O Pequeno Príncipe, maior hospital pediátrico do Brasil, que há 100 anos cuida da saúde de crianças e adolescentes, vem manifestar-se publicamente para pedir às famílias que redobrem os cuidados com seus filhos e também à sociedade que se atente para a gravidade do momento da pandemia que estamos passando. A diversidade ambiental e étnica do Brasil, tendo a presença de diferentes cepas do vírus circulantes nesta fase incipiente da vacina, cria um ambiente propício e singular para a proliferação de mutações do vírus, de proporções nunca vistas, com impacto social, econômico e ambiental.
Muitas das ações corretivas deverão vir das esferas públicas, no entanto, é preciso que cada cidadão dê sua contribuição. O atual contexto mostra que: o sistema de saúde está com sua capacidade esgotada, os trabalhadores de saúde apresentam exaustão e há escassez de materiais médicos-hospitalares. A velocidade de novos casos ultrapassando o tempo para instalação de novas estruturas e a nova cepa circulante atinge a população infantojuvenil de forma ampliada, requerendo mais leitos por maior tempo.
Por outro lado, a pressão para a liberação das restrições sanitárias, bem como seu descumprimento por parte da população, tem exercido um papel dificultador no controle da pandemia. Não basta a luta das estruturas de saúde em se manterem ativas e funcionantes. É preciso que todos os setores da sociedade e os cidadãos percebam a gravidade da situação e se mobilizem para a superação da pandemia. Em especial, reduzindo a mobilidade humana, para conter a transmissão do vírus e reduzir os casos da COVID-19, aliviando também a pressão nos hospitais.
Sendo assim, recomendamos às famílias com crianças sob sua proteção que ajam com o maior rigor e consciência coletiva possível. Todas essas medidas não só protegerão seus filhos como também seus familiares e o restante da sociedade. Algumas dicas que podem ajudar: evitar o convívio familiar com pessoas que não residem no mesmo local; reforçar os cuidados diários de higiene e desinfecção da casa; não levar as crianças às compras, seja no supermercado, lojas de rua ou shoppings; priorizar o acesso às aulas remotas, retornando às aulas presenciais quando o cenário permitir; manter um ambiente domiciliar tranquilo e acolhedor para que as crianças possam enfrentar a pandemia com a devida proteção de suas famílias, adquirindo a consciência de que as restrições praticadas são por um bem maior.
Vale destacar a recomendação de atentar para os sintomas de seus filhos e não realizar automedicação, levando-os ao pediatra para evitar o diagnóstico e tratamento tardios com evolução desfavorável. Com essas medidas, estaremos cumprindo o papel de agentes de contenção do vírus e criadores de um novo ambiente com saúde planetária, possibilitando futuro para as novas gerações. Contamos com você e conte com a gente também!