescimento dos casos da doença no Brasil nos últimos tempos. Os dados são do Ministério da Saúde.

Brasil (população em geral)
– 19.635 casos novos, de janeiro de 2022 a janeiro de 2023
Crescimento de 7,2% em relação ao período anterior, de janeiro de 2021 a janeiro de 2022

– 19.129 casos novos, de janeiro a novembro de 2023
Aumento de 4,8%, se comparado ao mesmo período de 2022

Brasil (pacientes com menos de 15 anos)
– 836 casos novos, de janeiro de 2022 a janeiro de 2023
Crescimento de 9,9% em relação ao período anterior, de janeiro de 2021 a janeiro de 2022

– 835 casos novos, de janeiro a novembro de 2023
Aumento de 5,7%, se comparado ao mesmo período de 2022

Paraná
– 393 casos novos em todas as faixas etárias, de janeiro de 2022 a janeiro de 2023
– 397 casos novos na população em geral, de janeiro a novembro de 2023
– 6 casos novos em pacientes com menos de 15 anos, de janeiro de 2022 a janeiro de 2023
– 5 casos novos entre crianças e adolescentes, de janeiro a novembro de 2023

  • Confira, no vídeo a seguir, mais informações sobre a hanseníase em crianças:

O Pequeno Príncipe é signatário do Pacto Global desde 2019. A iniciativa presente nesse conteúdo contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Saúde e Bem-Estar (ODS 3).

Acompanhe os conteúdos também nas redes sociais do Pequeno Príncipe e fique por dentro de informações de qualidade – FacebookInstagramTwitterLinkedIn e YouTube.

+ Notícias

15/05/2024

Como falar sobre as enchentes com as crianças?

Hospital Pequeno Príncipe destaca a importância de agir com sensibilidade e estar atento aos sinais de sofrimento manifestados pelos pequenos
13/05/2024

É normal a criança ter amigos imaginários?

A criação desses personagens é comum no desenvolvimento infantil, mas veja alguns sinais que indicam atenção a essa prática
09/05/2024

Ministra da Saúde visita área onde será o Pequeno Príncipe Norte

Nísia Trindade de Lima destacou a importância do projeto e da instituição para a saúde infantil do país
07/05/2024

Hospital se destaca em encontro internacional por ações ambientais

Instituição é a única entre as organizações de 12 países a ter um indicador em saúde ambiental 
03/05/2024

Iniciam as obras do Ambulatório de Oncologia, Hematologia e TMO

O espaço foi destruído em um incêndio ocorrido em outubro de 2023
02/05/2024

Livro infantil auxilia na prevenção da violência contra crianças

O lançamento da obra marcou o início da Campanha Pra Toda Vida, promovida pelo Hospital Pequeno Príncipe desde 2006
Ver mais