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Pré-natal é fundamental para identificar doenças congênitas nos rins
Foi durante a realização de um exame pré-natal que Luísa foi diagnosticada com megabexiga – uma condição que impede a eliminação da urina do bebê durante a gestação – o que fez com ela nascesse com mau funcionamento nos rins e já com indicação de transplante. “Aos 7 dias de vida ela começou a fazer diálise peritoneal e ficou 34 dias na UTI. Na nossa cidade, em Goiânia, não é realizado transplante renal em crianças, então fomos encaminhados para o Pequeno Príncipe, onde fazemos acompanhamento desde os 9 meses de vida dela”, conta Renata Tavares da Silva, mãe de Luísa.
O cuidado com os rins deve começar já durante a gestação, com a realização do pré-natal e exames que possam indicar possíveis doenças renais congênitas. Só no Brasil, por exemplo, 140 mil pacientes com doença renal crônica realizam diálise atualmente. Por isso, neste 10 de março, lembrado como o Dia Mundial do Rim, o Hospital Pequeno Príncipe chama a atenção para a importância com o cuidado da saúde renal já na infância.
Na ultrassonografia gestacional é possível identificar situações como a dilatação dos rins e das vias urinárias ou outras malformações renais. Na ocorrência dessas alterações, o bebê deve ser avaliado após o nascimento para confirmar ou descartar a suspeita de doença renal. A depender do caso, há necessidade de intervenção cirúrgica ou de acompanhamento clínico periódico, já que em determinadas situações existe o risco de evolução para a doença renal crônica.
A doença renal crônica é caracterizada quando há alteração da função renal por mais de 3 meses. “Quando a função dos órgãos chega a menos do que 10% a 15% de sua capacidade, há a necessidade de fazer algum tipo de tratamento para substituir a função dos rins, como por exemplo diálise, hemodiálise ou transplante”, explica a nefrologista Lucimary de Castro Sylvestre, do Hospital Pequeno Príncipe.
Após passar por diversas cirurgias no trato urinário, no dia 28 de dezembro, depois de ficar apenas 15 dias na fila para transplante, a família de Luísa recebeu uma ligação informando que havia aparecido o órgão compatível. “Nós mantivemos a esperança que um dia o ‘sim’ de uma família daria uma chance para nossa pequena poder crescer, brincar, se desenvolver e não precisar ir para a hemodiálise cinco vezes na semana durante três horas por dia. Há dois meses ela realizou o transplante e nossa história mudou. Hoje ela brinca, toma banho cantando e dançando sem se preocupar em molhar o cateter, está comendo normalmente, ganhou peso e cresceu”, diz Renata.
Fatores de risco e prevenção
Os principais fatores de risco ou doenças que podem levar crianças a desenvolverem doença renal crônica, ou que podem iniciar na infância e evoluir na vida adulta, são: doenças renais congênitas ou hereditárias; prematuridade; infecções urinárias de repetição; litíase renal (“pedras” nos rins); hipertensão arterial; diabetes; obesidade; e algumas doenças autoimunes. Nem todas são totalmente preveníveis, mas podem ser controladas e acompanhadas para evitar uma evolução rápida. A prevenção e o controle envolvem:
- aconselhamento genético;
- acompanhamento pré-natal, parto e acompanhamento neonatal adequados;
- acompanhamento pediátrico regular para detecção e investigação precoce de doenças renais;
- medida da pressão arterial a partir dos 3 anos de idade;
- acompanhamento nutricional;
- orientação sobre hábitos saudáveis; e
- intervenções mais complexas, quando necessárias.
Referência no cuidado dos rins
O Serviço de Nefrologia do Hospital Pequeno Príncipe é o único exclusivamente pediátrico do Paraná e o único que realiza hemodiálise em crianças no estado. Além disso, é considerado um dos mais completos do Brasil e também oferece diálise peritoneal, transplante renal, hemodiafiltração, plasmaferese e urodinâmica, além de ambulatório geral de nefrologia e ambulatórios especializados para atender pacientes com doença renal crônica em tratamento conservador, litíase, tubulopatias, glomerulopatias, bexiga neurogênica e hipertensão arterial.