Panorama da pandemia do coronavírus no Hospital é tema do Pequeno Príncipe Conhecimento
O cenário da pandemia do coronavírus e o histórico desde o primeiro caso registrado no maior hospital exclusivamente pediátrico do Brasil foram apresentados em um encontro on-line. Essa aula também marcou o encerramento das atividades em 2021 do projeto Pequeno Príncipe Conhecimento que, ao longo do ano, promoveu 17 eventos on-line com assuntos voltados à saúde infantojuventil.
Profissionais do Pequeno Príncipe tiveram a oportunidade de compreender melhor a situação atual por meio de dados. O encontro foi conduzido pela coordenadora do Serviço de Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar (SECIH) e do Centro de Vacinas do Hospital, Heloisa Ihle Garcia Giamberardino; e pelo vice-diretor-técnico e coordenador de Ensino e Pesquisa a instituição, Victor Horácio de Souza Costa Júnior.
Fase de diminuição de casos
Mesmo diante de um período crítico ao longo do ano, a boa notícia que os números mostram é a fase de redução de casos. Este cenário favorável é consequência da vacinação. A boa adesão à vacinação de adultos e adolescentes reflete na redução dos casos em crianças. “A maioria dos casos que temos registrado agora são de pacientes que fazem parte de famílias que não se vacinaram”, destaca a pediatra Heloisa que também é membro do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e presidente da Regional Paraná da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm-PR).
“Com certeza a cobertura vacinal faz toda a diferença, mas ainda é preciso que a população se mantenha alerta e seguindo as medidas não farmacológicas, como uso de máscara e higiene das mãos. Os esporádicos eventos adversos são leves e autolimitados. Vale ressaltar a importância de completar o esquema de duas doses com as vacinas COVID-19 e dose de reforço, quando recomendada, pois somente desta forma será alcançada a adequada resposta imunológica,” acrescenta a profissional.
Evolução do vírus e dos cuidados
Entre crianças que se contaminaram com SARS-CoV-2, os profissionais de saúde perceberam que no começo da pandemia, com as cepas Alpha e Beta, a contaminação começava a apresentar sintomas no terceiro ao quinto dias. Com a Delta, foi possível observar que esse período de incubação ficou mais tardio, com apresentação de sintomas no oitavo ao nono dia.
“Apesar de teorias diferentes envolvendo a infecção do coronavírus em crianças, que seria de uma outra geração menos patogênica do que em adultos, o que se sabe hoje é que tosse, espirro, fala, respiração, especialmente em uma distância menor de 2 metros, são fatores de risco importantes para a contaminação. Vômito e procedimentos que geram aerossol também acabam sendo fatores de transmissibilidade, assim como as fezes. Por isso, a importância de as famílias intensificarem os cuidados de higiene neste momento”, afirma o infectologista pediátrico Victor, que também é mestre em Educação e doutor em Ciências da Saúde pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e recém-eleito presidente da Sociedade Paranaense de Pediatria (SBP/PR) para o triênio 2022–2024.
O profissional acrescenta que o coronavírus faz com que o paciente tenha uma manifestação sistêmica da COVID-19. “Na população pediátrica, percebemos uma diferenciação muito grande da doença. Apesar da grande maioria apresentar quadros clínicos pulmonares, tivemos crianças que desenvolveram síndrome nefrótica, quadro de diabetes e os casos de miocardite, sequelas cardíacas. Diante disso, implantamos um ambulatório de cardiologia específico para pacientes pós-COVID-19, qualificando a assistência e evitando a mortalidade por complicações trazidas pela doença no médio e longo prazo”, finaliza.