Ivonete do Nascimento: achou no Hospital o amor ao serviço social

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Ivonete do Nascimento: achou no Hospital o amor ao serviço social

“O Pequeno Príncipe foi o primeiro lugar que me acolheu e abriu as portas para mim, por isso eu abracei a instituição com todas as minhas forças.”
27/02/2023
Ivonete do Nascimento
Ivonete do Nascimento encontrou no Pequeno Príncipe uma oportunidade de trabalho que tornou-se sua paixão e propósito de vida

Há 30 anos na instituição, Ivonete do Nascimento teve uma trajetória de muito crescimento pessoal e profissional no Pequeno Príncipe. Quando foi em busca do primeiro emprego, encontrou inúmeros desafios, entre eles preconceito e racismo. Ao iniciar sua atuação no Hospital como estagiária, sentiu-se acolhida, mesmo sem saber qual carreira seguiria, mas ela tinha uma certeza: fazer parte do maior hospital exclusivamente pediátrico do país. As três décadas dedicadas às crianças, adolescentes e familiares mostraram à profissional o caminho da assistência social, do amor e do cuidado ao próximo.

“O Pequeno Príncipe foi o primeiro lugar que me acolheu e abriu as portas para mim, por isso eu abracei a instituição com todas as minhas forças.”

Encontro com o Pequeno Príncipe

“Entrei na instituição em 1993 e fui uma das primeiras estagiárias, de nível médio, do Hospital. Quem trouxe meu currículo no Pequeno Príncipe foi minha irmã, Ivani, que é enfermeira na instituição até hoje. Na época, foi muito difícil conseguir um emprego, porque o preconceito era muito grande, por eu ser uma mulher e negra. Se hoje tem muito preconceito, imagina naquela época. O Pequeno Príncipe foi o primeiro lugar que me acolheu e abriu as portas para mim, por isso eu abracei a instituição com todas as minhas forças.”

Caminho da assistência social

“Fiquei um ano e meio como estagiária. Quando terminei o ensino médio, passei a ser secretária do setor de Serviço Social e fiquei oito anos nessa função. Ao longo deste tempo, a Margarida Muggiati, que coordenava o setor na época e é uma das minhas inspirações, me incentivou a cursar a graduação em Serviço Social. Sempre falava para ela que não faria esse curso, porque a rotina era muito maluca e achava que não ia dar conta. Tentei vestibular para vários cursos, e não passei. Até que um dia falei: ‘Vou tentar Serviço Social’ e consegui uma bolsa de estudos para fazer um curso preparatório para o vestibular. Mas como eu estava há muito tempo sem estudar e trabalhava em tempo integral, não dei conta e decidi fazer o curso no ano seguinte. Mesmo assim, prestei vestibular para Serviço Social e passei.”

Início da atuação no Serviço Social

“Passar no vestibular foi uma alegria, mas eu esbarrava na questão financeira. Na época, meu salário não dava para pagar todo o curso, e eu recebi ajuda de uma pessoa muito bondosa para realizar esse sonho. Iniciei a faculdade e, no segundo ano, comecei um estágio de nível superior no Hospital. Atuando no Serviço Social, como estagiária e secretária, pude aprender muito. Em janeiro de 2004 me formei e em fevereiro comecei a atuar como assistente social no setor. No Hospital, nós trabalhamos com realidades diferentes. Temos, infelizmente, muitos pacientes que sofrem violência, e minha monografia, quando concluí a faculdade, foi voltada a esse assunto. Já tive muitos ganhos em toda a minha trajetória no Pequeno Príncipe, mas também já perdi muitos pacientes, o que é bem difícil. São situações muito delicadas, mas precisamos nos manter firmes, porque as famílias precisam do nosso suporte.”

Atendimento a pacientes do Transplante de Medula Óssea (TMO)

“Quando assumi o cargo de assistente social, passei a atender as unidades de terapia intensiva, alguns postos, como o 21, e alguns setores, como a Neurologia. Hoje acompanho também os pacientes da Hematologia e do TMO. Quando comecei a atuar com os pacientes do TMO, não tinha a capacitação adequada para os atendimentos, então me capacitei.  Nessa época, o Ministério da Saúde promoveu, em Porto Alegre, um treinamento para atendimento a pacientes transplantados. Me inscrevi e passei na seleção. Todos os fins de semana, durante quatro meses, eu ia para Porto Alegre fazer o curso e me capacitar para atender os nossos meninos e meninas.”

Histórias transformadas

“Uma paciente da Cardiologia tinha que fazer uma cirurgia cardíaca e precisava de transfusão de sangue. A família da paciente era de Cianorte, e ninguém podia vir para Curitiba doar o sangue compatível. A equipe médica e a família tentaram buscar alguém, e não encontraram. Vendo a situação, me ofereci para doar. A cirurgia foi realizada, a paciente se recuperou, e fiquei muito feliz em poder ajudar. Todas as vezes em que ela vinha para o Hospital, dizia que eu era a irmã de sangue dela. O tempo passou e, no ano passado, recebi com surpresa uma mensagem da mãe dessa ex-paciente: ‘Ivonete, você salvou a vida da minha filha. Vou ter você para sempre no meu coração. Quando eu penso em Pequeno Príncipe, lembro de você.’ Isso me marcou muito, porque ela não tinha muita perspectiva de vida saudável. Essa é só uma das muitas histórias que me marcaram no Hospital.”

Amor pelo Pequeno Príncipe

“Sou apaixonada pela minha profissão. O Hospital é minha segunda casa, porque muitas mudanças aconteceram na minha vida enquanto atuava na instituição. Casei, tive filhos, me divorciei, minha mãe faleceu nesse tempo também, e eu sou eternamente grata por todo o apoio que tive e por tudo que vivi e vivo no Hospital todos os dias. Com o Pequeno Príncipe, aprendi que todas as pessoas são iguais. Independentemente do cargo que ocupam ou da doença que têm, nós precisamos ter empatia e se colocar no lugar do outro, porque a vida é um eterno aprendizado.”

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