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Waldecir Vedoato: um dos primeiros pediatras do Pequeno Príncipe
O médico Waldecir Vedoato se formou em Medicina na UFPR na década de 1970. A decisão de seguir na área de pediatria foi tomada ainda durante o curso, quando se identificou com o cuidado de crianças. Em 1972 concluiu a residência no Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro e em dezembro do mesmo ano veio para o então Hospital Infantil Pequeno Príncipe. Aqui, atendeu por cerca de 40 anos tanto no internamento quanto na emergência. Nos últimos sete anos, se dedica exclusivamente ao pronto-atendimento.
“Assisti toda a evolução da instituição, tanto física como estrutural. Vivi toda a história da ligação entre o Hospital Pequeno Príncipe e o antigo Hospital de Crianças César Pernetta. Hoje eu sinto muito orgulho de trabalhar no Hospital que é referência nacional.”
O começo
“Na época que iniciei no Hospital, o número de médicos era pequeno e restringia-se a pediatria, cirurgia pediátrica, hematologia, ortopedia e neurocirurgia. As UTIs vieram depois. No início, existiam limitações no tratamento, não tínhamos os recursos de exames e laboratório ou mesmo de medicamento como temos hoje. Tínhamos que fazer tudo, tinha que ser especialista nas especialidades que não havia aqui. Eventualmente, quando o caso era um pouco mais complicado, e não existia a especialidade aqui, a gente chamava colegas de fora para dar opinião. Por exemplo, não existia cardiologista, não existia cirurgia cardíaca e se havia uma criança complicada pedíamos auxílio ao cirurgião cardíaco de fora, que vinha com a melhor boa vontade e orientava.
Quando comecei a trabalhar no Hospital Pequeno Príncipe, o Dr. Gastão Pereira Cordeiro Filho já estava aqui há 1 ano, era o pediatra presente diuturnamente. O Dr. Plínio Matos Pessoa era o diretor clínico com muita experiência e o doutor Ivan Fontoura chegou logo mais. Assisti toda a evolução da instituição, tanto física como estrutural. Vivi toda a história da ligação entre o Hospital Pequeno Príncipe e o antigo Hospital de Crianças César Pernetta. No começo era muito difícil. Hoje eu sinto muito orgulho de trabalhar no Hospital que é referência nacional.”
Atuação de Waldecir Vedoato além da medicina
“No início as crianças ficavam sozinhas, quando se começou a falar de alojamento conjunto havia um receio de que isso poderia trazer um transtorno no atendimento, mas foi logo percebido o contrário, que isso só ajudou. Nessa época, eu me lembro das dificuldades que a gente tinha. Era um período em que o hospital não tinha nem enfermeira no plantão, só tinham auxiliar e técnica de enfermagem. Então, a maior autoridade do hospital era o médico de plantão e, muitas vezes durante a madrugada, a enfermeira chegava e falava: ´doutor, acabou a água´. E o médico de plantão descia até a cisterna para ver se estava tendo algum problema com a boia. Muitas vezes era um probleminha que nós mesmos resolvíamos. Outras vezes, chegavam e diziam: ´doutor, está acabando o oxigênio’. E, de madrugada, ligávamos para o fornecedor. Nós erámos multitarefa e só quem estava disponível era o médico pediatra, não tinha cirurgião de plantão, hematologista de plantão, ortopedista de plantão. Era o pediatra e a enfermagem e nem enfermeira chefe não tinha, enfermeira de curso superior não tinha. Era uma enfermeira para o hospital todo, que trabalhava durante o dia.”
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