Criança 2025 começa com agenda intensa

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Criança 2025 começa com agenda intensa e troca de saberes

Mais de 3 mil participantes marcam presença no V Congresso Internacional de Especialidades em Pediatria, consolidando o evento como referência nacional em saúde infantojuvenil
24/05/2025
Criança 2025
Dividido em 13 módulos temáticos, o Criança 2025 abordou, neste sábado, desde áreas tradicionais da pediatria até temas emergentes, como bioética e inteligência artificial na enfermagem.

Com uma programação intensa e altamente especializada, o Criança 2025 – V Congresso Internacional de Especialidades em Pediatria reuniu, neste sábado, dia 24 de maio, mais de 3 mil participantes no centro de convenções Viasoft Experience, em Curitiba. O evento, promovido pelo Hospital Pequeno Príncipe, conta com a presença de mais de 600 palestrantes do Brasil e de países como Espanha, Inglaterra, Estados Unidos, Chile e Argentina, em uma jornada de atualização científica e troca de experiências em prol do cuidado integral e humanizado de crianças e adolescentes.

Dividido em 13 módulos temáticos, o congresso abordou em seu segundo dia desde áreas tradicionais da pediatria até temas emergentes, como bioética, inteligência artificial na enfermagem e parentalidade, reforçando a missão do Hospital de unir ciência, empatia e inovação no cuidado à saúde infantojuvenil.

Para a pediatra angolana Helena Fortuna, que veio ao Brasil especialmente para o Criança 2025, o evento é uma oportunidade de atualização e troca cultural: “Em questão de conhecimento científico, claro que o Brasil está mais avançado do que nós, na Angola. Mas em questões gerais, faz-se muito na Angola também. Lá, a nossa principal causa de morte é a malária. Além disso, temos muitos casos de dengue. Temos mais doenças infecciosas, assuntos que estão presentes no congresso. E estou aprendendo muito sobre o autismo, por exemplo”.

Veja alguns destaques do segundo dia do Congresso Criança 2025 

Diagnóstico precoce salva vidas

Especialistas discutiram o diagnóstico e o tratamento das cardiopatias congênitas graves em recém-nascidos, com destaque para a importância da identificação precoce. A médica Janaina Martins Pereira de Moraes reforçou que “ferramentas como o ecocardiograma fetal e o próprio teste do coraçãozinho são fortes aliados nessa missão”, ao explicar como sinais clínicos sutis podem indicar quadros críticos. A programação incluiu ainda abordagens cirúrgicas, ecocardiografia funcional e o papel de exames complementares como tomografia e ressonância, evidenciando a necessidade de uma atuação rápida, integrada e multiprofissional para garantir a sobrevivência e a qualidade de vida desses pacientes. A mesa foi moderada pela médica cardiologista do Hospital Pequeno Príncipe, Cristiane Nogueira Binotto, responsável pelo Serviço de Cardiologia da instituição.

Enfermagem e o futuro do cuidado

A mesa sobre inovação e sustentabilidade na enfermagem foi marcada por reflexões de Dayanne Floriani e Nelson Mendes a respeito do papel estratégico da categoria na saúde do futuro. “A enfermagem está em todo o processo de saúde. É quem pode enxergar o problema e buscar a solução”, defendeu Dayanne. Mendes apontou o uso de tecnologias, como dashboards e inteligência artificial, como aliadas da eficiência e da segurança assistencial. “O curso de ultrassom é um marco na inovação e autonomia profissional”, completou.

Audição e desenvolvimento infantil

A fonoaudióloga Angela Ribas destacou a importância de selecionar exames auditivos adequados a cada fase da infância, reforçando que a escuta nos primeiros anos de vida é fundamental para o desenvolvimento neurológico, emocional e comportamental. “Durante o primeiro ano de vida, a criança aprende a escutar”, explicou, ressaltando que exames como PEATE (BERA) e emissões otoacústicas são úteis, mas não suficientes isoladamente para um diagnóstico completo. Angela salientou que a audiometria tonal limiar continua sendo o padrão ouro e, quando inviável, a audiometria comportamental deve ser aplicada, sempre respeitando a idade e o nível de maturidade auditiva da criança.

Parentalidade em foco

A miniconferência “A importância da parentalidade no desenvolvimento infantil” reuniu a psicóloga Elsa Sbrissia Artigas, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), e a pediatra Darci Vieira da Silva Bonetto, do Hospital Pequeno Príncipe, para discutir os impactos da parentalidade na formação emocional e cognitiva das crianças. Elsa, doutora pela Universidade de São Paulo (USP), destacou a relevância dos vínculos afetivos seguros na Primeira Infância, enquanto Darci ressaltou o papel dos profissionais de saúde no apoio às famílias, especialmente em contextos de vulnerabilidade. As palestrantes também abordaram os desafios enfrentados pelos cuidadores e estratégias para promover uma presença parental ativa e sensível.

O que o pediatra precisa saber

O painel moderado pela gastroenterologista Luciana Bandeira Mendez Ribeiro reuniu especialistas do Hospital Pequeno Príncipe em três blocos. Na sessão inicial, Mário César Vieira apresentou os conceitos atuais sobre esofagite eosinofílica e a importância do diagnóstico precoce e da decisão compartilhada com o paciente. “É essencial buscar a cooperação do paciente, pois a decisão deve ser com ele e não por ele”, pontuou o médico. Sabine Krüger Truppel destacou o papel do pediatra no diagnóstico precoce da doença inflamatória intestinal, fundamental para reduzir complicações e melhorar a qualidade de vida do paciente. A médica Gabriela Guimarães Vieira encerrou o painel ao discorrer a respeito da abordagem prática da constipação intestinal e a importância de um manejo adequado, que tem impacto na qualidade de vida do paciente e da família.

Bioética na era da tecnologia

Durante o módulo de bioética e humanização, o médico pediatra e especialista em nefrologia Donizetti Dimer Giamberardino Filho trouxe uma análise crítica e histórica dos dilemas éticos provocados pela evolução da medicina. Ao abordar desde o juramento de Hipócrates até a era da inteligência artificial, o palestrante, que também é diretor de Ensino e Bioética do Hospital Pequeno Príncipe, defendeu que “as inovações devem sempre estar submetidas a princípios éticos sólidos”, destacando que a autonomia do paciente só é possível com a informação adequada. Ele alertou para o risco da desumanização na prática médica diante da crescente digitalização e reforçou: “A arte da medicina — ouvir, acolher, compreender — não pode ser substituída por nenhum algoritmo”. Com reflexões sobre telemedicina, formação médica e responsabilidade social, Giamberardino Filho enfatizou a urgência de preservar o vínculo humano como a essência da prática médica.

Probióticos e precisão clínica

Na conferência ministrada pelos gastroenterologistas Giovana Stival da Silva e Mauro Batista de Morais, o médico compartilhou suas experiências em probióticos e os desafios em se falar sobre o assunto. Segundo ele, a prescrição segura para os pacientes é essencial. Para isso, “é preciso identificar com precisão a cepa do produto e privilegiar os de procedência e eficácia que possuam efeitos genéticos comprovados”, reforçou Morais.

Referência mundial em hipospadias

O Criança 2025 também recebeu o médico alemão Ahmed Hadidi. O professor de Cirurgia Pediátrica compartilhou os avanços e desafios no tratamento cirúrgico de hipospadias, apresentando detalhes técnicos, vídeos e trechos de seu livro “Hypospadias Surgery: An Illustrated Guide”. Hadidi reforçou a importância da atualização contínua e do compartilhamento global de boas práticas.

ESG e ética ambiental em pauta na saúde

A mesa-redonda “Responsabilidade moral dos hospitais frente à biosfera e a maturidade de ESG na saúde”, realizada no módulo de bioética e humanização, reuniu o diretor-corporativo do Complexo Pequeno Príncipe, José Álvaro da Silva Carneiro, a engenheira florestal Maria Isabel Amando de Barros, do Instituto Alana, e a advogada Camila Kososki Lucchese, da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Paraná (OAB/PR), em uma reflexão sobre o papel ético das instituições de saúde diante das emergências climáticas. O debate abordou a relação entre infância e meio ambiente, reforçando a responsabilidade dos hospitais na preservação da vida e na promoção da sustentabilidade. Carneiro destacou as ações do Complexo Pequeno Príncipe alinhadas aos princípios ESG, com foco na equidade, na saúde e no compromisso com as futuras gerações.

Importância dos testes de triagem neonatal

O pediatra Eduardo Gubert, do Hospital Pequeno Príncipe, destacou a importância dos testes de triagem neonatal, com ênfase na manobra de Ortolani e no teste de Barlow, essenciais para o diagnóstico precoce da displasia do desenvolvimento do quadril. Segundo o especialista, “um bom exame físico não apenas detecta doenças, mas antecipa trajetórias de vida”. Gubert alertou para fatores de risco, como posição intrauterina, sexo feminino, histórico familiar e malformações, reforçando que a identificação precoce — especialmente de um Ortolani positivo — permite intervenções imediatas e evita complicações futuras.

Cuidado contínuo e diagnóstico precoce 

O primeiro dia de programação do módulo de oncologia, hematologia e transplante de medula óssea do Congresso Criança 2025 destacou a importância do diagnóstico precoce, do cuidado contínuo e da atuação de equipes multiprofissionais no acompanhamento de crianças com doenças graves, como falências medulares e doença falciforme. A médica Gisele Loth, do Serviço de Transplante de Medula Óssea do Pequeno Príncipe, reforçou a necessidade de um acompanhamento integral: “O paciente jamais pode ser largado. É preciso fazer o acompanhamento a longo prazo.” As discussões também abordaram a relevância de programas de transição para a fase adulta, buscando minimizar os efeitos colaterais dos tratamentos e garantir uma rede de apoio para o paciente que promova qualidade de vida ao longo de todas as etapas.

Com uma programação diversa e de altíssimo nível técnico, o Criança 2025 reafirma seu papel como um dos mais relevantes encontros científicos dedicados à saúde da infância e da adolescência no Brasil e na América Latina.

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