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Vínculos entre bebê e família são essenciais para o desenvolvimento
Os primeiros mil dias de vida representam uma oportunidade única e decisiva para o desenvolvimento de todo ser humano, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O fortalecimento de vínculos afetivos entre o bebê e seus familiares desde a gestação é, portanto, fundamental para a saúde e o bem-estar da criança e a base para seu futuro.
De acordo com o Unicef, avanços na neurociência provaram que quando as crianças passam os primeiros mil dias – desde a concepção até os 2 anos de idade – em um ambiente estimulante e acolhedor, novas conexões neuronais se formam na velocidade ideal e ajudam a determinar sua capacidade cognitiva – como elas aprendem e pensam – e influenciam na maneira com que lidam com o estresse.
Quando os vínculos afetivos são fortalecidos?
O contexto familiar e o histórico da gestação influenciam na formação dos vínculos afetivos com o bebê. Mas independentemente das particularidades de cada família, é fundamental a construção de um “lugar” de amor e de afeto para a criança desde a barriga. Esse processo é vivido no dia a dia, com a escolha do nome, a preparação do enxoval, um diário de gravidez e a conversa com os familiares e com outras mães sobre os sentimentos presentes e as expectativas futuras. As experiências positivas com o bebê ainda na barriga favorecem a elaboração da nova função social de mãe e a superação dos desafios que se iniciam.
Com o novo integrante da família em casa, surgem dúvidas e inseguranças sobre como cuidar de um ser tão frágil. Um certo grau de estresse, causado pelas incertezas e pela rotina de cuidados, é normal e pode ser amenizado com a organização de todos os membros da família. Para tanto, é importante que os pais tentem estabelecer uma rotina de sono, banhos e trocas, e aproveitem essas oportunidades com prazer, pois os vínculos se fortalecem exatamente por meio desses cuidados.
Em momentos como da amamentação, do banho e da higiene do bebê é essencial a troca de olhar com a criança, o toque carinhoso e a percepção de como ela aprende e reage aos estímulos. “Esses momentos de cuidados básicos com o bebê, que costumam ser cansativos, são tão relevantes quanto o brincar, porque estimulam a criança a entender seu lugar no mundo e fortalecem os vínculos. O bebê começa a conhecer quem é esta pessoa de referência e seu ponto de apoio”, relata o psicólogo Bruno Jardini Mäder, do Hospital Pequeno Príncipe.
Se o bebê está chorando, sujo ou com fome, a simples presença da mãe é um fator desestressante, que gera prazer e segurança, e faz com que a criança se sinta preparada para as novas experiências. Mas mesmo a presença da mãe deve ser equilibrada. O especialista do Pequeno Príncipe lembra que é importante para o desenvolvimento da criança que ela perceba a presença e a ausência da mãe em alguns momentos, pois a volta dessa mãe é muito prazerosa e colabora para que o filho desenvolva a tolerância e aprenda a se acalmar com o tempo.
Por outro lado, quando a mãe é muito ausente e o bebê fica sozinho ou chorando por longos períodos, negligenciando-se o cuidado e o afeto, o vínculo acaba comprometido e isso pode trazer consequências para o desenvolvimento da criança, como insegurança, fobia social ou transtornos mentais mais sérios.
Redes de apoio
O provérbio africano “é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança” tem um significado real, destaca o psicólogo do Pequeno Príncipe. A mãe é muito demandada pela criança pequena, especialmente quando está amamentando. Há muitas transições que causam sofrimento emocional para a mãe, como o desmame. Por isso, redes de apoio e a participação da família são fundamentais para dar o suporte que a mulher necessita, tanto nos momentos mais delicados, para que ela se sinta encorajada e segura, quanto para que possa cuidar de si e exercer suas outras funções sociais, além de ser mãe.
Compreender que a mulher não tem a função exclusiva de mãe e fazer atividades para seu bem-estar também contribui para que ela deseje estar com a criança, dedicando tempo e carinho ao pequeno. Para toda família com um novo bebê, a busca pela informação de qualidade e pelas redes de apoio colabora com novas descobertas sobre a criança e minimiza as preocupações. Importante é que a mãe não se sinta solitária nessa tarefa, troque experiências, e que o espaço do bebê na família seja compreendido e priorizado por todos.