Linhas do Conhecimento
Os pacientes, responsáveis e professores foram ao Mercado Municipal com o transporte da Prefeitura Municipal de Curitiba. Acompanhados de um guia/monitor, disponibilizado pelo órgão a partir do Programa Linhas do Conhecimento. A iniciativa visa possibilitar a exploração e conhecimento dos espaços históricos e turísticos da capital a estudantes pertencentes à rede municipal de ensino, o que enriqueceu ainda mais a aula de campo. Devido a essa disponibilidade, foi possível estender o convite a alguns pacientes de outros serviços do Hospital.
“Além do quesito conhecimento, de ter a possibilidade do novo, a alegria e interação entre as crianças em momentos como esse ajuda na autoestima e, consequentemente, no êxito do tratamento. Por isso, é muito importante ter auxílio que nos possibilite essas ações com cada vez mais frequência”, finalizou o psicólogo que atende as crianças e os adolescentes da hemodiálise, Bruno Mader.
Pacientes do Pequeno Príncipe têm aula prática no Mercado Municipal de Curitiba
Um grupo de crianças e adolescentes que faz tratamento no Hospital Pequeno Príncipe foi, na tarde dessa quinta-feira, dia 21, até o mercado mais tradicional da capital paranaense, o Mercado Municipal de Curitiba. Estudando os alimentos in natura, e quais os problemas em consumir os mantimentos ultraprocessados, a aula de campo tinha como objetivo melhorar a relação dos meninos e meninas, bem como de seus familiares, com a alimentação e nutrição de qualidade.
A visita fez parte do planejamento curricular dos pacientes em tratamento no Pequeno Príncipe, que realizam as atividades escolares no período de hemodiálise e/ou internamento. A ideia de ir in loco surgiu com a equipe multidisciplinar do serviço – que envolve professores do Setor de Educação e Cultura (Educ), psicólogos, serviço social, equipes de nutrição e médica – ao notar que tanto os pacientes quantos os responsáveis tinham dificuldades em manter uma alimentação saudável e, especialmente, a dieta prescrita fora do Hospital. Já que no período em que se faz hemodiálise é fundamental controlar a ingestão de líquidos e proteínas, mas também evitar alimentos ricos em potássio e sal, como leite, chocolate e salgadinhos, que têm composições que agravam o funcionamento dos rins.
“Nós trabalhamos com as crianças um projeto de ‘educação em saúde’, em que abordamos vários temas, como valores, lazer, cultura e também alimentação. Para eles, que fazem hemodiálise ou têm problemas renais, a alimentação correta é primordial. E enquanto estudávamos esse conteúdo, notamos que os responsáveis também tinham dificuldade em assimilar algumas coisas. Por exemplo, quais temperos substituem o sal, ou que nas frutas também têm potássio, e essas devem ser evitadas ou nem podem ser consumidas, como o morango, que sempre causa dúvidas”, explicou a professora Eluane Sanchez.
Encantados com a grandiosidade da ‘sala de aula’, os pequenos foram às compras enquanto ouviam, viam, manuseavam e cheiravam frutas e temperos antes desconhecidos. “Eu nunca tinha comido maracujá assim”, exclamou Vitória Lourenço, de 9 anos, que veio de Roraima para o tratamento e amou, nas palavras dela, conhecer o ponto turístico. “E é bem gostoso”, emendou Nickolas Leite, de 6 anos, que viu vantagem em trocar o morango pelo maracujá e caju. “Eu não achei que ele ficaria tão animado e curioso para saber sobre frutas. É muito bom ver essa alegria dele. Nunca imaginava que durante o tratamento teria uma atividade como essa. Gostei muito. Eu gosto de tudo que for acrescentar no cuidado dele; eu aceito e participo”, concluiu a mãe do paciente Nickolas, Fernanda dos Reis Leite.