O trabalho de muito amor foi essencial para o desenvolvimento e consolidação do maior hospital exclusivamente pediátrico do Brasil
Pessoas engajadas, dedicadas e que abrem mão dos próprios interesses em prol das necessidades do próximo. Assim são os milhares de voluntários que fizeram e fazem parte do Hospital Pequeno Príncipe desde a sua criação. O trabalho, marcado por muito amor, foi fundamental para o desenvolvimento e consolidação da quase centenária instituição.
Tudo começou em 1919, quando um grupo de mulheres da sociedade curitibana se reuniu para viabilizar o atendimento em saúde à população pobre da cidade, primordialmente as crianças. Diante das dificuldades financeiras enfrentadas, em 1966, a artista plástica e ceramista Ety Gonçalves Forte foi convidada para se tornar presidente voluntária da mantenedora do Pequeno Príncipe – Associação Hospitalar de Proteção à Infância Dr. Raul Carneiro. Cargo esse que exerce há 50 anos.
Na época, Ety chegou a bater de porta em porta pedindo comida aos pacientes que estavam internados e lavou, até mesmo, o chão da instituição. Com ousadia, humanização, humildade e amor às crianças, a voluntária consolidou o Hospital como uma referência em pediatria no Brasil. Desde então, seu trabalho continua dando frutos e faz a diferença na rotina dos meninos e meninas em tratamento no Pequeno Príncipe.
Confira alguns momentos emocionantes que marcaram o Setor de Voluntariado da instituição:
Sempre presente na história do Hospital, a ação voluntária na instituição tem 96 anos, mas o Setor de Voluntariado foi sistematizado há 29 anos. “Durante todo esse tempo, só tenho a certeza de que nem um dia é igual ao outro. No Pequeno Príncipe, temos sempre novas histórias”, conta a coordenadora do setor, Rita Lous.
Certo dia, um mágico visitou a instituição e recebeu um pedido especial de uma paciente em tratamento de câncer.
– Tio, faz uma mágica para eu ganhar cabelo?
O voluntário ficou sem resposta. Mas continuou com a sua rotina de ir ao Hospital e fazer as pessoas sorrirem. Dois anos depois, reencontrou a menina. Dessa vez, a aparência dela estava diferente.
– Tio, eu quero te agradecer. Sua mágica deu certo, veja só, agora eu tenho cabelos.
Outra história marcante é a de Isabelli Pereira, paciente do Pequeno Príncipe desde 2011. Quando recebeu alta da quimioterapia, a menina foi ao Setor de Voluntariado e deixou um recado.
– Agora que estou ficando boa, vim ajudar também.
Ela estava vestindo um jaleco amarelo, uniforme que identifica os voluntários da instituição.
Além dessas, diversas outras atitudes em prol da vida marcaram a história do Hospital, como a presença inédita de dentistas que se dispuseram a atender crianças da oncologia e da cardiologia que sofrem com a baixa imunidade. A ação se estruturou e se tornou o que é hoje o Serviço de Odontologia do Pequeno Príncipe.

No ano passado, outro momento ganhou destaque. A campanha + Vida: Juntos Somos + reuniu cerca de 500 voluntários nas ruas para arrecadar recursos e divulgar a causa da saúde infantojuvenil. Por conta do sucesso, a ação será repetida este ano, nos dias 6,7 e 8 de outubro.
Nesse inverno, mais uma vez o Hospital foi alvo do carinho da população, que doou aproximadamente cinco toneladas de roupas e cobertores para acompanhantes de pacientes da instituição que foram surpreendidos com o frio.
Por essas e outras razões, a história do Pequeno Príncipe é escrita diariamente por mãos voluntárias. A frase que um dia inspirou a presidente da mantenedora do Hospital, Ety Forte, continua ecoando pelos corredores da instituição. “O verdadeiro revolucionário é movido por grande sentimento de amor.” – Che Guevara.