A difícil decisão de restringir o Pronto Atendimento – PA a emergências, devido à superlotação do Hospital
Há 100 anos, o Hospital Pequeno Príncipe cuida com excelência de crianças e adolescentes da nossa comunidade. Gerações de curitibanos, paranaenses e brasileiros receberam atendimento em saúde e milhares de vidas foram salvas. A primeira semana de maio foi muito importante, pois neste dia 7 foram realizados, simultaneamente, três transplantes, sendo dois pelo SUS (um de coração e um de rim) e outro de rim via convênio.
Os procedimentos de alta complexidade, que são o foco principal do trabalho dos mais de 2.000 colaboradores e mais de 300 médicos da instituição, transcorreram enquanto toda a rotina de segurança e condições técnicas ideais eram mantidas. Mais de 350 crianças internadas nas enfermarias e UTIs, em diferentes especialidades médicas, como oncologia, ortopedia e cardiologia, eram atendidas seguindo todos os protocolos internos e preceitos de excelência que a principal certificação brasileira em saúde prevê.
Neste mesmo dia 7, o Pequeno Príncipe tomou uma decisão muito difícil. Restringir o Pronto Atendimento – PA a emergências, devido à superlotação do Hospital, ou seja, por conta da falta de disponibilidade de vagas para novas internações, seja para pacientes do SUS ou de convênios. A ação foi tomada pensando na segurança dos pacientes já internados, além de considerar as urgências (casos graves) que chegariam à instituição e seriam atendidas. Destacamos que 80% dos casos que chegam ao PA não precisam de atendimento hospitalar por não serem classificados como graves.
Mesmo com o PA restrito ou “fechado”, por 43 horas, das 19h do dia 7 de maio às 14h do dia 9, foram atendidos 51 novos pacientes graves no Pronto Atendimento SUS – foco dos atendimentos da unidade.
Esclarecemos que, seguindo as regras de funcionamento do Sistema Único de Saúde, os pacientes atendidos no Pronto Atendimento SUS deverão ser encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde (postos de saúde) ou UPAs. Em média, apenas 3% dos pacientes que chegam ao Pequeno Príncipe vêm com esse encaminhamento. E, como a própria Sociedade Paranaense de Pediatria destacou, é muito importante um esforço para que o primeiro atendimento seja feito pelas UBS ou UPAs.
O Pequeno Príncipe tornou-se uma das poucas opções em pronto atendimento pediátrico para Curitiba e região metropolitana, porque vários hospitais diminuíram ou limitaram o atendimento em pediatria. É impossível a instituição absorver a demanda da capital e das cidades do entorno para os atendimentos considerados de rotina, como, por exemplo, dores de ouvido, de garganta, entre outras situações não emergenciais. Só em Curitiba, entre 2010 e 2018, foram fechados 62 leitos pediátricos. Em todo país, foram mais de 10 mil.
Vale lembrar que o Hospital Pequeno Príncipe é uma unidade de retaguarda para o atendimento aos pacientes graves, por isso, é muito importante que os responsáveis levem seus filhos regularmente aos consultórios dos pediatras (para usuários de convênio) e às Unidades Básicas de Saúde da sua região (para usuários do SUS).
Devido a todo esse cenário, estamos articulando com as autoridades a busca de solução para a crescente demanda de assistência em saúde de nossas crianças.
Todos os anos, o Pequeno Príncipe realiza mais de 300 mil atendimentos em seus ambulatórios, 23 mil internações e 21 mil cirurgias. A instituição destina 70% da sua capacidade de atendimento para os pacientes do SUS.
Em 100 anos de dedicação à saúde, o Pequeno Príncipe, de forma pioneira e com o apoio de empresas e pessoas que acreditam na causa da saúde infantojuvenil, tem aliado assistência em saúde em média e alta complexidade, ensino e pesquisa, trabalhando cotidianamente com afinco para oferecer a melhor estrutura, buscar equipamentos de ponta e manter profissionais altamente qualificados para oferecer diagnóstico, tratamentos e mais chances de vida e cura. Contamos com o apoio e compreensão de toda sociedade para juntos continuarmos salvando vidas.