O Congresso Criança 2025 encerra como um sucesso em vários sentidos.
O último dia do Congresso Criança 2025 marcou o encerramento de uma jornada intensa de troca de saberes, integração entre especialidades e inspiração para o futuro da pediatria. Com aulas memoráveis e palestrantes de renome nacional e internacional, o evento reafirmou seu compromisso com a atualização e a excelência no cuidado infantojuvenil. Após dias de programação intensa e multidisciplinar, o evento se despede com um saldo amplamente positivo.
Para o cirurgião Rodrigo Vianna, chefe do Miami Transplant Institute e parceiro do Hospital Pequeno Príncipe há mais de duas décadas, participar do evento foi uma oportunidade de aprender e compartilhar conhecimento. “É espetacular um congresso que foca na pediatria em várias especialidades. Além disso, traz especialistas não só do Brasil, mas do mundo inteiro, para discutir problemas que são muitas vezes polêmicos ou difíceis de resolver no seu próprio hospital. Desta forma, isso se torna uma ilha de conhecimento”, enalteceu.
O balanço também foi positivo para a organização. O coordenador-geral do Criança 2025, Victor Horácio de Souza Costa Júnior, ressaltou a amplitude da programação e o engajamento dos participantes. “Foi um sucesso por vários motivos. Primeiro, porque atingiu a meta de atualização máxima de quem se inscreveu. Foram várias mesas, de diversas especialidades, nas quais quem veio pôde aproveitar para o seu dia a dia em ampla escala.”
Ele também destacou a estrutura do evento, que reuniu 15 congressos simultâneos com palestrantes nacionais e internacionais. “Montar um congresso desse porte é para uma instituição que acredita no seu potencial — e para heróis.” Por fim, acrescentou que foi um congresso diferente, no qual houve diálogo com quem participou, e não apenas escuta passiva e elogios. “Não é todo dia que temos momentos tão intensos de estudo em pediatria.”
Quando será a próxima edição do Congresso Criança?
O sucesso foi tanto que o público já perguntou pela próxima edição — e a boa notícia é que ela deve acontecer antes do previsto. “Ainda não temos uma previsão exata. O congresso acontecia a cada cinco anos, mas posso garantir que o próximo não vai demorar tanto assim para acontecer. Vai ser antes”, adiantou Costa Júnior, deixando no ar a expectativa de uma nova edição ainda mais robusta.
Trabalhos premiados
No encerramento, o Hospital Pequeno Príncipe premiou os melhores trabalhos científicos apresentados durante o Congresso Criança 2025. Victor Horácio elogiou a qualidade das pesquisas que enriqueceram o congresso e convidou os participantes para as próximas edições. Três estudos receberam prêmio: um sobre vulnerabilidades em populações ribeirinhas; outro que associou dados clínicos e endoscópicos para melhorar o tratamento da esofagite eosinofílica; e um terceiro que analisou a dor pós-operatória em procedimentos de postectomia, com foco em segurança anestésica. Além disso, dois trabalhos ganharam menção honrosa, reforçando o compromisso do hospital com a pesquisa científica na saúde infantojuvenil.
Veja alguns destaques do último dia do Congresso Criança 2025
Transplante intestinal pediátrico: desafios e avanços no Brasil
O transplante intestinal e multivisceral ainda representa um grande desafio na pediatria, sobretudo no Brasil, onde a mortalidade é alta. Segundo o especialista Rodrigo Vianna, ele é indicado para crianças com falência intestinal que dependem de nutrição parenteral, como nos casos de gastrosquises e enterocolite necrosante. Com os avanços na reabilitação intestinal, muitos pacientes hoje evitam o transplante. No entanto, o sucesso depende de centros especializados, equipe multiprofissional e indicação precoce — que pode melhorar significativamente a qualidade de vida. Apesar disso, barreiras como alto custo, falta de profissionais e ausência de centros de referência seguem limitando o acesso. Para Vianna, “o maior obstáculo não é técnico — é humano, estrutural e institucional”.
Saúde Única
O conceito de Saúde Única (One Health) foi tema de destaque no módulo de pesquisa básica aplicada do Congresso Criança 2025, reforçando a importância da integração entre saúde humana, animal e ambiental. Jéssica Brustolim Lazarotto, coordenadora de Meio Ambiente do Hospital Pequeno Príncipe, ressaltou que cada ação individual contribui para um futuro mais equilibrado e sustentável. Complementando a discussão, José Álvaro da Silva Carneiro, diretor-corporativo do Complexo Pequeno Príncipe, reforçou a responsabilidade coletiva em cuidar do ambiente onde se vive, atua e produz ciência. Para ele, não basta pensar globalmente — é preciso agir localmente para promover impactos reais.
Adolescente em face do social
O quanto as famílias conhecem o meio em que seus adolescentes convivem? “Nós achamos que ele está seguro, porém o jovem tem um universo inteiro na palma da mão”, alertou a neuropediatra Fernanda Wagner Fredo. Além de enfraquecer os relacionamentos interpessoais e o bem-estar familiar, a negligência do convívio social do adolescente é prejudicial a sua saúde, como explicou o psiquiatra da infância Gustavo Schier. O especialista enfatizou que a preocupação se estende à saúde pública. “Jovens em contextos de vulnerabilidade enfrentam a escassez de serviços especializados e profissionais capacitados em compreender seu contexto social”, alertou.
Cuidado visual infantil
A oftalmologista pediátrica Pérola Grupenmacher Iankilevich destacou a importância do diagnóstico precoce dos distúrbios visuais na infância. Afinal, essa é a fase ideal para detectar alterações visuais que, se não tratadas a tempo, podem prejudicar o desenvolvimento neuropsicomotor e a qualidade de vida da criança. Ela chamou atenção para erros refracionais comuns, como miopia, hipermetropia e astigmatismo, com ênfase especial na ambliopia — condição que pode levar à perda visual irreversível se não diagnosticada precocemente. Entre os sinais clínicos citados estão a aproximação excessiva aos objetos e o desinteresse escolar. Ela reforçou a importância da atuação integrada: “Quando o pediatra identifica algo fora do esperado, deve encaminhar o paciente ao oftalmologista. É um trabalho em rede, com um olhar sensível para além da clínica.”
Doenças reumáticas na infância
A mesa sobre reumatologia pediátrica trouxe insights importantes sobre doenças reumáticas na infância. Sheila Knupp Feitosa de Oliveira, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apresentou as últimas atualizações no manejo da febre reumática. Margarida de Fátima Fernandes Carvalho, reumatologista pediátrica e doutora pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), discutiu os desafios no diagnóstico da doença de Kawasaki atípica. Já Daniela Gerent Petry Piotto, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e consultora do Grupo Fleury, abordou os avanços no tratamento do lúpus eritematoso sistêmico infantil, ressaltando a complexidade do diagnóstico, que pode ser confundido com doenças graves como o câncer. Segundo ela, “em até 30% dos casos de febre na infância, não conseguimos chegar a um diagnóstico definitivo”.
Febre reumática
A febre reumática é uma doença inflamatória grave que atinge principalmente crianças entre 5 e 15 anos, sendo uma das principais causas da cardiopatia reumática — condição crônica que eleva os índices de morbimortalidade cardiovascular em países em desenvolvimento. Segundo a médica Giovana Paludo, o diagnóstico precoce é essencial para prevenir complicações, especialmente ao identificar sintomas como artrite em crianças. A prevenção deve ser mantida, no mínimo, até os 21 anos de idade. Embora exista predisposição genética, a febre reumática é mais frequente em locais com baixa cobertura de saneamento básico e alta densidade populacional. No Brasil, a região Sudeste concentra o maior número de casos registrados nos últimos anos.
Consumo de produtos fumígenos
O pneumologista Tom Kovesi, do Canadá, alertou sobre os riscos do uso de produtos fumígenos entre adolescentes. Embora os cigarros eletrônicos sejam possivelmente menos nocivos do que os convencionais, não há dados confiáveis a longo prazo, e eles não são eficazes para parar de fumar. Kovesi destacou que as empresas que fabricam esses dispositivos os usam como porta de entrada para o vício em cigarros. Também ressaltou: “No Canadá, os cigarros eletrônicos são legais acima dos 18 anos — espero que isso não aconteça no Brasil.” Tendo em vista o uso pelos adolescentes, o especialista recomendou perguntar nas consultas: qual o tipo de produto usado, a forma de consumo, o dispositivo e a origem da compra. Afinal, a prevenção deve focar no diálogo, escuta ativa e orientação baseada em evidências.
Escoliose de início precoce
Especialistas destacaram que o tratamento da escoliose de início precoce e em crianças com paralisia cerebral deve ser personalizado. Para o ortopedista André Andújar, o uso precoce do colete gessado ajuda a controlar a deformidade sem comprometer o crescimento da coluna. Já o norte-americano John Vorhies, da Universidade de Stanford, alertou sobre os riscos das hastes de crescimento e defendeu que a prioridade seja a qualidade de vida, e não a medicalização precoce. Luca Erdmann Cordeiro, por sua vez, reforçou a importância da preparação cirúrgica para reduzir riscos em pacientes com paralisia cerebral. Por fim, o ortopedista Luis Eduardo Munhoz da Rocha destacou que a decisão cirúrgica deve considerar a funcionalidade, a dor e o estado nutricional do paciente — e não apenas a idade da criança.
Com um saldo de intenso aprendizado, conexões e inspiração, o Congresso Criança 2025 encerra-se como um marco para o Hospital Pequeno Príncipe e para todos os profissionais comprometidos com a saúde infantojuvenil.
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Procedimentos de alta complexidade são realizados por especialistas do Hospital Pequeno Príncipe com apoio de ex-residentes que hoje são referência no país
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