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ALTA COMPLEXIDADE | Transplante renal oferece qualidade de vida
Quando pensamos em doença renal é comum a associarmos a um problema de adultos. A cada um milhão de pessoas, 20 são crianças com algum comprometimento nos rins. Em casos mais graves, como malformações congênitas no trato urinário e doenças renais hereditárias, o paciente pode apresentar uma piora progressiva da função do órgão, que atua com capacidade menor que 15%. Nesses casos, o rim não filtra corretamente o sangue e uma terapia chamada de “substituição renal” é necessária, podendo ser o transplante renal ou a diálise.
O Serviço de Transplante Renal do Pequeno Príncipe é reconhecido por realizar esse tipo de procedimento desde 1989 e um dos únicos do Brasil com experiência em transplantar crianças com menos de 15 quilos – uma cirurgia mais complexa devido ao tamanho do paciente e ao desenvolvimento do seu sistema imunológico. Entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, o serviço realizou sete transplantes de rim em crianças em menos de um mês.
De acordo com Mariana Munhoz da Cunha, nefrologista e coordenadora do Programa de Transplante de Rim do Pequeno Príncipe, o procedimento é a melhor escolha para os pacientes pediátricos quando comparado à diálise e à hemodiálise, oferecendo mais qualidade de crescimento e de desenvolvimento.
Como o transplante renal funciona?
Depois de a equipe médica avaliar que o rim da criança ou adolescente funciona com capacidade menor do que 15% e entrar na lista de espera do Sistema Nacional de Transplante, a equipe multidisciplinar se atenta para alguns detalhes importantes. Entre eles, vacinação e funcionamento da bexiga, além de desempenhos cardiológicos, vasculares e urológicos.
“Preparar a bexiga e garantir seu bom funcionamento, completar a carteira de vacinação e melhorar a saúde bucal e nutricional são ações importantes antes da entrada na fila do transplante. O objetivo é proteger o novo rim, diminuir o risco de infecções na fase de recuperação. Isso porque os pacientes utilizam medicações que reduzem a imunidade, para evitar a rejeição do organismo ao novo rim”, detalha a nefrologista Mariana.
As equipes de captação de órgãos e a Central de Transplantes do estado também têm um papel importante nesse processo, já que a identificação de potenciais doadores, a abordagem das famílias e a alocação dos órgãos envolvem um grande método de capacitação e humanização.
Criança doa para criança?
Crianças podem receber rins de outras crianças, adolescentes ou até mesmo de adultos. Prezando pela excelência no atendimento, o Pequeno Príncipe mantém a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), que tem o objetivo de tornar o processo de doação ágil, eficiente e de acordo com os parâmetros éticos e morais.
“Falamos sempre sobre a estrutura hospitalar, a capacitação da equipe e bons equipamentos, mas é imprescindível lembrar sempre que o procedimento não aconteceria se não houvesse o amor de uma família em concordar com a doação de órgãos em um momento de dor, ressignificando a dor em vida”, explica a médica.
- Veja também – Manual para pais, responsáveis e cuidadores de pacientes com insuficiência renal crônica.
Pós-transplante de rim
O pós-operatório de crianças e adolescentes que realizam um transplante pode ser complexo, mas o cuidado da equipe multidisciplinar e do responsável é fundamental para uma boa recuperação. Depois do procedimento, o paciente permanece, em média, no Pequeno Príncipe entre 10 e 14 dias para observação, realizando exames e recebendo todo o suporte necessário para aceitação do organismo ao novo órgão.
Esse período de cuidado é imprescindível para evitar infecções no pós-transplante, já que o sistema imunológico da criança ou do adolescente fica mais frágil por causa do uso de imunossupressores. Esses remédios são responsáveis por evitar a rejeição do órgão transplantado.
“É importante lembrar que um rim transplantado tem sobrevida média de 15 anos. Ou seja, depois do procedimento você tem toda a vida desse órgão para acompanhar, além de reforçar o apoio da família e do paciente com os cuidados diários e uso de medicamentos”, ressalta a nefrologista Mariana Cunha.