Um trote em respeito à vida
A turma de calouros do primeiro semestre de 2015 do curso de Medicina da Faculdades Pequeno Príncipe teve uma quinta-feira diferente. Na contramão dos trotes violentos verificados em várias instituições de ensino de todo país, o grupo participou de uma ação especial.
Os estudantes vieram ao Hospital Pequeno Príncipe conhecer a história de quase um século da instituição. O grupo foi recebido pela diretora executiva do HPP, Ety Cristina Forte, pelo diretor corporativo do Complexo Pequeno Príncipe, José Álvaro Carneiro, e pela segunda presidente do Centro Acadêmico de Medicina Maria Estrella da FPP, Gabriela de Araújo. “Nós organizamos isso tudo como uma forma de colocar em prática o que aprendemos no primeiro período de Medicina, como ética, humanização e respeito. Não faz sentido uma instituição de saúde incentivar trotes que humilham os estudantes. Nós precisamos ter uma formação ética já dentro da faculdade de Medicina e servir como exemplo para os nossos calouros e colegas de profissão”, comenta Gabriela.
Ety e José Álvaro reforçaram a importância do tratamento humanizado. “Não podemos deixar as emoções totalmente de lado. É fundamental vivenciar o dia a dia no hospital”, completa a diretora executiva.
Após a recepção de boas-vindas, os calouros foram divididos em grupos e participaram de uma visita guiada por todo hospital. “Isso tudo é mágico! Há pouco tempo estávamos em um cursinho sem muito contato com as pessoas e tudo parecia intangível e pouco palpável. Hoje estamos aqui vivenciando desde o começo da nossa formação como é estar em um hospital. É uma forma de sentir o gostinho de um sonho que está se realizando. Trote assim é bom, porque é para comemorar, não tem motivo para ridicularizar o próximo, isso não acrescenta em nada”, avalia a acadêmica Júlia Laurentino.
No final da visita, eles se reuniram na Praça do Bibinha e junto com a equipe do setor de voluntariado leram histórias e fizeram ilustrações junto com os jovens pacientes. Para finalizar o encontro, foi entregue às crianças um lápis de aquarela e elas desenharam no rosto e braços dos estudantes como forma de marcar o início de uma nova etapa na vida dos futuros médicos. “Meus pais tinham muito receio dos trotes violentos que existem nas faculdades de Medicina. Eu achei incrível esse trote solidário que, além de fazer bem para a gente, faz bem às crianças. Elas se distraem e nós crescemos muito como pessoas. Eu conto muito com o apoio da faculdade em parceria com o hospital para realizar um sonho, que é ser pediatra”, observa a estudante Pâmela Pecini.