Serviço de Implante Coclear pediátrico comemora 10 anos como referência no Paraná
A cada mil crianças no Brasil, três possuem problemas auditivos, segundo dados do Ministério da Saúde e estudos epidemiológicos. A boa notícia é que há dez anos o Hospital Pequeno Príncipe, no Paraná, realiza implante coclear pediátrico por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A instituição, que é referência no procedimento no estado, realiza em média 18 implantes por ano via SUS.
O implante é indicado para pessoas que têm perda auditiva profunda ou severa e que ao usar aparelhos convencionais não conseguem o resultado esperado. A deficiência auditiva, por sua vez, pode ter causas genéticas, traumas ou doenças adquiridas. “Quanto mais cedo for diagnosticada a surdez e realizado o procedimento do implante coclear, maior será o ganho da criança durante o processo do desenvolvimento da audição e linguagem”, destaca a fonoaudióloga Ângela Ribas, do Pequeno Príncipe.
Começar a ouvir é uma grande conquista para qualquer pessoa com deficiência auditiva, como é o caso de Vitória Gabrielly Schmidt de França da Silva, a primeira implantada pelo maior hospital pediátrico do país. Ela foi diagnosticada com surdez aos 3 anos, após a equipe pedagógica da escola em que estudava notar dificuldades em sua fala. Depois da realização de exames, ela passou pelo procedimento de implante coclear, o primeiro pediátrico do Paraná.
Hoje, aos 13 anos, Vitória está totalmente reabilitada e possui uma vida normal. “Tivemos o privilégio dela ter sido a primeira implantada no Pequeno Príncipe. Todos nós passamos por um preparo psicológico, e foi um momento de muito aprendizado. Os profissionais que cuidaram dela são verdadeiros anjos e nos deram todo suporte e apoio necessários”, conta Nelcimara Schmidt Maia da Silva, mãe da paciente.
Além do ganho da audição, a possibilidade do desenvolvimento da fala também é fundamental para a qualidade de vida e comunicação das crianças com o meio externo. “A partir do momento em que é realizado o implante coclear, a criança vai ouvir e vai estimular as áreas de linguagens do cérebro. Assim, a criança tem a melhor condição para se comunicar, desenvolvendo a linguagem, se expressando e aumentando a comunicação com todos ao seu redor. Para as crianças que já aprenderam a linguagem gestual, esta é de grande ajuda para estabelecer o vínculo cerebral com a comunicação oral”, enfatiza a coordenadora do Serviço de Implante Coclear do Hospital Pequeno Príncipe, Tríssia Maria Farah Vassoler.