Transplante renal oferece qualidade de vida para crianças

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ALTA COMPLEXIDADE | Transplante renal oferece qualidade de vida

Pequeno Príncipe é um dos centros do Brasil que realiza o procedimento em crianças com menos de 15 quilos
20/02/2023
Serviço de Transplante Renal do Hospital Pequeno Príncipe
O Serviço de Transplante Renal do Pequeno Príncipe é reconhecido por realizar esse tipo de procedimento desde 1989.

Quando pensamos em doença renal é comum a associarmos a um problema de adultos. A cada um milhão de pessoas, 20 são crianças com algum comprometimento nos rins. Em casos mais graves, como malformações congênitas no trato urinário e doenças renais hereditárias, o paciente pode apresentar uma piora progressiva da função do órgão, que atua com capacidade menor que 15%. Nesses casos, o rim não filtra corretamente o sangue e uma terapia chamada de “substituição renal” é necessária, podendo ser o transplante renal ou a diálise.

O Serviço de Transplante Renal do Pequeno Príncipe é reconhecido por realizar esse tipo de procedimento desde 1989 e um dos únicos do Brasil com experiência em transplantar crianças com menos de 15 quilos – uma cirurgia mais complexa devido ao tamanho do paciente e ao desenvolvimento do seu sistema imunológico. Entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, o serviço realizou sete transplantes de rim em crianças em menos de um mês.

De acordo com Mariana Munhoz da Cunha, nefrologista e coordenadora do Programa de Transplante de Rim do Pequeno Príncipe, o procedimento é a melhor escolha para os pacientes pediátricos quando comparado à diálise e à hemodiálise, oferecendo mais qualidade de crescimento e de desenvolvimento.

Como o transplante renal funciona?

Depois de a equipe médica avaliar que o rim da criança ou adolescente funciona com capacidade menor do que 15% e entrar na lista de espera do Sistema Nacional de Transplante, a equipe multidisciplinar se atenta para alguns detalhes importantes. Entre eles, vacinação e funcionamento da bexiga, além de desempenhos cardiológicos, vasculares e urológicos.

“Preparar a bexiga e garantir seu bom funcionamento, completar a carteira de vacinação e melhorar a saúde bucal e nutricional são ações importantes antes da entrada na fila do transplante. O objetivo é proteger o novo rim, diminuir o risco de infecções na fase de recuperação. Isso porque os pacientes utilizam medicações que reduzem a imunidade, para evitar a rejeição do organismo ao novo rim”, detalha a nefrologista Mariana.

As equipes de captação de órgãos e a Central de Transplantes do estado também têm um papel importante nesse processo, já que a identificação de potenciais doadores, a abordagem das famílias e a alocação dos órgãos envolvem um grande método de capacitação e humanização.

Transplante de Rim no Pequeno Príncipe
Entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, o serviço realizou sete transplantes renais em crianças em menos de um mês.

Criança doa para criança?

Crianças podem receber rins de outras crianças, adolescentes ou até mesmo de adultos. Prezando pela excelência no atendimento, o Pequeno Príncipe mantém a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), que tem o objetivo de tornar o processo de doação ágil, eficiente e de acordo com os parâmetros éticos e morais.

“Falamos sempre sobre a estrutura hospitalar, a capacitação da equipe e bons equipamentos, mas é imprescindível lembrar sempre que o procedimento não aconteceria se não houvesse o amor de uma família em concordar com a doação de órgãos em um momento de dor, ressignificando a dor em vida”, explica a médica.

Pós-transplante de rim

O pós-operatório de crianças e adolescentes que realizam um transplante pode ser complexo, mas o cuidado da equipe multidisciplinar e do responsável é fundamental para uma boa recuperação. Depois do procedimento, o paciente permanece, em média, no Pequeno Príncipe entre 10 e 14 dias para observação, realizando exames e recebendo todo o suporte necessário para aceitação do organismo ao novo órgão.

Esse período de cuidado é imprescindível para evitar infecções no pós-transplante, já que o sistema imunológico da criança ou do adolescente fica mais frágil por causa do uso de imunossupressores. Esses remédios são responsáveis por evitar a rejeição do órgão transplantado.

“É importante lembrar que um rim transplantado tem sobrevida média de 15 anos. Ou seja, depois do procedimento você tem toda a vida desse órgão para acompanhar, além de reforçar o apoio da família e do paciente com os cuidados diários e uso de medicamentos”, ressalta a nefrologista Mariana Cunha.

O Pequeno Príncipe é signatário do Pacto Global desde 2019. A iniciativa presente nesse conteúdo contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Saúde e Bem-Estar (ODS 3). 

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